XIV ENATESPO
III Congresso Brasileiro de Saúde Bucal Coletiva
SUS, Saúde Bucal e as Reformas do Estado

Sistemas Locais de Saúde

7. A atenção em saúde bucal, em função da complexidade de que está revestida, necessita a efetiva integração dos seus técnicos às equipes de saúde, propiciando uma abordagem multidisciplinar e superando portanto, os seus limites corporativos;

8. Os programas de saúde bucal devem ser direcionados a partir de uma epidemiologia regida pelos princípios de ética humanista e comprometida com a transformação qualitativa do quadro de saúde bucal. Desta maneira, é preciso refletir criticamente sobre a tradição histórica da odontologia em selecionar grupos populacionais para o atendimento;

9. É necessário escutar os usuários, respeitando as percepções e as necessidades sentidas pela população invertendo a postura autoritária e técnica da intervenção dos profissionais;

10. A inserção da saúde bucal nos programas de atenção à saúde da família deve ser incentivada sem prejudicar a composição das equipes já existentes na rede de serviços, garantindo os princípios do Sistema Único de Saúde. Esta estratégia pode contribuir para a reformulação do atual modelo de atenção, constituindo-se também como porta de entrada do sistema, sempre respeitando as peculiaridades culturais ou os costumes das comunidades;

11. As dificuldades encontradas para a organização e a operacionalização dos Sistemas de Saúde ocasionam um estrangulamento na atenção especializada, a despeito do imenso repertório de normas já existentes;

12. Os critérios para definir as prioridades do atendimento à população deverão ser reformulados, pois atualmente a assistência visa apenas cumprir parâmetros de produtividade. Neste sentido, faz-se necessário o aproveitamento de todos os espaços existentes nas unidades básicas para incrementar o desenvolvimento da educação em saúde bucal;

13. O processo de municipalização da saúde propiciou avanços na atenção à saúde bucal, pois em vários municípios desenvolveram-se estudos epidemiológicos locais a partir dos quais foram implementados modelos de atenção adequados aos princípios do SUS. Entretanto, constata-se ainda a necessidade de estimular a capacitação referente à gestão e ao planejamento em saúde bucal dos profissionais responsáveis pelos serviços, incluindo a Programação Pactuada Integrada (PPI);

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