Os desafios na vida do novo cristão (2)
O que é que eu fiz?

Vendedores e comerciantes dão a isso o nome de "arrependimento do comprador".  É o tipo de coisa que se sente quando se compra um carro novo.  Você assinou no espaço reservado para esse fim.  Comprometeu-se de fazer prestações durante muitos meses. Então começam a surgir em sua mente as perguntas: "Será que eu não devia ter esperado um negócio melhor?", "Será que me passaram a perna?", "Será que não dava mesmo para ficar com o carro velho?", "E se eu perder o emprego e não conseguir pagar a dívida?", "O que é que eu fiz?".

O mesmo tipo de dúvida pode surgir depois que você fez o maior compromisso da sua vida S tornar-se um discípulo de Jesus.  Você fez o que era certo?  Você foi enganado por algum mestre falso?  Você fez realmente o que Deus queria que fizesse?  Você está realmente salvo?

É bom reexaminarmos a nossa conversão a Cristo para lembrarmos de "quando no princípio cremos" (Romanos 13:11).  Paulo desafiou os discípulos de Corinto: "Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos.  Ou não reconheceis que Jesus Cristo está em vós?  Se não é que já estais reprovados" (2 Coríntios 13:5).  Outros foram incentivados a se lembrar "dos dias anteriores, em que, depois de iluminados, sustentastes grande luta e sofrimentos" (Hebreus 10:32). Conheço cristãos que, logo após a conversão, registraram exatamente o que tinham feito, por que tinham feito e como se sentiam por ter feito. Ler tal registro podia ser bem útil para manter viva a lembrança de nossa primeira resposta ao evangelho.  Mas, independente das circunstâncias específicas de sua conversão, você no fundo fez o que cada discípulo fez.  Há uma uniformidade em todas as nossas experiências.  "Há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos" (Efésios 4:4-6).  Vamos rever o que fizemos.

A seqüência de acontecimentos essenciais na conversão é identificada em Romanos 10:10-17:  pregar, ouvir, crer, invocar a Jesus e confessá-lo como Senhor. Padrão semelhante encontra-se em 1 Coríntios 15:1-4; o evangelho foi pregado e aceito; salvou; está sendo guardado. Esse evangelho de que todos ouvimos começa com a péssima notícia de que estamos perdidos por causa de nossos pecados contra Deus (Romanos 3:23; 6:23). Jesus deu sua vida sem pecado em sacrifício para pagar os nossos pecados (Hebreus 9:14). Cremos no testemunho das testemunhas que escreveram sobre a sua vida, seus ensinos, sua morte e sua ressurreição (João 20:30-31). Fomos atraídos a ele pela história da cruz (1 Coríntios 1:18). Nós o amamos porque ele nos amou primeiro (1 João 4:19). Lamentamos ter pecado e nos voltamos a uma nova vida, em que aprendemos de Jesus e o servimos. Por sua ordem, fomos batizados, enterrando o velho e ressurgindo para uma novidade de vida em Cristo (Marcos 16:16; Romanos 6:3-4). Concordamos em observar todas as cosas que ele mandou (Mateus 28:19-20).

Fizemos o mesmo que fizeram 3.000 pessoas ao ouvir o apóstolo Pedro pregar o evangelho em Jerusalém (Atos 2).  Fizemos o que o eunuco etíope fez quando Filipe lhe ensinou sobre o Cordeiro que foi levado ao matadouro (Atos 8:27-40).  Fizemos o que Saulo de Tarso fez quando descobriu a verdade sobre Jesus (Atos 9; 22; 26).  Fizemos o que Cornélio e sua família fizeram (Atos 10); o que Lídia e sua família fizeram (Atos 16:12-15); o que o carcereiro e sua família fizeram (Atos 16:25-34); o que muitos coríntios fizeram (Atos 18:8).  Nossas histórias são todas iguais.  Todos viemos a Cristo.

Rever o que fizemos fortalece a nossa fé naquilo que foi feito para nós.  Deus nos "fez idôneos à parte que vos cabe da herança dos santos na luz.  Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do filho do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados" (Colossenses 1:11-14).  Passamos "da morte para a vida" (João 5:24).  "Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus" (1 João 3:1).

-por Steve Cawthon

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