R E D E S . T M N

 

Resumidamente, a TMN é uma rede de computadores que gerencia uma rede de telecomunicações de uma forma integrada, através de interfaces padronizadas.

Uma rede de telecomunicações é tipicamente composta por equipamentos fornecidos por diversos fabricantes (ambiente multifornecedor), sendo que cada fabricante implementa seu equipamento de uma determinada forma, geralmente diferente dos outros (chamamos isso de ambiente proprietário, ou seja, somente o fabricante do equipamento conhece os detalhes de implementação). Mais que isso, cada fabricante implementa o seu sistema de operação proprietário, ou seja, específico para o seu equipamento. Resumindo, não é possível operar (ou atuar sobre) um equipamento de um fabricante através do sistema de operação de outro.

Atualmente, com a crescente digitalização da rede de telecomunicações e a importância crescente dada aos serviços fornecidos para os clientes, torna-se indispensável que exista uma monitoração constante das informações a respeito da rede e dos serviços de telecomunicações, ou seja, surge a necessidade cada vez maior de uma Gerência sobre essa rede de telecomunicações.

Mas para que essa gerência atinja os objetivos desejados, existe a necessidade de integração dos sistemas de operação e manutenção. E essa integração só pode ser atingida a partir do momento em que os sistemas sejam implementados tendo como base um padrão. E é exatamente aí que entra o papel do TMN. O TMN, então, é um padrão para implementação de sistemas de gerência, de forma a possibilitar a integração.

A arquitetura TMN utiliza vários conceitos do gerenciamento OSI, como agente-gerente, funções de gerência, objetos gerenciados, etc. Com o passar do tempo, outras tecnologias emergentes (como CORBA, por exemplo) foram sendo agregadas de forma a tornar a TMN cada vez mais flexível e poderosa.

Aqui definimos a arquitetura TMN e alguns conceitos úteis para um maior entendimento do assunto.

1. Gerência Integrada de Redes e Serviços

1.1. Introdução

Há pouco tempo atrás, as operadoras de telecomunicações se preocupavam em aproveitar a máxima capacidade de transmissão dos sistemas existentes, se preocupando muito pouco com a qualidade do sistema e dos serviços prestados. Atualmente, este perfil vem mudando, ocorrendo o sacrifício da capacidade de transmissão de informações de usuário, em troca de uma capacidade transmissão de informações de gerência maior, para prover um serviço mais confiável e seguro, de qualidade indiscutivelmente maior.

Também podemos perceber que, devido à crescente digitalização da rede e o aumento da capacidade e confiabilidade dos sistemas, as empresas operadoras perdem um pouco o seu papel típico de atuação na arquitetura das redes e passa a se preocupar mais com os serviços fornecidos aos usuários, que passa a ser um fator diferencial de fundamental importância no mercado. Ocorre, desta forma, um crescimento muito grande em termos de criação, implantação e oferta de novos serviços, baseados na integração de áudio, dados, textos, imagens e vídeo, ou seja, multimídia. Como exemplo de alguns serviços emergentes, podemos citar os serviços de rede inteligente (RI), serviços em terminais de uso público, processamento digital de sinais de áudio e vídeo e os próprios serviços multimídia.

As redes de telecomunicações podem ser vistas, independente do tipo e dos equipamentos utilizados, como dividida em três níveis principais: aplicação, serviço e arquitetura .

A camada de aplicação é aquela empregada diretamente pelo usuário final. A camada de serviço deve ser projetada pelo provedor de rede para suportar todas as aplicações do usuário e a camada de arquitetura provê as soluções de engenharia que devem prover o transporte de qualquer tipo de serviço vendido pela operadora ao usuário. O serviço é normalmente designado como a facilidade que o provedor vende a seus clientes e tipicamente suporta várias aplicações.

A necessidade de qualidade, a diversificação e a complexidade cada vez maior destes serviços implica em uma necessidade tão vital quanto o próprio serviço: a sua gerência.

Dentro deste conceito de gerenciamento de redes de telecomunicações, começaram a surgir alguns sistemas de supervisão específicos para cada situação (por exemplo, gerenciamento de falhas, de tráfego) e para cada fabricante, ou seja, os chamados sistemas de gerência proprietários

 

Imagine um sistema com os equipamentos como sendo várias centrais telefônicas de fabricantes distintos, cada uma com seu próprio sistema de gerência. As centrais são interligadas entre si, mas os sistemas de gerência são isolados.

Este tipo de sistema possui alguns problemas, como:

Estes fatores acarretam em uma falta de integração entre processos que impossibita, por exemplo:

Como conseqüência disto, temos:

Que acarretam em perda de ligações e de receitas, insatisfação do usuário e desperdício pelo aumento dos custos operacionais e investimentos extras.

Baseado nestes fatores, tem-se procurado uma solução para o problema da falta de integração entre os sistemas, que possibilite a Gerência Integrada de Redes e Serviços (GIRS), proposta pela TELEBRÁS, cujos conceitos se encontram na Prática 501-100-104.

1.2. Conceito de GIRS

De acordo com esta Prática, o conceito de GIRS é:

"o conjunto de ações realizadas visando obter a máxima produtividade da planta e dos recursos disponíveis, integrando de forma organizada as funções de operação, manutenção, administração e provisionamento (OAM&P) para todos os elementos, rede e serviços de telecomunicações"

A gerência deve ser integrada no sentido de:

Para se atingir este objetivo, é necessário, então:

1.3. Requisitos básicos

Para se chegar à integração das funções de gerência são necessários:

1.4. Objetivos Básicos

Integrando as funções de todas as camadas funcionais, podemos atingir alguns objetivos gerenciais, como:

melhorar o serviço de assistência e interação com os usuários.

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