27 de agosto de 1999
Acordei, não sei que horas, acho que umas
seis da manhã, e fiquei ouvindo walk-man. Pouco depois,
paramos no posto. Eu olhei na minha imagem refletida e arrumei
o topete. Meus amigos tiraram uma e o organizador da caravana,
que estava sentado ao meu lado, disse:
- Que viadagem.
Eu me levantei, peguei minha escova de dentes, olhei para eles
e disse:
- Vão todos à merda.
E saí. Eles ficaram me olhando, mas quem mandou mexer
com um cara que não dormia direito à duas noites?
Escovei os dentes e fiquei andando pelo posto pra acordar. Voltei
para o ônibus e continuamos nossa viagem. Já tinha
um pessoal que, animado por estarmos sempre conversando lá
na frente, tinha saído lá de trás, onde
a turma do "legalize" dominava pra ir lá falar
besteira com a gente. Tiramos várias fotos, mas no fim
da viagem Flávio não estava achando os filmes.
Eu espero que ele encontre.
Chegamos na USP às onze horas e encontramos uma colega
nossa, lá. Ela nos abraçou, disse que estava preocupadíssima
com todos, bem como todo o pessoal que ficou por aqui. Queria
ouvir nossas histórias e nós começamos a
brincar dizendo que o policiais tremeram quando viram que a gente
tinha ido, por isso não tinham o que se preocupar. De
repente, essa menina disse, rindo:
- O Luciano disse que ficaria viúva.
Eu ri e respondi:
- Esse Luciano é fogo.
Mas não perguntei viúva de "quem" ela
ficaria. Podia ser qualquer um dos três que estavam na
roda, mas eu preferi não colocá-la nessa situação
constrangedora. Nem tão pouco nenhum de nós três,
principalmente se fosse eu.
Afinal, peguei um ônibus, fui até o Anhangabaú
e de lá até o Belém para pegar meu ônibus
para casa. Cheguei, comi, pedi para minha mãe desmarcar
a consulta médica que eu tinha para hoje e marcá-la
pra sexta que vem. Depois de muita discussão, acabaram
aceitando que eu não iria ter tempo de ir lá antes
desse dia.
Eu dei o maior fora com minha mãe, coitada... estou muito
arrependido. Eu vi o que tinha de comida e era arroz, salada
e frango com batatas. Eu disse: "ah, pensei que tinha algo
de diferente, isso eu comi no posto". Ela ficou chateada,
pois tinha feito a comida ontem à meia noite, de medo
de que eu chegasse de madrugada, com fome e não tivesse
nada pra eu comer. Tudo o que eu pude fazer foi comer e elogiar.
E estava gostoso de verdade, mas eu já tinha dito a besteira.
Dormi a tarde inteira, acordei às sete da noite e fui
jantar. A mesma comida.
Meu irmão foi pra Ribeirão Preto. Eu tenho muita
coisa pra fazer pra faculdade e amanhã vou ter que sair
cedo com meu pai pra ir ajudá-lo no serviço. E
assim está minha vida. Acabei não indo pro Rio
com Marcus, mas também eu não tinha dinheiro para
ir, mesmo que não fosse para Brasília.
Chega, foram dias legais, mas agora veremos o futuro o que aguarda.
Estou com sono... vou dormir.


