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Tais foram os destinos dos heróis: alguns pereceram sob os muros de Tebas, a das sete portas, a terra de Cadmo, e alguns em Tróia, combatendo pela loira Helena. Eram filhos de deuses e mulheres mortais, depois de Zeus haver destruído a raça dos homens de bronze por sua impiedade. A primeira raça de homens foi a de ouro, ao tempo de Crono. Viviam como deuses, sem trabalhos nem dores, e não sofriam a velhice, mas adormeciam para morrer. Gaia, que produziu frutos para eles de bom grado enquanto viveram, manteve-os como doadores de riquezas e guardiães de homens. Veio depois uma raça inferior de homens, a raça de prata. Viviam muito tempo como infantes, cem anos de colo. Finalmente se destruíram uns aos outros em irrefletida violência. Não cultuavam os deuses e Zeus escondeu-os debaixo da terra. Em seguida, Zeus fez homens de freixos, como as suas lanças, mas suas casas de armas eram de bronze. Os homens de bronze comiam carne, matavam-se uns aos outros e foram destruídos no dilúvio. Finalmente chegou a Idade do Ferro. A vergonha e a justiça deixaram a terra e não houve mais fim para os trabalhos e os sofrimentos.