- Segunda
Geração de Sistemas Móveis
Em função da pressão de
demanda, particularmente nos EUA, onde o sistema
analógico havia atingido o limite de sua
capacidade nas maiores áreas metropolitanas, e
pela necessidade de se ter um sistema Pan Europeu
na Europa, foi necessário dar início ao
desenvolvimento de sistemas digitais que em
princípio, além da maior capacidade, ofereciam
as seguintes vantagens sobre os analógicos:
técnicas de codificação digital de voz mais
poderosas, maior eficiência espectral, melhor
qualidade de voz, trabalham com bastante
facilidade a comunicação de dados e facilitam
significativamente a criptografia da informação
transmitida.
Como resultado desse
esforço, surgiram os sistemas GSM (Groupe
Speciale Mobile/Global System for Mobile
Communications) na Europa, o TDMA (Time Division
Multiple Access), o CDMA (Code Division Multiple
Access) nos EUA e o PDC (Japanese Personal
Digital Cellular) no Japão.
O TDMA opera dividindo o
tempo de um canal, que opera em uma determinada
freqüência, em um certo número de partes e
designando cada uma das diversas conversações
telefônicas para cada uma dessas partes.
O CDMA, um forte
concorrente do TDMA, é um sistema proprietário
desenvolvido pela empresa QUALCOMM, baseada em
San Diego, nos EUA. O sistema utiliza a técnica
de espalhamento espectral e foi originalmente
utilizado pelos militares para espalhar o sinal
em uma faixa de espectro bastante larga, tornando
as transmissões difíceis de interceptar ou
mesmo interferir.
Existe também o CDMA de
banda larga (Broadband CDMA ou B-CDMA), estando
as patentes em poder da empresa InterDigital.
Essencialmente, o B-CDMA opera partilhando o
espectro de freqüência com as demais
tecnologias celulares existentes.
O GSM foi adotado como
padrão Europeu em meados dos anos 80 e
introduzido comercialmente em 1992, operando na
faixa de freqüência 935-960 MHz para recepção
e 890-915 MHz para transmissão. O GSM possui uma
arquitetura aberta, o que permite a combinação
de equipamentos de diferentes fabricantes,
possibilitando assim a manutenção de preços
baixos. A seu favor, contabiliza-se ainda uma
larga infra-estrutura já implantada de mais de
US$ 50 bilhões de dólares, com mais de 150
redes celulares do tipo GSM-900, DCS-1800 e
PCS-1900 com mais de 57 milhões de assinantes
distribuídos em 98 países; mais de 45 milhões
de assinantes se concentram somente na Europa
Ocidental (23 países). O GSM é hoje,
indiscutivelmente, o padrão mais popular
implementado mundialmente.
Em resumo, os serviços de
comunicações de segunda geração são baseados
em sistemas de alto desempenho, alguns com
capacidade, no mínimo, três vezes superior à
dos sistemas de primeira geração.
Caracterizam-se, em geral, pela utilização de
tecnologia digital para transmissão tanto de voz
quanto de sinalização.
Além dos sistemas
celulares vistos até aqui, existe ainda uma
outra linha de desenvolvimento, conhecida como
"cordless systems" ou "cordless
telephones", ou seja, sistemas sem fio ou
telefones sem fio, ou ainda CT. Esses sistemas
têm experimentado diferentes níveis de sucesso
ao longo do tempo e encontram-se em uso em
milhões de residências ao redor do mundo.
Estima-se que nos EUA
existam mais de 60 milhões de telefones sem fio,
dos mais diferentes tipos e/ou modelos. O seu uso
era considerado ilegal na Europa nos anos 80,
embora certamente um considerável número de
aparelhos operasse em milhares de residências.
Surgiu então um padrão europeu, o CT1 (Cordless
Telephone 1), com 80 canais, operando nas faixas
914-915 MHz (móvel para base) e 959-960 MHz
(base para móvel).
Vários novos padrões se
sucederam ao CT1 e foram considerados digitais na
medida em que digitalizavam o tráfego de voz
para transmissão sobre a interface aérea. Uma
das suas principais atrações é a qualidade do
sinal, que é enviada a uma taxa de 32 kbit/s -
os sistemas celulares digitais convencionais
adotam geralmente taxas de até 13 kbit/s. Dentre
esses padrões convém ressaltar o CT2 (Cordless
Telephone 2), o DECT (Digital European Cordless
Telephone), o PHS (Personal Handyphone System)
desenvolvido no Japão e o PACS (Personal Access
Communications Services ) proposto pelo Bellcore
nos EUA.
O CT2 foi projetado para
uso em ambientes domésticos e empresariais e
pode ser usado como teleponto, ou seja, oferece
ao usuário a possibilidade, quando este estiver
próximo de cabinas ou postes devidamente
equipados, de ingressar na rede de telefonia
pública comum. O DECT oferece uma estrutura de
comunicações sem fio para alta densidade de
tráfego, telecomunicações de curta distância
e cobre uma ampla gama de aplicações e
ambientes. O PACS suporta serviços de voz, dados
e imagens de vídeo para uso em interiores e
microcélulas.
Como resposta à má
qualidade de serviço oferecida por sistemas
analógicos, à sua inabilidade de adequar
capacidade à demanda e à elitização de seus
serviços dada a exorbitância dos preços,
surgiu, na Inglaterra, em 1989, o conceito PCN
(Personal Communications Network). O
"Department of Trade and Industry"
(DTI), órgão governamental responsável pelo
setor de telecomunicações do Reino Unido,
disparou um processo de consulta sobre o
desenvolvimento de um sistema rádio que
fornecesse serviços bidirecionais de
telecomunicações de alta qualidade, para
ambientes fixos e móveis, a um custo acessível.
A meta era o mercado de massa, constituído
potencialmente por milhões de usuários,
promovendo, desta forma, uma competição com o
sistema celular. A arquitetura do sistema seria
suportada por uma ampla estrutura microcelular
para possibilitar o uso de terminais de baixa
potência e, conseqüentemente, leves para serem
transportados no bolso (pocket-size). A faixa de
freqüência mais adequada estaria entre 1,7 e
2,3 GHz, por estar menos congestionada que a
faixa do celular convencional, em torno dos 900
MHz, e a atenuação adicional da nova faixa
seria compensada pela menor dimensão das
células. Nos EUA, esse serviço, que pretende
ser cada vez mais o meio de comunicações entre
pessoas e não entre lugares ficou, conhecido
como PCS (Personal Communications Service). O
termo PERSONAL ou PESSOAIS é visto como
ponto-chave em termos mercadológicos porque
captura a imaginação e inspira liberdade,
individualidade e algo feito sob medida. As
operadoras vêem nessa solução uma forma de
melhorar os serviços já oferecidos onde se
incluem atualmente os celulares, os
"pagers" e a própria rede fixa de
telefonia convencional.
Na Europa, as primeiras
aplicações de PCS surgiram no final de 1993 com
o sistema DCS-1800, uma variante do GSM operando
com potências menores e em uma faixa de
freqüência mais alta. Em janeiro de 1998,
apenas na Alemanha, França e Inglaterra,
existiam cerca de 3,7 milhões de assinantes
nessa tecnologia.
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