QUATRO RECEITAS PARA FICAR DE MAL-HUMOR

Michel Lacombe

  Ir a uma repartição pública   

Quem nunca perdeu a paciência diante de vagarosas e ineficientes funcionárias públicas, mal preparadas e colocadas em cargos cujo não tem conhecimento do serviço, ou pior, nem sabem por que estão vivas?

Temos que nos conformar com tudo que passamos dentro de uma repartição pública, pois é uma tradição secular ser deselegante, incompetente e desonesto. Vale ressaltar que o ócio e a burocracia dessa função produziu excelentes poetas.

"Ó burocratas!/ Que ódio vos tenho, e se fosse apenas ódio.../É ainda o sentimento/ da vida que perdi sendo um dos vossos". Drummond disse tudo. Nem há mais o que comentar.   Sei que estou caindo no erro da generalização, mas abro a exceção para os que realmente são funcionários públicos. Contamos nos dedos (da mão esquerda do Lula, como diria o mais sarcástico) e até nos espantamos quando somos bem atendidos na repartição, quando nós que pagamos impostos deveríamos exigir um bom atendimento.

 Fila em banco 

Depois de ter passado pelo desafio de conseguir o documento necessário na repartição pública temos que pagar os impostos.

Pagamos pra nascer, pra casar, pra viver, pra morrer...Mas isso não vem ao caso. O que mais irrita é enfrentar uma fila que não termina nunca. São 30 pessoas na fila (aumentando em progressões geométricas) e, quando muito, 3 caixas trabalhando. Os 3 caixas estão tranqüilos. Pagam suas contas antes do período, terminando sua hora vão embora e que se danem as filas.  O aposentado, a dona de casa e o estudante que se virem para conseguirem sair de lá e cumprir todos os deveres após horas e mais horas em pé.

  Domingo - Existe pior dia que domingo? 

Na televisão a última preocupação é com a qualidade dos programas. O telespectador que é obrigado a ver programas de péssimo nível, com quadros que alternam entre a mediocridade ao sentimentalismo piegas.

No rádio, canções repetitivas, executadas durante a semana inteira. Concordo que algumas são boas, mas de tanto serem executadas beiram ao cúmulo da chatice. Nos jornais, os suplementos femininos, o caderno de esportes, o resumo das novelas, enfim, tudo é tão ridículo que é melhor ignorar.

E temos também a pessoa com muita "sorte", que além de sofrer com todos esse males tem que almoçar na casa da sogra.

  Hanson (ou Ranço como uma maioria aceita) no Brasil    

Sem comentários. Eles deveriam vir em agosto, já que agosto é considerado o mês das desgraças. Não posso comentar uma aberração do cenário musical, uma versão mal produzida dos Jackson's Five. Onde já se viu, um país com músicos(desculpe a palavra, aquilo lá no título não pode ser considerado grupo musical) de qualidade aceitar essa tolice, que junto com outros do mesmo naipe achando que nossos ouvidos são penico?

Não podemos reclamar que também temos a nossa sucata fonográfica.Comparando com o lixo que vem de fora é briga feia. Como diria o Analista de Bagé "feio que nem briga de foice". É um paradoxo: o que é bom é ruim (para mídia) e o que é ruim é bom (para mídia).

Um país que tem grandes instrumentistas, grandes letristas e grandes intérpretes, está a mercê de grupos "catados"(no Brasil), gringos chulos e chucros e de refugiados da América Latina que se dizem cantores.

Depois de tanto só me resta dizer uma coisa: Até a próxima...

Se você não fica de mal-humor com esses fatos ou se tem piores (como uma irmã, prima ou amiga fanática pelos idiotas citados ou implícitos), mande um e-mail para este que vos escreve e descarregue todo seu mal-humor.


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