T E L E F O N I A
P Ú B L I C A
{ by Tom Waits }
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Manual Definitivo de Violação a
Telefones Públicos e Privados Versão 1.1
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Índice
0 -
Aviso
1 -
Introdução
1.1 - Prefácio da versão 1.1
1.2 - Pobreza de informações e pessoas mal informadas
1.3 - Conceitos básicos a respeito de telefonia
2 -
Telefones privados
2.1 - Introdução
2.2 - Efetuando ligações de aparelhos sem teclas
3 -
Telefones públicos
3.1 - Introdução
3.2 - Efetuando ligações gratuitamente utilizando um diodo
3.3 - Efetuando ligações gratuitamente utilizando um aparelho
comum
3.4 - Conectando notebooks a telefones públicos
3.5 - Observação
4 -
Caixas de verificação
4.1 - Introdução
4.2 - Efetuando ligações gratuitas de caixas de verificação
5 -
Pequena FAQ sobre telefonia
5.1 - É possível tomar um choque mexendo em fios telefônicos?
5.2 - Como faço para fazer chamadas grátis de minha
residência?
5.3 - O que é o BINA?
5.4 - Existe alguma maneira de se bloquear o BINA?
5.5 - As famosas "boxes" funcionam aqui no Brasil?
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Aviso
Antes, aquele chavão de sempre: todos os procedimentos descritos
nesse documento são ilegais e podem levar o infrator a cumprir
penas
de prisão e/ou pagamento de multas.
Vale lembrar também que eu sou contra qualquer tipo de
vandalismo, e
que todo o processo aqui descrito não causa nenhum tipo de dano
aos
aparelhos telefônicos. Mesmo a longo prazo.
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Seção
1 - Introdução
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1.1
- Prefácio da versão 1.1
Depois de ter editado a primeira versão deste manual, recebi
dezenas
de mensagens, principalmente do pessoal do BHC (Brazilian Hackers
Club), com várias perguntas. Algumas se tornaram adendos e
complemento
para as seções e outras eu levei para uma Mini-FAQ, que está
localizada na seção 5.
1.2
- Pobreza de informações e pessoas mal informadas
Ao me deparar com alguns textos do gênero, sentia-me
decepcionado ao
perceber que eram incompletos e fracos, quando o assunto em
questão
era a telefonia.
É triste também perceber que pessoas mal informadas e sem
conhecimento
técnico (embora tenham boa vontade), assinam estes textos. Faço
aqui
um tutorial com material bastante útil, que explica muitas
coisas que
podem ser feitas com a intenção de buscar um pouco de liberdade
para
se utilizar os sistemas telefônicos.
Este texto também é destinado àqueles que se rasgam de ler
textos
americanos de phreaking e boxing. Não importa o que fulano ouviu
dizer que dava, o sistema telefônico nacional é completamente
diferente do usado nos E.U.A. e não permite o
"boxing". Ver maiores
detalhes na seção 5.
1.3
- Conceitos básicos a respeito de telefonia
Ao contrário do que muita gente pensa, os fios da linha
telefônica
possuem uma tensão contínua equivalente a -48 volts. Esta
tensão se
altera para um valor alternado de 96 volts quando o telefone
toca.
Portanto, ao lidar com os fios do telefone, tenha o cuidado de
não
encostar no orelhão, na parede, ou em qualquer coisa que possa
"aterrá-lo". Este cuidado deve ser redobrado se o
telefone for
comunitário ou residencial. Levemos também em consideração
que se o
aparelho possuí uma tensão contínua, significa que ele tem
também uma
polarização correta (fio positivo e fio negativo). Na
instalação do
aparelho esta polarização não faz diferença, mas quando o
assunto é
violação, ela deve ser observada.
Vamos lembrar também que existem dois tipos de linhas
telefônicas:
A) Decádicas (ou Pulse) - são as linhas dos prefixos mais
antigos do
sistema telefônico. A identificação de chamadas se dá
através de uma
série de sinais (pulsos), que são interpretados pela central
telefônica.
B) Multifrequenciais (ou Tone) - são as linhas dos prefixos mais
novos onde trabalham o serviço de CPA (Central telefônica com
controle
por Programa Armazenado). A identificação de chamadas se dá
através
da decodificação de tons frequenciais em números.
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Seção
2 - Telefones privados
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2.1 - Introdução
Nesta seção, explicarei o processo (bem simples) de se efetuar
ligações a partir de telefones sem teclas ou com cadeado, muito
comuns em empresas e ambientes de trabalho.
2.2
- Efetuando ligações de aparelhos sem teclas
Antes de começarmos, precisamos definir o que significa
"duração de
um pulso". Um pulso é simplesmente uma interrupção no
fluxo de
corrente que circula na linha telefônica, e a sua duração é
entendida
como o espaço de tempo decorrido do início ao fim desta
interrupção.
Os pulsos enviados pelo aparelho telefônico quando você aperta
o botão
de algum número, são iguais ao sinal emitido quando você
coloca o
telefone no gancho. A diferenciação é feita pela central
telefônica,
usando como referência a duração do pulso. Se ele for um pouco
maior
do que 0.5 segundos (aumentar um pouco esse valor para as linhas
mais
antigas), a central considera que é um pedido de linha. Se a
duração
do pulso for menor do que esse valor, a central irá considerar
que um
número a ser discado está sendo enviado.
Para formar os números de 0 a 9, são enviado uma série de
pequenos
pulsos em seqüência referentes ao número, ou seja, 2 pulsos
para o
número 2, 3 para o número 3 e assim por diante. Para o número
0 são
enviados dez pulsos.
Para simular esses pulsos sem a necessidade de teclas, basta usar
o
botão onde se "pega" a linha, aquele onde você coloca
o telefone em
cima quando quer terminar uma ligação. Aperte e solte este
botão
rapidamente de acordo com o número que você quer discar, espere
um
pouco e aperte outra série de vezes de acordo com o outro
número.
Lembre-se que para o número 0 deve-se apertar o botão dez
vezes.
Faça isso com todos os números e, ao final, você escutará o
tom de
chamada.
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Seção
3 - Telefones públicos
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3.1
- Introdução
Nesta seção explicaremos alguns métodos de efetuar ligações
com
telefones públicos sem a necessidade de se gastar fichas.
Mostraremos
também como ligar notebooks a telefones públicos (se é que
existe um
hacker que não saiba...).
3.2
- Efetuando ligações gratuitamente utilizando um diodo
O diodo é um componente eletrônico que possui diversas
utilizações.
Podemos resumir seu funcionamento basicamente na seguinte
síntese:
Um diodo (ou junção PN), permite que a corrente circule em
apenas uma
direção dentro de um circuito.
Ao se utilizá-lo para o fim aqui desejado, vamos precisar de um
diodo IN4002, IN4004 ou IN4007. Estes podem ser encontrados
facilmente em qualquer casa de componentes eletrônicos. Vamos precisar
também de um resistor com valor nominal de 22K e potência de 1W.
Basta que você ligue o diodo em paralelo com o resistor
e, em seguida, descasque os fios do telefone e ligue cada uma das pontas obtidas com o diodo e o
resistor neles.
Lembre-se: você vai apenas descascar os fios do orelhão!!! Se
você cortá-los, ele vai ficar sem linha.
Para executar essa tarefa, eu aconselho que você descasque os
fios dos orelhões que você utiliza com mais freqüência pois,
devido ao fato dos fios do telefone público serem muito grossos, não é um
trabalho que se possa fazer tranqüila e rapidamente sem ser notado.
Você deverá observar também a polarização correta a ser
utilizada.
Você perceberá isso facilmente pois, quando você ligar o diodo
de
maneira errada, o orelhão vai ficar sem linha.
Uma dica pessoal: os telefones de cabine e os de cartão são
mais
fáceis de serem violados. Alguns orelhões comuns tem uma
proteção
blindada que impedem o acesso ao cabo telefônico. Embora mesmo
assim
seja possível puxar o fio com um gancho, que você enfiará do
lado
esquerdo do aparelho telefônico, entre o telefone e uma grade
preta
de sustentação que fica atrás dele, eu aconselho que você
evite esses
tipos.
Vamos voltar um pouco para a parte técnica da coisa.
O diodo que estamos utilizando vai funcionar da seguinte maneira:
Quando uma ligação é completada de um telefone público, a
central
inverte a polarização do telefone de -48 para 48 volts. Quando
o
aparelho telefônico percebe isso, ele pede uma ficha. É aí que
entra
em funcionamento o nosso querido diodo. Ele permite que a tensão
caia
até 0 volts, mas não permite que ela se torne positiva. Dessa
forma o
orelhão não vai pedir a ficha.
Nesse caso o resistor está funcionando apenas como um dissipador
de
potência, para que você não dê o azar de queimar o diodo
(não que
ele seja caro, é que em algumas localidades ele pode ser uma
peça
rara que custa R$0,10) e ficar sem telefonar. Mesmo se você não
achar
nenhuma loja que venda, pegue uma placa antiga de alguma coisa
que
tenha queimado. Elas sempre tem diodos.
Você deve procurar uma peça pequenininha que tem dois
terminais, é
preta e normalmente estará escrito IN qualquer coisa.
3.3
- Efetuando ligações gratuitamente utilizando um aparelho comum
Primeiro, você deve tomar os processos citados anteriormente
para
descascar os fios do telefone. Em seguida você deve conseguir um
aparelho telefônico comum e ligar cada uma das pontas dos fios
dele
nos fios do orelhão.
Para facilitar a sua vida, eu aconselho que o seu telefone seja o
menor possível e que você prenda um jacaré (pequeno gancho
achado em
qualquer loja de componentes eletrônicos) em cada uma das pontas
do
seu telefone, para facilitar a ligação no orelhão.
Aí é só efetuar a ligação normalmente.
3.4
- Conectando notebooks a telefones públicos
O processo para se conectar notebooks a orelhões, é igual ao de
se
conectar telefones comuns. Resumirei nesse item, algumas
considerações a respeito da fiação do notebook, que segue os
padrões
da FCC Americana e é um pouco diferente da nossa.
O conector do fio do notebook, que é do tipo jack, tem quatro
fios
dentro dele. Arranque o conector de plástico transparente que
fica
na ponta do fio, pegue os dois fios centrais e separe-os dos fios
das
extremidades.
Estes dois fios centrais, são os que serão utilizados para
fazer a
ligação no orelhão. Eu aconselho que você coloque jacarés
neles também.
Basta conectar-se a BBS's da mesma forma que você se conecta em
casa.
Caso você queira testar se está tudo OK, abra um programa de
terminal
qualquer e digite o comando ATA, se fizer um barulhinho parecido
com
o tom de linha é que está tudo OK.
3.5
- Observação
As chamadas telefônicas se dividem em três categorias: locais,
DDD regionais e interurbanas (ou nacionais).
As chamadas locais são aquelas efetuadas dentro de sua cidade,
as DDD regionais são as ligações feitas dentro do complexo
urbano
onde você mora, no caso de São Paulo, as chamadas DDD regionais
são
aquelas feitas para as cidades que fazem parte da
Grande São Paulo: Jundiaí, Santo André, São Bernardo, etc. As
chamadas interurbanas são aquelas feitas para fora do complexo
urbano onde você está localizado. Usando São Paulo como
exemplo,
podemos citar o interior do estado de São Paulo e cidades
localizadas
em outros estados.
Os telefones comuns efetuam chamadas locais e DDD regionais, e os
telefones DDD efetuam chamadas interurbanas, ou seja, para
qualquer
lugar do Brasil.
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Seção
4 - Caixas de verificação
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4.1
- Introdução
As caixas de verificação (ou armários na linguagem
"técnica" da
são caixas de ferro, que geralmente ficam localizadas em vias
públicas,e são utilizadas para se fazer a checagem das linhas
do
sistema e identificar problemas antes de se enfiar no subsolo
para
tentar resolvê-los.
Tais caixas costumam ser da cor cinza e tem cerca de 1,5 m de
altura,
com um código em preto escrito na parte superior.
Elas possuem um grande número de fios telefônicos, todos eles
divididos em pares. Tais caixas podem ser facilmente abertas (se
é
que a que você achar já não estiver arrombada), pois
geralmente
possuem uma tranca padrão em forma de triângulo que qualquer
chaveiro
conhecido pode fazer. Lembre-se que você é um hacker, não um
vândalo.
Não vá arrombar a porra da caixa. Isto é coisa pra quem não
tem
cérebro. Mesmo se ela estiver trancada com um cadeado. Se não
puder
abrir um cadeado ou procurar informação de um método para
abrí-lo,
procure outra caixa. Ou então esqueça que você leu esta
seção.
4.2
- Efetuando ligações gratuitas de caixas de verificação
Para se efetuar uma ligação de dentro destas caixas, basta que
você
pegue um dos diversos pares de fios que se encontram lá dentro e
ligue eles ao seu pequeno telefone comum portátil ou a um
notebook.
Não esqueça de por os fios que você tirou de volta no lugar
para que,
nem o pessoal da manutenção e nem o dono da linha, percebam.
Como essas caixas de verificação costumam se situar em vias bem
movimentadas, a prática desse tipo de ligação é
desaconselhada. Mas,
Vale lembrar que de caixas de verificação, pode-se efetuar
telefonemas
para qualquer lugar, inclusive chamadas internacionais.
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Seção
5 - Pequena FAQ sobre telefonia
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5.1
- É possível tomar um choque mexendo em fios telefônicos?
Como descrito no item 1.3, os fios telefônicos possuem uma
tensão
suficiente para dar choque relativamente forte em uma pessoa.
Este
valor de tensão pode atingir um patamar em que ele pode dar um
verdadeiro coice na pessoa, no momento em que a linha envia o
sinal
para o telefone tocar.
Isto depende muito da situação e da pessoa. Se você estiver
com a
mão no orelhão e mexer nos fios, você provavelmente vai tomar
um
choque legal. Se você tiver acabado de comer algo salgado,
provavelmente este choque será ainda mais forte, pois o sal
aumenta
a condutividade do seu corpo.
5.2
- Como faço para fazer chamadas grátis de minha residência?
Quando você efetua uma chamada, a central telefônica identifica
de
onde você está discando, identifica qual o tipo de telefone que
você
está usando (público ou residencial), e então ela arquiva pra
onde
está senda feita a ligação e toma as providências
necessárias com
relação a cobrança.
Essa identificação é feita na fonte e não por um sinal
enviado pelo
seu telefone. Desse modo, é praticamente impossível pra você
que está
na sua residência, tentar driblar essa tarifação. Imagine que
sua
linha telefônica não passa de um ramal de PABX.
5.3
- O que é o BINA?
O BINA, é um sistema de identificação de chamadas desenvolvido
com
tecnologia nacional, que permite a quem está recebendo a
chamada,
visualizar o número do telefone de quem está telefonando para
ele.
O esquema teve que ser desenvolvido aqui no Brasil, pois o
sistema
telefônico é tão arcaico, que não existiam pacotes prontos
para se
adquirir. É como você tentar comprar um Kit Multimídia para um
TK-85
ou um MSX.
Tal sistema só funciona em linhas Decádicas, portanto, se você
quiser
passar um trote para alguém, procure se certificar qual o tipo
de
linha que ela possui. Para isso, basta você dar uma olhada no
prefixo
e ligar para a sua companhia telefônica local perguntando se ele
suporta CPA. Se eles falarem que sim, então pode ficar
tranqüilo e
efetuar a ligação que você não corre o risco de ser
descoberto.
Mas tome cuidado com o que você vai fazer pois, sob ordem
judicial, as
companhias locais podem fornecer um rastreamento de chamadas e
assim
descobrir de onde você telefonou.
5.4 - Existe alguma maneira de se bloquear o BINA?
Da mesma maneira que a tarifação, o BINA não pode ser driblado
do
telefone que você está efetuando a chamada. Quem fornece o
número
que vai aparecer no aparelho do receptor, é enviado pela central
telefônica e não pelo seu telefone.
Vale que acrescentar que o sistema não funciona perfeitamente
bem e
que às vezes não consegue identificar determinada chamada. Ele
também
não identifica chamadas de telefones públicos.
5.5
- As famosas "boxes" funcionam aqui no Brasil?
Como se pode notar nesta seção, o sistema telefônica nacional,
trabalha de maneira centralizada ao contrário do americano que
trabalha de forma distribuída. E não é por acaso, pois, além
de
possuírem um número bem maior de linhas telefônicas, os
serviços
lá são privatizados e diversas companhias oferecem linhas
telefônicas.
A tarifação se dá por diversas identificações enviadas pelos
telefones
e diversas centrais distribuídas pelo país. O que os
"boxes" fazem, e
driblar esses sinais enviando outros de diversas frequências
diferentes.
Por exemplo, você faz uma chamada internacional mas usa uma
"box"
para enviar um sinal para a central de como esta chamada fosse
uma
chamada local.
Já de telefones públicos (quem já foi pra lá sabe disso),
depois que
você efetua uma chamada, aparece novamente um tom de linha que
fica
aguardando o sinal do orelhão que diz que você pagou
determinada taxa
para o determinado serviço. Neste caso os "boxes"
enviam os sinais no
lugar do orelhão e a chamada é completada. Esses tipos são
conhecidos
como Red Boxes, mas não funcionam em todos os telefones
públicos.
Se bem que, ultimamente, as centrais telefônicas estão sendo
substituídas por modelos mais novos. Isto ocorre principalmente
em São Paulo. Mas caso elas permitam o "boxing", isto
será um assunto
para um próxima versão desta FAQ.