As Silhuetas Metálicas são uma modalidade de tiro esportivo onde utilizando-se armas curtas e longas, simula-se uma situação de caça disparando-se em alvos metálicos com formas de animais - galinha, porco, perú e carneiro:
com dimensões diferenciadas e distancias que vão desde 25 à até 200 metros, dependendo da categoria.
É uma das poucas modalidades no esporte do tiro esportivo na qual tanto o participante como a platéia participam da prova. É muito emocionante ver durante as séries, vários competidores disparando suas armas, o projetil explodindo de encontro aos alvos e derrubando-os de seus suportes. De acordo com o andamento da competição, conforme as distancias vão aumentando, o grau de dificuldade aumenta e para quem está assistindo pela primeira vez, parece quase impossível o acerto dos alvos nas distancias em que se encontram.
Os alvos em número de 10 (dez), por tipo e distancia, são postados lado a lado, mantendo-se entre êles um intervalo de no mínimo a dimensão de um outro alvo.
O atirador tem um tempo de trinta segundos para se preparar e municiar o armamento e a partir daí mais dois minutos para efetuar cinco disparos para derrubar os alvos, sempre da esquerda para a direita. Em seguida, mais trinta segundos de preparação e dois minutos para os últimos cinco disparos daquela série. Este procedimento é repetido para cada conjunto de alvos em cada distancia, até perfazer um total de quarenta disparos. A ordem de posicionamento dos alvos por distancia são: galinha, porco, perú e carneiro.
No Brasil utilizam-se 40 alvos (10 de cada tipo) por prova. Podem ser realizadas provas com 60, 80 e 120 alvos. As competições de âmbito internacional normalmente utilizam 80 alvos no total.
Uma das razões da grande popularidade das Silhuetas Metálicas é o fato de que os novos atiradores não necessitarem de equipamentos sofisticados. O esporte é estruturado para permitir aos atiradores competir em diversas categorias dependendo do(s) tipo(s) de arma que possui. Na categoria Revolver Production, por exemplo, os atiradores podem utilizar qualquer revólver original de fábrica, sem nenhuma modificação (a única permitida é suavizar o gatilho). Isto permite que o esporte possa ser práticado por qualquer pessoa que possua uma arma. Para viabilizar ainda mais essa participação, foram criadas categorias que contemplam especificamente o calibre 22, sendo que essas categorias recebem a designação de Small Bore. Para utilização de outros calibres maiores, como o 38SPL, 357 Magnum, 357 SuperMaximum, 44 Magnum, 7mm/08, 308, 7mmTCU e o 7mmBR entre outros, foram criadas diversas categorias que recebem a designação de Big Bore. Para as armas que são designadas como Pistolas de Caça, foi criada a categoria Field Pistol.
Excepcionalmente no Brasil, foram adotadas as categorias que contemplam as carabinas e rifles, devido à grande existência desses tipos de armas, que dependendo de seu calibre, irão competir na categoria Small Bore, Big Bore, ou na mais recentemente criada Field Pistol Carbine (1995).
Para as categorias Small Bore (armas em calibre .22) e Field Pistol, os alvos são posicionados nas distancias de 25, 50, 75 e 100 metros. Para as categorias Big Bore (calibres maiores tipo .357 magnum, .44 magnum, etc...), as distancias são de 50, 100, 150 e 200 metros.
É a única modalidade de tiro que permite auxílio ao atleta. Cada atirador pode contar com um observador, normalmente um outro atirador designado como spotter, posicionado à sua retaguarda com uma luneta. Este observador identifica ao atirador exatamente em que ponto do alvo o projétil o atingiu, o que vem a facilitar bastante qualquer correção que seja necessária.
Nas provas de armas curtas, com excessão do Field Pistol e Standing (onde a posição de tiro é de pé, podendo o atirador utilizar ambas as mãos), a posição de tiro é livre. A totalidade dos praticantes preferem a posição deitado, de barriga para cima, sendo, que dentre estes, a maioria prefere a posição Creedmore, por ser relativamente fácil e independe do tipo físico do praticante. Existem outras posições que podem ser adotadas, as vêzes com rendimento até melhor, porém devem ser observadas as regras de segurança.
A emoção se torna ainda maior quando ao término da competição alguns atiradores se encontram empatados e será necessário fazer o desempate. O regulamento determina que neste caso o Juiz Diretor da prova. pode optar pelo desempate computando o numero de alvos derrubados à contar do carneiro para a galinha, saindo vencedor aquele que mais derrubou, nas distancias maiores, ou então recorrer ao Shoot-off, que vem a ser o desempate pela quantidade de alvos derrubados em uma ou mais séries a serem disparadas com alvos de proporções menores na distancia maior (100 para Small Bore e Field Pistol ou 200 metros para Big Bore). Os alvos utilizados para o shoot-off serão determinados pelo Juiz, porém na maioria das competições adota-se a galinha.
Após os levantadores posicionarem os alvos, sempre em numero mínimo de cinco, sobre seus suportes, ao expectador parece impossível o acerto com armas curtas numa distancia tão grande e na qual praticamente não é possível a definição do contorno dos alvos. A espectativa por parte de todos é muito grande, principalmente quando atiram dois competidores ao mesmo tempo. Para quem esta atirando, a impressão é que o coração bate no pescoço, aguardando o Juiz Diretor ordenar o sinal de fogo. Neste momento a plateia se cala esperando a queda do primeiro alvo, e quando ocorre, suspiram aliviados e passam a acompanhar o segundo atirador no seu primeiro disparo. Caso ele tambem acerte, começa tudo de novo como se o tiro seguinte ainda fosse o primeiro a ser disparado. Ao final da série vem a sensação de alívio como se tudo estivesse acabado. Porém nem sempre uma série de cinco disparos é suficiente e aí a emoção tende a aumentar. Quando temos o resultado final, realmente é uma festa com aquele sabor agradável da vitória para quem conseguiu o maior numero de acertos. Podem acreditar, é indescritível assistir, ou melhor ainda, participar de um shoot off.