"Em uma sociedade racional, os melhores de nós deveriam aspirar a serem professores
e os demias se conformarem com algo menos porque passar a civilização de uma geração a
outra deve ser a mais alta honra e a mais alta responsabilidade que qualquer um pode
ter" (Lee Iacocca)
A grave crise pela qual passa a educação no país jamais será resolvida construindo-se
prédios, equipando-se escolas com os mais avançados equipamentos de informática,
inovando-se os métodos de ensino através dos mais eficientes métodos didáticos,
pagando-se quanto quer que seja para que os alunos estudem a não ser que se invista no
elo mais essencial da cadeia do conhecimento: o professor.
Confesso que de todos os professores que tive muito poucos conseguiram deixar uma marca na
minha vida, mas estes poucos certamente serão lembrados por mim sempre porque jamais
poderei esquecer o quanto de mim se deve a eles. Mas professores assim são mais difíceis
de serem encontrados a cada dia, o ofício do magistério - mais nobre exercício
profissional dentre todos - tornou-se uma pecha, um ofício infamante, quase um exercício
de ïntocáveis".
Mencionei há alguns meses um episódio no qual uma pessoa tentando elogiar um amigo disse
que ele poderia ter sido qualquer coisa devido ao seu talento e inteligência, no entanto
preferiu ser professor. Por detrás do elogio havia algo desta má imagm do professor,
deste descaso com as pessoas que carregam nas costas a responsabilidade de educar as novas
gerações.
Uma frase da qual desconheço o autor resume esta imensa responsabilidade: "se um
aluno falha, um indivíduo se perde; se um professor falha, toda uma geração está
condenada". Fala-se tanto de futuro, de novas tecnologias, de avanços científicos,
mas sem o professor não existe este futuro.
Alguém poderá questionar que a responsabilidade por esta "má imagem" sõa os
próprios professores que, com raras exceçÕes, são omissos, irresponsáveis, sem
vocação, sem amor pela profissão, relaxados, entre muitas outras críticas que pdoeriam
ser feitas e que com algumas ressalvas sõa verdadeiras em especial na escola pública.
Mas estes anti-professores não são responsáveis pelas suas falhas a Não ser na medida
em que aceitaram uma responsabilidade com a qual não tem vocação para arcar. O grande
responsável é o Estado que cometeu o crime hediondo de permitir a degeneração do mais
nobre dos ofícios.
Foi o Estado que transformou a profissão do Magistério numa opçõa tão pouco atrativa
- e não só financeiramente - que só um número decrescente de abnegados e um número
crescente de pessoas sem capacidade para ganhar a vida de outro jeito tornarem-se
professores.
Foi este Estado, por exemplo, que reduziu drasticamente o salário - e consequentemente a
posição social - dos professores, foi este Estado que não se empenhou em realizar
concursos constantes e de alto nível que permitissem uma triagem severa e uma carreira
estável.
É evidente que o segmento precisa de uma limpeza drástica, mas isto só será possível
quando a carreira do magistério voltar a ser atrativa para as pessoas com talentos e
capacidades à altura da tarefa essencial que tem de desempenhar.