Ao estudarmos Simbologia tomamos conhecimento
dos poderes representativos dos Símbolos, mas também de seus
poderes intrínsecos, ocultos. Tudo o que há de criado na
terra tem sua conotação de valores dentro da Simbologia que
abrange todas as seitas e religiões, cuja sabedoria milenar ultrapassa
a barreira dos tempos.
Falemos em especial sobre os nomes, eles
são formas mântricas, ao serem nomeados criam vibrações
positivas ou negativas, dependendo de que representam simbolicamente. Pôr
isso todos deveriam informar-se seriamente antes de colocarem a razão
social de uma firma, fábrica, banco, loja, etc., nomes em ruas,
praças, avenidas, seitas, religiões, ordens, animais, pessoas,
etc...
Nos dias de hoje houve uma abertura bem
acessível de toda esta parte da Simbologia, que até bem pouco
tempo encontrava-se hermeticamente velada.
Mesmo assim, talvez pela falta de informações,
isto ocorre, e o engraçado é que hoje em dia esta preocupação
em colocar nomes certos no que quer que seja, é muito mais encontrada
em mio aos povos ditos “primitivos” (porque na verdade não o são),
os que mantêm em si arraigados os conhecimentos da Sabedoria da Antiga
Tradição.
Trabalhando neste vasto campo de pesquisas
esbarramos com algo que revela muito bem tudo o que até agora falamos.
Vamos pôr parte. Há poucos dias atras ocorreu uma catástrofe
que abalou a todos nós brasileiros, principalmente às crianças.
A queda do avião onde estavam entre outros os componentes do grupo
musical MAMONAS ASSASSINAS. Foi um choque e uma tristeza, mesmo para os
que não gostavam das músicas que o grupo cantava, porque
em síntese, eles representavam uma alegria irreverente, bem à
brasileira, e acima de tudo eram todos, comandante, co-piloto e passageiros
tão jovens!
A vida meteórica de sucessos dos MAMONAS
ASSASSINAS foi ceifada inesperadamente, como que por um passe de mágica,
a bem pouco tempo eles estavam aí fazendo muitos rirem, incomodando
a outros, e de repente se foram. Estas sensações do inesperado,
da inquietude que traz o desconhecido, da insegurança, da ausência
de lógica, provoca na mente de todos nós um caos, em alguns
revolta, em outros o medo. O ser humano, através dos tempos, sempre
temeu a tudo aquilo que sua limitada razão não pode explicar.
Mas e o nome, o que tem ele a haver com tudo
isto? Todo o pesquisador no campo da Simbologia sabe de sua importância,
pode vir a ajudar seu portador, prestigiá-lo, protegê-lo,
como também anular suas potencialidades, torna-lo vulnerável
para que lhe ocorra percas, acidentes, desilusões, etc...
Falemos, agora, especificamente sobre os
MAMONAS ASSASSINAS, por que o grupo tinha este nome? Quem o colocou? De
onde veio esta idéia? Perguntas, estas, que só eles e seus
familiares podem responder.
Mas nós como pesquisadores passamos o nosso conhecimento
sobre o valor simbólico da MAMONA. Comecemos pelo o que sobre ela
está escrita no Livro dos livros, a Bíblia.
-“Depois de Ter pregado em Nínive
sob a ordem de Deus, Jonas torna-se triste e inquieto porque não
consegue entender todas as atitudes de Deus, sente-se como se estivesse
a viver num mundo privado de leis e, por essa razão, caótica.
Deus percebendo toda esta aflição de Jonas faz crescer uma
MAMONA a fim de dar sombra à sua cabeça, pois refrescando-a
resfriaria suas emoções tão conturbadas quanto aos
desígnios de Deus. Ao ver este pé de MAMONA produz-se em
Jonas uma alegria muito grande.
No dia seguinte, na aurora, Deus fez surgir um
verme, este pica a mamona, que seca logo em seguida, morrendo. Quando o
sol se levanta, Deus faz soprar do oriente um vento abrasador que faz com
que Jonas desfaleça de calor. Jonas, então, se irrita contra
Deus e declara que a morte é preferível a vida, do que se
adianta viver se as alegrias, as satisfações são tão
breves, duram apenas um dia!”
Daí o diálogo entre Deus e Jonas. As atitudes de Deus
são imprevisíveis e não deverão ser julgadas
pelos homens.
Este dinamismo criativo de Deus que comporta
alternâncias aparentes de decisões, de contra-ordens e de
mudanças inesperadas, encontra-se também registrado em Jeremias
(18, 6-10).
Narramos a parte Bíblica que vem a reforçar o conhecimento
da Simbologia, bem mais antiga do que Ela.
Quais serão os esclarecimentos simbólicos
da MAMONA? Esta representa o aspecto ininteligível da existência,
tudo o que é imprevisível, a insegurança do homem
com tudo isto, a ausência da lógica ou antes uma lógica
cujo segredo não consegue descobrir, quanto mais entender.
O crescimento e a morte repentina do pé
de MAMONA bíblico, representa bem a milenar simbologia da MAMONA,
símbolo de morte súbita e sem lógica aparente. Morte
em sua plenitude de poder, de beleza, de juventude, pois a MAMONA de Jonas
só existiu por um dia, mas mesmo assim cumpriu seu destino bonito,
trouxe paz, alegria, e conforto à Jonas.
Deus nunca falou ou fala aos homens por
palavras orais, sonantes sim através dos símbolos, por eles
falam as falanges angélicas e todos os seres que habitam os planos
de vida evolucionários.
Também no caso do Jonas, Deus não usou a MAMONA por
acaso ao querer dar uma lição à ele, lançou
foi mão de uma simbologia.
Realmente a incoerência das coisas, o absurdo dos acontecimentos
escapam a lógica humana, principalmente a morte súbita de
jovens em acidentes, etc...
Quando tudo isto ocorre devemos parar,
repensar no valor de nossa vida terrena, e meditarmos que tudo isto que
nos aflige pode depender de uma outra lógica, A breve vida do pé
de MAMONA convida ao homem a não se fiar na sua dialética
tão falha; existe outra que lhe é superior, cujos desígnios
escapam a nossa limitada compreensão.
Por tudo isto, é pena que jovens tão
alegres, saudáveis, bonitos, de bons costumes e formação,
tivessem batizado seu grupo musical de MAMONAS e ainda por cima ASSASSINAS,
tudo que tem som é mântrico, tem força própria,
e aí está se foram...
Mas como o símbolo da MAMONA também tiveram
o grupo bela passagem por esta vida, serão lembrados com saudade
e carinho; onde estão agora não são mais MAMONAS ASSASSINAS,
mas sim o que nunca deverias ter deixado de ser, UTOPIA, um belo nome,
o sonho de todos nós.
Nelly
Maria Stockler
Pesquisadora de Culturas e Povos
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Prof. de Wichcraft