Não necessariamente. A chamada lei do 1/6 foi difundida por Jean Texearaux em seu célebre livro How do Make a Telescope, um clássico entre os construtores amadores no Brasil e mundo. Esta relação diz que para a superfície óptica do espelho principal (a objetiva) não sofra deformações que comprometam a figura introduzida na concavidade (esfera, parábola, etc.), a espessura do espelho deverá ser igual a 1/6 do diâmetro. Estas deformações são ocasionadas, entre outros motivos, pela expansão volumétrica do bloco de vidro e pela variação da posição do espelho do telescópio conforme é apontado para os astros (o eixo óptico pode estar em uma certa ocasião perpendicular a normal do lugar e em outra paralelo).

No livro de Texeraux, o vidro utilizado para confecção do espelho é um certo tipo de pirex do qual, por empirismo ou uso de uma incógnita equação baseada em parâmetros físicos do vidro, obteve a relação do 1/6. Como os telescópios amadores, em geral, usam vidros de diferentes composições químicas, esta não é uma relação universal: a espessura pode ser maior ou menor que a estipulada.

Em grandes telescópios profissionais como o KECK, os espelhos são finos; compostos de substâncias com baixíssima expansividade e divididos em um mosaico de segmentos manipulados por computador (óptica adaptativa). Estas características são vitais para que as deformações do espelho e a turbulência atmosférica não comprometam a qualidade da imagem.