Querido Diário
Esse texto foi escrito por minha irmã,
que doravante chamarei de Vera

São Paulo, 09 de agosto de 1997
Querido Diário,
Hoje eu acordei com alguém literalmente "pulando" em cima de mim! Não, não pense que foi minha gata Quindim... Não Querido Diário, foi a Carolzinha!
Ela simplesmente abriu a porta do quarto (minto, foi a Tia dela quem abriu, pois ela não alcança a maçaneta), subiu na cama e se jogou sobre mim! Tomei um susto! A Carol morreu de dar risada. Tentei explicar que não tinha graça, mas isso só fez ela se divertir mais!
A manhã foi difícil. Saí com a Carol e minha irmã pra ir buscar uma "HD" num fornecedor. Que caos! Primeiro minha irmã (que doravante chamarei de Marina) disse que sabia o caminho, mas depois provou o contrário, já que ela fez eu passar duas vezes pela mesma rua, indo na mesma direção.
A casa do fornecedor, pra minha surpresa, e pra surpresa do meu carro, ficava numa descida. Outro desespero!!! Como convencer o caro a não descer ladeira abaixo? Você, Querido Diário, deve pensar: "Que idiota! Você devia ter puxado o freio de mão!" Mas quem disse que o freio de mão funciona? Funciona nada... puxar o freio de mão é permitir que a gravidade atue!!! Depois de várias tentativas, virei o volante na direção da calçada, desliguei o motor, travei o volante e deixei a primeira engatada. Assim o carro só andou até bater com o pneu na calçada. Que alívio!
Na casa do cara da HD tinha um menino, o Pedro, de 3 anos de idade, que queria tirar tudo da mão da Carolina. Que vontade de dar umas porradas no menino... mas a Marina não deixou! O menino queria que eu desse todas as minhas chaves para ele brincar... já pensou o que ele faria com elas? E quando eu tivesse que ir embora, então, aonde estariam as chaves? A resposta é óbvia: dentro do tênis dele, o qual ele trouxe para me mostrar! Que pentelho! Ah, também tive que ouvir a música que ele aprendeu na escola pra cantar pro pai dele no dia dos pais. Vocês precisavam ver que "gracinha"!!!
Assim que tiver oportunidade, QD (de agora em diante, chamarei o querido diário de QD), vou cantar essa música pros meus amigos da BBS Sensual. Eles vão adorar!
Pouco antes do almoço, deixei as meninas (a Carol e a Marina) em casa e fui ver uma loja que um amigo meu tinha para alugar! Que chato! No caminho ele encontrou um inquilino dele que não paga o aluguel faz tempo. Eu tive que ficar ouvindo uma hora de discussão entre os dois.... debaixo de chuva, é claro!
Pra completar todos esses bonitos fatos do dia, hoje eu dei aula pra minha aluna "quase" mais tapada de todas. Digo quase... bom, depois eu explico porque eu digo "quase".
Ela não entende nada, e passa a aula me olhando com cara de interrogação. É tão agradável! :-)
Sabe, eu não tenho mais nada pra escrever, então vou explicar pra você o motivo de eu ter escrito quase lá em cima:
É o seguinte: Eu tenho um aluno que se chama José Roberto. O primeiro contato que nós tivemos foi por telefone. Ele ligou pra cá, me perguntou sobre minhas aulas e quis marcar uma aula comigo. Eu achei estranho porque me parecia que ele tinha um "sotaque" diferente. Por esse motivo, perguntei se ele era estrangeiro, ao que ele respondeu negativamente. Pra começar com as aulas, marcamos de nós encontrar na porta da biblioteca de história da USP. Eu falei como eu estaria vestida, e ele me disse como ele era, pra que pudéssemos nos reconhecer: loiro de olhos azuis. Bom, daí eu realmente achei que ele fosse estrangeiro. Chegando lá, me aparece um cara horroroso, tipicamente brasileiro, porém loiro de olhos azuis! Bom, o sotaque era típico nordestino! :-)
Comecei a dar aulas pra ele naquele dia. E foi nesse dia que aconteceu o não esperado: eu perguntei:
(What´s your brother´s name?) Qual o nome de seu irmão?
(My brother´s name is Craudio!) O nome do meu irmão é Craudio.
O negócio não parou por aí... piorou muito no dia que eu fui ensinar as cores pra ele, e ele até hoje diz que azul em inglês se fala "brue"!
QD, vou ficando por aqui...
até amanhã!
