A dança, mais que um espetáculo, é um movimento interior que origina os atos
vitais: caminhar, nadar, comer, sentir... O movimento expressa o modo do
ser humano no mundo. A partir dessa concepção, durante os encontros no
município, foram utilizadas a música e a dança como formas de resgatar e
valorizar a identidade da comunidade como também a sua experiência de vida.
A dança possibilita uma ação comunitária cooperativa e solidária quando
possibilita a cada membro do grupo entrar em sincronicidade com o outro e
com o grupo dispensando a verbalização que muitas vezes camufla as emoções e
não consegue envolver as pessoas a quem se dirige. Durante a História da
Humanidade ela sempre esteve presente nas manifestações imaginárias e
simbólicas expressando-se nos momentos cruciais do ciclo de vida do ser
humano, da natureza, do cosmos e da comunidade. Esteve sempre presente nas
celebrações da vida das pessoas, que com o processo de racionalização tem
perdido o seu significado simbólico.
Dessa forma, a equipe do Projeto Universidade Solidária procurou resgatar as
músicas e danças do município respeitando a história de vida e trabalhando
as potencialidades que cada segmento social ou comunidade têm a oferecer,
como na apresentação dos membros do grupo, onde utilizávamos uma música da
região - "A farinhada" .
A farinhada é o título de uma canção popular, direcionada a encontros em
comunidades, cuja letra é a seguinte:
Vou fazer uma farinhada
Vou chamar "Maria" aqui
Refrão: Quem entende de farinha
Venha peneirar aqui
A equipe Universidade Solidária aprendeu a canção com os membros da
Pastoral e, dispondo de instrumentos musicais, cantava, a cada vez chamando
um integrante diferente da equipe. Na hora do refrão a pessoa chamada devia
ir ao círculo e dançar simulando a peneira da farinha.
A comunidade empolgava-se bastante, cantando juntamente conosco e batendo
palmas.