A destruição da grande biblioteca
de Alexandria foi completada pelos árabes em 646 da era cristã.
Mas essa destruição fora precedida de outras, e o furor com
que essa fantástica coleção de saber foi aniquilada
é um mistério que permanece até hoje, os fatos narrados
nesta coluna se baseiam em uma ampla pesquisa ligada à existência
de uma Ordem Secreta, cujo um dos objetivos é manter a humanidade
fora de seu direito de conhecer sua real origem, e seus membros são
conhecidos como Os Homens de Negro, tema de minha reportagem anterior (Revista
Atrium de Maio/98).
A biblioteca de Alexandria parece ter sido fundada por Ptolomeu
I ou por Ptolomeu II, sendo que com certeza era um oficial de Alexandre,
o grande, que após a sua morte se proclamou-se faraó do Egito,
dando origem a Dinastia Ptolomaica que durou de 323 a 30 A.C. A cidade
foi fundada, como seu próprio nome diz, por Alexandre, o Grande,
entre 331 e 330 a.C. E passaram-se quase mil anos antes da biblioteca ser
destruída.
Alexandria foi, talvez, a primeira cidade
do mundo totalmente construída em pedra, sem que se utilizasse nenhuma
madeira, para ser a capital do Egito, o que durou quase mil anos. A biblioteca
compreendia dez grandes salas, e quartos separados para os consultantes
e pesquisadores, sabe-se através de documentos secretos que foi
a partir de sua construção que uma Ordem Secreta foi organizada
e estruturada conhecida como Os Bibliotecários, os guardiões
do saber ocidental, acredita-se que havia um intercâmbio cultural
com diversas Escolas de Mistérios, entre elas, a dos Druidas.
Discute-se, ainda, a data de sua fundação
e o nome de seu fundador, mas o verdadeiro fundador, no sentido de organizador
e criador da biblioteca, e não simplesmente do Faraó que
reinava no tempo de seu surgimento, parece ter sido um personagem de nome
Demétrios de Phalère.
Desde o começo, ele agrupou setecentos mil livros e
continuou aumentando sempre esse número. Os livros eram comprados
às custas do tesouro do Faraó.
Esse Demétrios de Phalère, nascido entre 354
e 348 a.C., parece ter conhecido Aristóteles. Segundo consta sua
primeira aparição ocorreu em 324 a.C. como orador público,
em 317 foi eleito governador de Atenas e governou-a durante dez anos, de
317 a 307 a.C, como legislador impôs um certo número de leis,
notadamente uma, a de redução do luxo nos funerais.
Depois foi banido de seu governo e partiu para Tebas, onde
escreveu um grande número de obras, uma com título estranho:
SOBRE O FEIXE DE LUZ NO CÉU, que é, provavelmente, a primeira
obra relatando sobre os discos voadores.
Em 297 a.C., o faraó Ptolomeu convenceu Demétrios
a instalar-se em Alexandria. Reza a
lenda que fundou então, a biblioteca. Ptolomeu I morreu em 283 a.C.
e seu filho Ptolomeu II exilou Demétrios em Busiris, no Egito, onde
foi mordido por uma serpente venenosa e morreu.
Demétrios tornou-se célebre
no Egito como mecenas das ciências e das artes, em nome do Rei Ptolomeu
I. Ptolomeu II continuou a interessar-se pela biblioteca e pelas ciências,
sobretudo pela zoologia. Nomeou como bibliotecário, Zenodotus de
Éfeso, nascido em 327 a.C., e do qual ignoram-se as circunstâncias
e data da morte. Depois disso, uma sucessão de bibliotecários,
através dos séculos, aumentou a biblioteca, acumulando pergaminhos,
papiros, gravuras e mesmo livros impressos, se formos crer em certas tradições.
A biblioteca continha portanto documentos inestimáveis. Colecionou,
igualmente, documentos dos inimigos, notadamente de Roma.
Sabe-se que um bibliotecário se opôs, violentamente,
à primeira pilhagem da biblioteca por Júlio César,
no ano 47 a.C., mas a História não tem seu nome. O que é
certo é que já na época de Júlio César
a biblioteca de Alexandria tinha a reputação corrente de
guardar livros secretos que davam poder praticamente ilimitado.
Quando Júlio César chegou a Alexandria, sob
o pretexto de prender Marco Antônio e Cleópatra, a biblioteca
tinha pelo menos setecentos mil manuscritos. Quais eram? e por que se começou
a temer alguns deles?
Os documentos que sobreviveram dão-nos uma idéias
precisa. Haviam livros em grego. Evidentemente toda essa parte que nos
falta da literatura grega clássica. Mas entre esses manuscritos
não deveria aparentemente haver nada de perigoso.
Ao contrário, o conjunto de obras
de Bérose é que poderia interessar. Sacerdote babilônico
refugiado na Grécia, Bérose nos deixou o relato de um encontro
com extraterrestres: os misteriosos Apkallus, seres semelhantes a peixes,
vivendo em escafandros, e que teriam trazido aos homens os primeiros conhecimentos
científicos.
Bérose viveu no tempo de Alexandre, o Grande, até
a época de Ptolomeu I e foi sacerdote de Bel-Marduk na Babilônia.
Era historiador, astrólogo e astrônomo.
Inventou o relógio de sol semicircular. Fez uma teoria
dos conflitos entre os raios do Sol e da Lua que antecipa os trabalhos
mais modernos sobre a interferência da luz. Podemos fixar as datas
de sua vida em 356 a.C. nascimento e 261, sua morte. Uma lenda contemporânea
diz que a famosa Sybila, que profetizava, era sua filha.
A História do Mundo de Bérose,
que descrevia seus primeiros contatos com os extraterrestres, foi perdida.
Restam alguns fragmentos, mas a totalidade desta obra estava em Alexandria.
Nela estavam todos os ensinamentos dos extraterrestres.
Encontrava-se em Alexandria, também, o obra completa
de Manethon. Este, sacerdote e historiador egípcio, contemporâneo
de Ptolomeu I e II, conhecera todos os segredos do Egito. Seu nome mesmo
pode ser interpretado como “o amado de Toth” ou “detentor da verdade de
Toth”.
Era o homem que sabia tudo sobre o Egito, lia os hieróglifos,
e tinha contato com os últimos sacerdotes egípcios. Teria
ele mesmo escrito oito livros, e reuniu quarenta rolos de pergaminho, em
Alexandria, que continham todos os segredos egípcios, e provavelmente
o Livro de Toth. Se tal coleção tivesse sido conservada,
saberíamos, quem sabe, tudo o que seria preciso saber sobre os segredos
do Egito. Foi exatamente isto que se quis impedir.
A biblioteca de Alexandria continha igualmente obras de um
historiador fenícios, Mochus, ao qual se atribui a invenção
de teoria atômica, ela continha, ainda, manuscritos indianos extraordinariamente
raros e preciosos.
De todos esses manuscritos não resta nenhum traço.
Conhecemos o número total dos rolos quando a destruição
começou: quinhentos e trinta e dois mil e oitocentos. Sabemos que
existia uma seção que se poderia batizar de “Ciências
Matemáticas” e outra de “Ciências Naturais”. Um Catálogo
Geral igualmente existia, mas também foi destruído, teoricamente.
Foi Júlio César quem inaugurou essas destruições
e levou um certo número de livros, queimou uma parte e guardou o
resto. Uma incerteza persistia ainda em nossos dias sobre esse episódio,
e 2.000 anos depois da sua morte, Júlio César tem ainda partidários
e adversários.
Seus partidários dizem que ele jamais queimou livros na própria
biblioteca; aliás, um certo número de livros prontos a ser
embarcados para Roma, foram queimados num dos depósitos do cais
do porto de Alexandria, mas não foram os romanos que lhes atearam
fogo e ao contrário, certos adversários de César dizem
que grande número de livros foi deliberadamente destruído.
A estimativa do total varia de 40.000 a 70.000. Uma tese intermediária
afirma que as chamas provenientes de um bairro onde havia uma luta contra
os invasores chegaram a biblioteca e destruíram-na acidentalmente.
Parece certo, em todo caso, que tal destruição
não foi total. Os adversários e os partidários de
César não dão referências precisas, os contemporâneos
nada dizem, e os escritos mais próximos do acontecimento lhe são
posteriores de dois séculos.
César mesmo em suas obras, nada disse. Parece que ele
se “apoderou” de certos livros que lhe pareciam especialmente interessantes.
A maior parte dos especialistas em história egípcia
pensa que o edifício da biblioteca deveria ser de grandes dimensões
para conter setecentos mil volumes, salas de trabalho, gabinetes particulares,
e que um monumento de tal importância não pôde ser totalmente
destruído por um princípio de incêndio. É possível
que o incêndio tenha consumido estoques de trigo, assim como rolos
de papiro virgem. Não é certo que tenha devastado grande
parte da biblioteca, não é certo que ela tenha sido totalmente
aniquilada. É certo, porém, que uma quantidade de livros
considerados particularmente perigosos, desapareceu.
A ofensiva seguinte, a mais séria contra a biblioteca,
parece ter sido feita pela Imperatriz Zenóbia. Ainda desta vez a
destruição não foi total, mas livros importantes desapareceram.
Conhecemos a razão da ofensiva que lançou depois dela o Imperador
Diocleciano (284-305 d.C.). Documentos contemporâneos estão
de acordo a este respeito.
Diocleciano quis destruir todas as obras
que davam os segredos de fabricação do ouro e da prata, isto
é, todas as obras de alquimia. Ele pensava que se os egípcios
pudessem fabricar à vontade o ouro e a prata, obteriam assim meios
para levantar um exército e combater o Império. Diocleciano,
mesmo filho de escravos, foi proclamado imperador em 17 de setembro de
284. Era, ao que tudo indica, era um perseguidor nato de todas as Ordens
em seu tempo e o último decreto que assinou antes de sua abdicação,
em maio de 305, ordenava a destruição do cristianismo. Diocleciano
foi de encontro a uma poderosa revolta do Egito, e começou em julho
de 295 o cerco a Alexandria e que tomou a cidade, e nessa ocasião
houve massacres inomináveis da população. Entretanto,
segundo a lenda, o cavalo de Diocleciano deu um passo em falso ao entrar
na cidade conquistada, e Diocleciano interpretou tal acontecimento como
mensagem dos deuses que lhe mandavam poupar a cidade.
A tomada de Alexandria foi seguida de pilhagens sucessivas
que visavam acabar com os manuscritos de alquimia. E todos os manuscritos
encontrados foram destruídos, eles continham, ao que parece, as
chaves essenciais da alquimia que nos faltam para a compreensão
dessa ciência, principalmente agora que sabemos que as tramitações
metálicas são possíveis.
Não possuímos a lista dos manuscritos destruídos,
mas a lenda conta que alguns dentre eles eram obras de Pitágoras,
de Salomão ou do próprio Hermes. É evidente que isto
deve ser tomado com relativa confiança.
Seja como for, documentos indispensáveis davam a chave
da alquimia e estão perdidos para sempre: Mas a biblioteca continuou.
Apesar de todas as destruições sistemáticas que sofreu,
ela continuou sua obra até que os árabes a destruíssem
completamente.
E se os árabes o fizeram, sabiam por que o faziam. Já
haviam destruído, no próprio Islão, assim como na
Pérsia grande número de livros secretos de magia, de alquimia
e de astrologia.
A palavra de ordem dos conquistadores era
“não há necessidade de outros livros, senão o Livro”,
isto é o Alcorão. Assim, a destruição de 646
d.C. visava não propriamente os livros malditos, mas todos os livros.
O historiador muçulmano Abd al-Latif (1160-1231) escreveu: “A biblioteca
de Alexandria foi aniquilada pelas chamas por Amr Ibn-el-As, agindo sob
as ordens de Omar, o vencedor”. Esse Omar se opunha aliás a que
se escrevessem livros muçulmanos, seguindo sempre o princípio:
“o livro de Deus é-nos suficiente”. Era um muçulmano recém-convertido,
fanático, odiava os livros e destrui-os muitas vezes porque não
falavam do profeta.
É natural que terminasse a obra começada por
Júlio César, continuada por Diocleciano e outros.
Se documentos sobreviveram a esses autos-de-fé, foram
cuidadosamente guardados desde 646 d.C. e não mais reapareceram.
E se certos grupos secretos possuem atualmente manuscritos provenientes
de Alexandria, dissimulam isto muito bem.
Em 1692 foi nomeado para o Cairo um cônsul francês
chamado Mailett. Ele assinalou que Alexandria é uma cidade praticamente
vazia e sem vida. Os raros habitantes, que são sobretudo ladrões,
e se encerram em seus esconderijos. As ruínas das construções
estão abandonadas. Parece provável que, se livros sobreviveram
ao incêndio de 646, não estavam em Alexandria naquela época;
e supostamente a foram retirados por uma Ordem desconhecida. A partir daí
tudo são hipóteses. Fiquemos nesse plano que nos interessa,
isto é, o dos livros secretos que dizem respeito às civilizações
desaparecidas, alquimia, à magia ou às técnicas que
não mais conhecemos. Deixaremos de lado os clássicos gregos,
cuja desaparição é evidentemente lamentável,
mas escapa a nosso assunto.
Voltemos ao Egito. Se um exemplar do Livro
de Toth existiu em Alexandria, César apoderou-se dele como fonte
possível de poder. Mas o Livro de Toth não era certamente
o único documento egípcio em Alexandria. Todos os enigmas
que se colocam ainda sobre o Egito teriam, talvez, solução,
se tantos documentos egípcios não tivessem sido destruídos.
E entre esses documentos, eram particularmente visados e deveriam
ser destruídos, no original e nas cópias, depois os resumos:
aqueles que descreviam a civilização que precedeu o Egito
conhecido e deu origem as Escolas de Mistérios.
É possível que alguns traços subsistiam, mas
o essencial desapareceu, e essa destruição foi tão
completa e profunda que os arqueólogos racionalistas querem agora,
que se possa seguir a história do Egito, desde seu inexplicável
desenvolvimento da civilização do neolítico até
as grandes dinastias, sem que nada venha a provar a existência de
uma civilização anterior mais avançada.
Assim também a História, a ciência e a
situação geográfica dessa civilização
anterior nos são totalmente desconhecidas.
Formulou-se a hipótese que se tratava de civilização
de Negros. Nessas condições, as origens do Egito deveriam
ser procuradas na África. Talvez tenham desaparecido em Alexandria,
registros, papiros ou livros provenientes dessa civilização
desaparecida; outra corrente acredita que os chamados Reis Divinos fossem
os últimos atlantes, já que o primeiro Faraó humano
foi Manés, fundador da primeira dinastia. Foram igualmente destruídos
tratados de alquimia, os mais detalhados, aqueles que permitiram, realmente,
obter a transmutação dos elementos. foram destruídas
obras de magia. foram destruídas provas do encontro com extraterrestres
do qual Bérose falou, citando os Apkallus.
Prof. Flávio
Lins
tel: 264-4631
342-4652