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Agamenon levou Cassandra como sua parte dos despojos de guerra e proejou com ela para Argos. Em sua ausência, porém, Egisto seduzira-lhe a esposa, Clitemnestra. Egisto era filho de Tiestes e matara Atreu; agora, como seu pai, seduzira a rainha. Quando Agamenon voltou, Clitemnestra recebeu-o com fingida alegria, e fê-lo caminhar sobre tapetes de púrpura, como um deus. Ela teria escassos motivos de alegria pelo regresso do marido ao lar; censurou-o por havê-la enganado, fazendo-a mandar Ifigênia como noiva a Áulis. Em seguida, Clitemnestra mandou Agamenon à casa de banhos a fim de preparar-se para o banquete. Ali o apresou numa rede de caça e golpeou-o três vezes com um machado de duas lâminas, sacrificando-o à prosperidade do país. Matou Cassandra também, que reconheceu a história sangrenta da casa. Um escravo fugiu com Orestes, filho pequeno de Clitemnestra e Agamenon, e levou-o para a Fócida, onde ele chegou à maioridade. Nessa ocasião, Orestes perguntou ao oráculo como poderia reconquistar seu reino. Apolo expressou a vontade de Zeus, de que ele vingasse o pai na pessoa da mãe infiel. Orestes chegou disfarçado a Argos e cortou uma madeixa dos seus cabelos para depositar no túmulo do pai. Electra, sua irmã, reconheceu-o, embora o julgasse morto. Juntos tramaram a execução do ato pavoroso.