Clube dos Escritores

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Impressionismo

Pesquisadora: Rosângela Scheithauer

CAMINHADA SOBRE A ARTE - 1a. Etapa



Resolvi escrever um pouco sobre um dos temas que mais me fascina que é artes. Não pensem que tudo o que está aqui escrito saiu da minha cabeça pois não sou „genia" prá guardar tantos dados. Óbviamente dei uma boa pesquisada nos meus inúmeros livros e a „nata" da pesquisa é a que colocarei aqui para voces. Quem não concordar com alguma coisa, que „grite" na hora! Aceito críticas construtivas. Gostaria de dar atenção a vários países da Europa uma vez que cada um tem seu grande valor de destaque na arte. Começarei com a França que, na minha opinião, foi a que mais contribuiu para o Impressionismo, aquele que merecerá destaque nesta caminhada.



Colocando à parte a valiosa riqueza artística encontrada em Paris, existem também extraordinários tesouros nas províncias francesas que refletem a variedade de sua história cultural. Avignon, por exemplo, foi um importante centro artístico no século XIV, seguindo por Aix no século XV e subsequentemente nos séculos XVI e XVII quando se tornou a capital da Provença. A Borgonha (antiga Burgundia), tendo Dijon como sua capital, floresceu durante o século XV e lá podemos encontrar vestígios de antigas glórias. No Norte da França, Rubens e van Dyck pintaram para algumas igrejas e conventos em Lille, Cambrai, Valenciennes e Arras, desta maneira enriquecendo as galerias destas cidades. No final do século XIV floresceu na corte da Borgonha um estilo aristocrata que combinava o esplendor decorativo com detalhes naturalísticos chamado Gótico Internacional. A Borgonha foi, naquele período, o mais importante centro artístico depois da Itália.



O século XV não deixou muitas reminicências de seu período. O maior pintor foi Jean Fouquet sendo que algumas de suas grandes obras podem ser apreciadas em Aix e Moulins. O século XVII, por sua vez, viu um pouco de dois estilos que foram o Classissismo Francês e a criação do estilo decotativo espetacular de Versailles, uma homenagem à autocracia centralizada de Luis XIV. Ao final deste século houve uma marcante tendência ao estilo barroco através dos pintores de la Fosse, Jouvenet e Rigaud. Já no princípio do século XVIII a pomposidade de Versailles foi substituida pela graça e informalidade do Rococó, desenvolvendo-se a partir do toque melancólico de Watteau, criador da „fete galante" (festa galante) até à voluptuosidade de Boucher. À partir de 1839, disputando a severidade do Neo-Classissismo, deu-se início às apaixonadas imaginações dos artistas românticos, entre eles Gericault, obcecado com os temas morte, conflito e loucura. Outro romântico foi Delacroix mostrando muita energia, cor e imagens turbulentas em suas telas.

Iniciou-se, então, em 1840 um forte desejo de novos e realísticos motivos sobre a vida cotidiana, as paisagens naturalísticas e as cenas camponesas dos pintores de Barbizon. A arte rebelde e anti-acadêmica de Manet nos anos de 1860 foi a pavimentadora dos caminhos para o Impressionismo.


Claude Monet


Seus temas contemporâneos e sua perfeita justaposição da luz e da sombra escandalizaram o público mais do que os trabalhos politicamente controversiais de Coubert. Os impressionistas preocupavam-se menos com o realismo social e mais com as impressões visuais (daí o nome impressionismo) através da luz e cor. Eles eram quase que na totalidade pintores de paisagens preocupados em capturar os efeitos elusivos da luz na água, reflexos coloridos na neve ou mesmo a luz do sol penetrando por folhas. A total falta de interesse nos padrões acadêmicos de composição e desenho chocou o público, motivo porque a maioria dos impressionistas morreu pobre . Não vendiam!




Claude Monet


Era uma pintura com tanta luminosidade e cores vivas - até mesmo as sombras eram tingidas com cores vibrantes. Pontinhos, riscos e manchas de tinta conseguiam refletir genialmente a luz do sol ou o brilho da lua em uma tela. O maior período do impressionismo durou de 1870 a 1880. Foi neste período que Sisley e Pissaro pintaram belíssimas paisagens;


Courbet, Gustave The Meeting, or "Bonjour Monsieur Courbet" 1854 Oil on canvas 50 3/4 x 58 5/8 in. (129 x 149 cm) Musee Fabre, Montpellier




Renoir e Monet pintaram o rio Sena e também Argenteuil. Mais tarde Monet, o mais apaixonado pela verdade visual, pintou uma série de quadros no qual o mesmo objeto seria visto em diferentes horas do dia e sob diferentes estações do ano.


Renoir, Pierre-Auguste Nini in the Garden 1875-1876 Oil on canvas 24 3/8 x 20 in. Philadelphia Museum of Art


Paul Cézanne, não menos renomado pintor impressionista, disse de seu colega: „Monet tem olhos... e quê par de olhos"!


CEZANNE, Paul A Modern Olympia c. 1873-1874 Oil on canvas 46 x 55.5 cm (18 x 21 3/4") Musee d'Orsay, Paris


Devido a altas dívidas, Monet foi forçado a se mudar em Janeiro de 1878 para o lugarejo Vétheuil no noroeste de Paris onde o Sena passa majestoso. Um de seus mais famosos quadros, pintado logo após a morte de sua esposa Camille, foi o „Vista de Vétheuil" (1881). À partir de 1898 até a sua morte em 1926, Monet dedicou-se quase que exclusivamente a um único tema, a nenúfar (rosas do lago). Para elas Monet mandou construir um lago artificial em seu próprio jardim a fim de tê-las perto de si e poder pintá-las de todos os ângulos. Já Renoir, cuja arte tem todo o charme do século XVIII, pintava nús artísticos, portraits e cenas radiantes da vida contemporânea francesa. Também na década 1870/80 Manet e Degas estavam largamente associados ao Impressionismo, porém não eram pintores de paisagens. Eles possuiam uma variedade maior de temas (dançarinas de balé, lavadeiras, bares, bordéis, etc.) e tentavam criar um novo estilo de composição à partir de pontos-de-vistas inesperados, „close-ups" e figuras sendo abruptamente cortadas pela moldura a fim de capturar-lhes o dinamismo da vida urbana moderna.


Degas, Edgar Le Defile Horses Before the Stands c. 1866-68 Essence on paper mounted on canvas 18 1/8 x 24 in (46 x 61 cm) Musee D`Orsay, Paris




A linha febril do holandês Van Gogh, que por muitos anos viveu na França até morrer louco em um hospício, e seu dramático uso de cores puras levaram ao Fauvismo e ao Expressionismo. Tanto Cézanne quanto Seurat preocupavam-se em dar profunda realidade às efêmeras descobertas dos impressionistas. Toulouse-Lautrec pintou com lúrida melancolia de fim-de-século o mundo dos bordéis, cabarés e teatros. À partir deste período, Paris tornou-se o centro dos movimentos internacionais - do Fauvismo (Matisse, Derain, Vlaminck); do Cubismo de Braque e de Picasso, que criou uma nova linguagem para explorar o espaço e o volume; do Surrealismo (Dali) e da Escola de Paris.

Tendências recentes indicam a arte de Jean Dubuffet e o Taquismo de Georges Mathieu e François Arnal. As maiores e mais famosas obras impressionistas encontram-se no Museu Jeu de Paume e no Musee D`Orsay - ambos em Paris. Dentre elas destacam-se as pinturas do Rio Sena por Monet, Sisley e Renoir; a Catedral de Rouen pintada em várias estações do ano, bem como suas belíssimas nenúfares; as banhistas de Renoir e os mais belos trabalhos dos Pós-Impressionistas como Cézanne, Gauguin, van Gogh, Seurat e Toulouse-Lautrec.

Penso ter-lhes transmitido um recado à altura da maravilha que foi este período da arte. Espero que tenham tido uma boa impressão ! ...........


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