Fortaleza - Sol, Mar e muita História pra Contar
por Eugênio Ferraz
G.R.E.S Deixa FalarMuito se fala da cidade do sol, como é bem conhecida Fortaleza, mas pouco se sabe da sua história. Por isso desenvolveu-se o enredo: "Fortaleza- Sol, Mar e muita história pra contar". Pretendemos com isso mostrar as origens da nossa cidade, seu jeito especial de ser, suas figuras, seus movimentos culturais e sua transformação em grande metrópole. Não pretendemos com isso dissecar a história riquíssima de Fortaleza, mas sim mostrar porque ela é uma das cidades mais queridas e mais belas do Brasil.
O enredo divide-se em oito setores que seguem a ordem:
Setor 1) Vila Velha
Quando Pero Coelho, sua família e os padres Luís Figueira e Francisco Pinto, chegaram ao litoral do Siará, e fundaram onde hoje se encontra o Clube de Regatas, à barra do rio Siará, o Fortim de São Tiago, mal sabiam o que ia acontecer. A fundação do vilarejo se deu devido a necessidade de uma ligação entre Natal e o Maranhão, que então estava sob o domínio dos franceses, daí podemos concluir que a Vila de Nova Lisboa era apenas um porto de pernoite para os portugueses que iam combater os franceses no Maranhão. Mas nesse ínterim surgiu a grande vilã do nordestea seca. A primeira da história foi a de 1605 que obrigou Pero Coelho à migrar para Natal à pé, deixando os padres em Nova Lisboa. No momento em que Francisco Pinto estava rezando a primeira missa na vila, os índios Potiguares chefiados por Cobra Azul massacraram os padres e os outros que ainda não haviam fugido da seca. O nome de Vila Velha foi dado por Martim Soares Moreno que a reconstruiu e a colocou sob a proteção de São Sebastião.
Os índios após matarem os padres e por fogo na vila, resolveram enterrá-los. Tempos depois o local em que os padres estavam enterrados estava impestado de aranhas caranguejeiras, os Potiguares pensaram ser um sinal dos deuses e desenterraram os ossos dos padres e passaram a adorá-los, criam que os padres seriam deuses e que as aranhas eram provas disso.
Este setor será composto pelo carro "Glória e Destruição da Vila Velha", e pelas alas: "Seca e êxodo", "Índios Potiguares" e "Adoração de ossos e aranhas".
Setor 2) Forte de Schoonenborch
Com a destruição da vila foi enviado em 1612 Martim Soares Moreno que recolonizou-a e denominou-a como já dito. Este senhor é considerado o grande fundador de Fortaleza e é também personagem principal de um grande romance de José de Alencar; "Iracema", por quem o português se apaixonara perdidamente. Mas o seu grande prestígio fez com que fosse enviado ao Maranhão para que expulsasse os invasores franceses, deixando à mercê dos perigosos índiosdesta vez chefiados por um francês: Gedion Morris de Jonge que destruíram novamente a vila. Neste ínterim aporta um grande personagem aqui, se não o mais importante: Matias Beck,um holandês que percebendo o perigo do ataque de índios na Barra do Ceará, constrói um grandioso forte e o denomina Schoonenborch,em homenagem à um nobre holandês de Pernambuco de mesmo nome, num local privilegiado às margens do riacho Marajaig(Pajeú) e no alto de uma colina, distante uns 9Km da Vila Velha. Este forte marca profundamente a história de Fortaleza pois Matias acreditava que ali próximo existiria prata na serra de Itarema e com isso podia transformar o Ceará em mais uma colônia holandesa.
Mas Moreno volta do Maranhão e retoma o domínio português após alguns anos, os holandeses não resistiram muito após perceberem que em Itarema a última coisa que poderia existir era prata.A partir daí, após a transferência de Moreno para Pernambuco,para combater desta feita os holandeses, a Vila que agora se chama São Sebastião, entra num processo de estagnação, devido ao descompromisso das autoridades portuguesas esse quadro só mudaria uns 100 anos depois.
Este setor compreenderá:O carro "Imponente Schoonenborch" e as alas "Moreno e Iracema","Indio-Francês" e "Holandeses x Portugueses".
Setor 3) ...E Fortaleza Cresce
Em 1726 data da instalação da vila de Fortaleza a cidade possuía 2000 habitantes e possuía praticamente quatro ruas: do Quartel(General Bezerril), de Baixo( Conde DEu), Sena Madureira e a avenida Alberto Nepomuceno. Eram ruas desarrumadas, sem calçamento, que mais eram adequadas à condição de vila em que Fortaleza se encontrava, tanto que se costumava dizer que Fortaleza dormia com as galinhas dado a rusticidade e ruralidade em que a cidade se encontrava, já que as chamadas ruas, mais se assimilavam a becos.
De repente a chegada de dois senhores transforma profundamente a vila e a eleva à condição de cidadeOs senhores Ignácio de Sampaio e seu amigo o arquiteto Silva Paulet o primeiro torna-se governador e manda que Paulet projete o primeiro plano diretor de Fortaleza, que alargava ruas, construía prédios e pavimentava as principais ruas da cidade, plano este que teve como forte influêncuia a reurbanização de Paris, e como em Roma tinha o propósito de ter uma cidade sobre 7 colinas e em que as ruas se cruzassem em ângulos de 90 graus. Dentre os prédios construídos estava a residência do governador, o mercado municipal e o Palácio da Luz repleto de cristais franceses. É indiscutível a melhora ocorrida na cidade, tanto que em 17 de Março de 1823, D. PedroI emancipa a cidade de "Fortaleza de Nova Bragança", que passou a ter uma das melhores estruturas urbanas do Brasil.
Logo após acontece em Fortaleza um dos massacres mais conhecidos da nossa história, o dos mártires da confederação do Equador no largo do paiol em frente ao forte, sendo por isso chamado de Praça dos Mártires.
Este setor apresentará o carro "Fortaleza Urbanizada", as alas "Dormindo com galinhas" "Urbanizar é preciso" e o casal de mestre-sala e porta-bandeira e a Bateria que virá de "Bufões".
Setor 4) Botica e entrudo
Em 1848 chega a Fortaleza a pessoa que iria dar vida à cidade, que traria consigo inovações: o boticário Antônio Ferreira. Este homem instala-se na Feira Nova, no lugar onde hoje se acham as lojas Brasileiras. Logo se torna vereador e posteriormente presidente da Câmara, e como naquela época não havia prefeito, torna-se o chefe do executivo de Fortaleza. Introduz várias e revolucionárias mudanças, dentre elas a mudança do centro da cidade para a Feira Nova, a plena realização do plano diretor, indo diretamente contra os poderosos existentes da época, e foi ele quem instalou a iluminação a óleo de peixe na cidade, permitindo o crescimento da cidade e instaurando a melhor rede de iluminação do Brasil na época, e criando o romântico costume de não se acenderem as luzes em noites de lua cheia, costume esse que durou até a chegada da iluminação elétrica em 1935. É um homem a ser admirado por sua honestidade e coragem, pois só com muita coragem alguém pensaria em mudar o centro da cidade até a "distante" "Feira Nova" que naquela época era tão distante quanto nos é hoje o bairro do Montese à praia(cerca de 1,5km da praia à Feira Nova e de 5Km da praia ao Montese).
Não se sentindo satisfeito o Boticário introduziu em Fortaleza uma festa, que até então, só o Rio de Janeiro conhecia; o Entrudo. Diz-se que nos dias de Momo o Boticário preparava laranjinhas de cera para jogar nos infelizes que tivessem que passar pela praça, que punha uma grande tina com água suja e dava banho em quem passasse na sua frente, era na realidade um grande Carnaval. Este homem amava sua cidade e queria o melhor para ela, fazia de tudo para chamar a atenção para a Feira Nova, que depois viria justamente a se chamar Praça do Ferreira, foi sim a maior figura que Fortaleza já teve.
Este setor trará o carro "Entrudo no palácio do Momo-Boticário" e as alas "Feirantes", "Nosso Zé " e "Entrudo".
Setor 5) O pão da vida
Chega enfim o final do século XIX, é tempo de observar as normalistas tão bem descritas por Adolfo Caminha, do início do francesismo, dos cafés e da boêmia. Mas é nessa época que surge o maior movimento intelectual que a cidade já viu; Este movimento teve início com a publicação de periódico A Estrela, por Antônio Bezerra e José de Barcelos, mas deslanchou em 25 de março de 1884, quando a abolição da escravidão, resultou numa festa e na fundação do Clube Literário, encabeçado por Farias Brito, Oliveira Paiva e Juvenal Galeno, e juntamente a Padaria Espiritual e de seu periódico O Pão, liderados por Antônio Sales, Eduardo Sabóia e Antônio Bezerra.É interessante que notemos o estatuto da Padaria, os principais escritores eram chamados de padeiros e os que ainda não tinham obras publicadas de amassadores.Seu estatuto também repudiava as classes que eles desprezavam: a polícia, a igreja e as professoras burras.Era permitido o uso de chapéu dentro do Forno(lugar em que eles se reuniam, dizem que era muio quente),mas quando se falava em José de Alencar, Camões, Dante, enfim, grandes escritores mundias eles se levantavam e tiravam o chapéu, como que num ritual.Sua principal função era fornecer o pão do espírito, e as fornadas até hoje deliciam as nossas almas.
Todo este movimento teve como cenário a mais do que falada Praça do Ferreira, mais precisamente nos quatro cafés que a margeavam: o Java, o do Comércio, o Iracema e o Moderno.
Foi uma época de intensa produção literária e rebuliço cultural, que mudou a vida das pessoas e trouxe a única coisa que faltava à cidade: a intelectualidade.
Este setor trará o carro "Padaria Espiritual " e as alas "Normalista", "Padeiros" e "Cafés e boemia".
Setor 6) Fortaleza Belle Époque
Finalmente Fortaleza se rende ao francesismo que já toma conta de todo o Brasil. É o começo dos anos 1900 e o estilo art-nouveau impera na cidade, que possuía até boulevards como a Avenida do Imperador, Duque de Caxias e Dom Manuel.
O "intendente" Cel. Guilherme Rocha, nessa época promoveu uma grande remodelação arquitetônica que fez com que a cidade crescesse e se modernizasse atraindo estrangeiros para nossa cidade, entre eles Victor Di Maio que trouxe em 1907 o animatógrafo(como era então chamado o projetor cinematográfico) e a sétima arte. Foi uma época de glamour para a cidade e de grande prosperidade para o povo, que estava contente com sua cidade. Do animatógrafo para as grandes salas de exibição foi um pulo, logo se construíram cinemas como o inesquecível Majestic, que ficou marcado por sua arquitetura em ferro e cristal, que na época eram o boom do momento e que vinha logicamente da França. Ao mesmo modo construíram o teatro José de Alencar que se assemelhava muito ao Majestic.
São tempos que ninguém que ama esta cidade esquecerá e que apresentaremos com o carro "A Belle ÉpoqueFortaleza em art-nouveau" e as alas "O jardim do boulevard do Imperador", "Victor Di Maio","Cinema, teatro e cultura" e "O sonho de Paris"
Setor 7) Fortaleza hoje
A Segunda grande Guerra traz para a cidade as tropas e o dinheiro dos americanos, que além de se instalarem em Natal, também constróem uma base aqui.
Esse dinheiro promove a industrialização da cidade e a instalação de fábricas como a tecelagem São Francisco, o Moinho Dias Branco. Traz também um novo impulso para o comércio com as famosas camisarias de Fortaleza que chegavam a exportar camisas para a Itália!É sem dúvida o marco da transformação de Fortaleza em grande metrópole brasileira. Progressos à parte vamos contar uma história muito engraçada.
O nosso povo valente e que resiste às mais duras secas se sentiu ferido com a fascinação que os altos e loiros americanos exerciam sobre as nossas "iracemas", e logo criou um jeito de impedir isso: Para desfrute dos soldados, importou-se a bebida chamada Coca-Cola que até então era desconhecida dos fortalezenses, o povo percebendo a oportunidade de intimidar as girls que namoricavam os americanos, e fazer com que isso não acontecesse mais, passou a chama-las de "coca-colas" que na época era um termo tão depreciativo como prostitutas, e assim, conseguiram impedir que os americanos devorassem além das coca-colas, as beldades da cidade.
O progresso não trouxe só riquezas, nessa época surge a primeira favela de Fortaleza que se chamava Cinzas, pois as cinzas da usina termelétrica eram despejadas nesse local que além de favela era o prostíbulo da cidade e se localizava nas proximidades do atual porto do Mucuripe, e era lá que mais um dos grandes personagens do nosso povo vivia, dona Augustinha, uma prostituta influente que era conhecida por seus escândalos e por seu jeito alegre de viver. Era um lugar bem alegre apesar da pobreza imperante provando mais uma vez que o senso de humor do nosso povo vence qualquer batalha.
Neste setor mostraremos a Fortaleza "modernosa" de hoje, a cidade é conhecida por seu potencial turístico, suas praias maravilhosas, sua arquitetura contemporânea, seu ícone, o Fortal... realmente a cidade tem muito o que mostrar, mas o enredo não se alonga muito neste setor, queremos mostrar que além de paisagens para mostrar, temos cultura também.
Este setor trará as alas "Coca-cola", "Oficial dos E.U.A", "Augustinha" e "Turismo na cidade do futuro", alem do carro "De Cinzas à Cidade Luz".
Setor 8) Os personagens e os eventos
Como toda cidade que se preze deve ter seus protagonistas, Fortaleza não fica atrás. Seu maior personagem sem dúvida nenhuma é o Boticário Ferreira, mas como ele já foi mencionado mostraremos mais três grandes que não poderiam deixar de comparecer:
O primeiro deles é o famosíssimo Bode Yoyô, que viveu por mais de trinta anos e que todo dia ia da Praia de Iracema até o café Java na praça do Ferreira(cerca de 1,5Km). Esse ilustríssimo "senhor" fez isso até a sua morte que se deu na praça, para termos idéia de como ele era querido, basta que saibamos que foi decretado luto oficial e que ele foi velado na Praça do Ferreira até ser empalhado para a posteridade e hoje se encontra no museu do Ceará.
Os outros dois são o sol e o mar que fizeram desta cidade uma das mais conhecidas do mundo, e que abriram as portas do turismo e do progresso após os anos 70.
O maior evento que essa cidade já viu foi o da Vaia ao Sol que reuniu a população da cidade na mais do que falada Praça do Ferreira. Foi mais uma prova da esperança e do bom humor do fortalezense, que se depara com a seca e vai à praça vaiar o sol, para que ele envergonhado comece a chorar e faça chover. Sem falar na eleição do Potoqueiro que acontecia sempre no cajueiro Botador, onde era escolhido o mentiroso do ano.
A escola encerrará o desfile com as alas "Bode Yoyô","BaianasSol e Mar","Vaiar pra fazer chover" e "Molequice nativa" e o carro "Vaia ao Sol".
Conclusão
Hoje Fortaleza é uma cidade próspera que tem no turismo que explora as belezas naturais e no clima "agradável", a sua maior fonte de renda e seu cartão de visitas. Mas Fortaleza não é só a cidade do sol é também a cidade da alegria, da festa, da esperança, do bom humor, da cultura, da história e do futuro. Nossa cidade não pode ser conhecida só como pólo turístico, mas deve sim aliá-la à cultura centenária e a hospitalidade de um povo que não vive fácil, mas que luta por um mundo melhor.
E é esta cidade que queremos mostrar, provar que moramos na cidade do sol e da cultura.
Eugênio Ferraz Bastos
Carnavalesco
Desenvolvimento do enredo
Comissão de frente:
Serão 15 pessoas com a fantasia de Araras, por que araras? O nome Ceará cujo rio que banhava a margem do forte e dá nome ao estado tem origem na palavra tupi "
sy-ará", que significa arara vermelha. A fantasia será leve e só possuirá plumas no chapéu, serão vermelhas, sua roupa será vermelha com nuances de verde a azul.Carro 1(abre-alas):
"Glória e Destruição da Vila Velha"Esse carro mostrará a cena da destruição da Vila Velha, duas cobras azuis gigantes ladearão o carro e estarão como que olhando para a cena, luzes nos seus olhos e efeitos de fumaça as incrementarão.Na frente do carro virá o fortim de São Tiago, uma estrutura imitando madeira dará formas ao Fortim, dentro deste sairão fumaças e luzes como que imitando o incêndio do forte. Entre as duas cobras virá uma densa floresta, que representará o manguezal do rio Siará, fazendo-se de fundo para a cena da destruição.O rio Siará se confundirá com o rabo das cobras, como se um fizesse parte do outro.Esculturas de pássaros e animais farão composições no carro.
Destaques do carro:
Principal:
Cobra-Azul: Fantasia representando o chefe indígena, virá no alto do carro, em uma espécie de torre do fortim, predominan o azul das plumas, e as formas sinuosas de cobras.Secundário:
Bispo no espeto: Representa a morte do padre Luís Figueira, em tons de amarelo e ouro,seu esplendor mostra relicários religiosos, virá na frente do fortim sobre um queijo que será formado por lanças, como se os índios estivessem o matando.Composições:
Serão 2 tipos de fantasias: ladeando o carro virão as Aves, com tons de branco,azul e verde,como que voando sobre o rio e o corpo das cobras, na frente abaixo do queijo no chão do carro virão os índios Potiguares, em azul, verde e vermelho.Ala 1:
Índios Potiguares: Fantasias em tons de azul e verde representarão os destruidores da primeira vila.Virão com adereços de mão na forma de lanças.Ala 2:
Sêca e êxodo: Essa ala representará a migração de Pero Coelho para Natal, suas condições esfarrapadas virão representadas na sua roupa,a fantasia trará um esplendor com mandacarus e um sol que será enfeitado com plumas amarelas.Ala 3(da comunidade):
Adoração dos ossos e aranhasEstruturas em espuma mostrarão os esqueletos dos padres que foram transformados em objetos de adoração, os esqueletos virão adereçados de pequenas aranhas.Tons de creme e preto predominam.
Carro 2:
Imponente SchoonenborchSerá representada a fortificação holandesa às margens do Pajeú, conhecida na época como Marajaitiba, no carro o forte será composto por duas torres laterais e uma central, esta localizada em uma espécie de pátio interno do Forte. As muralhas terão um efeito cinza-prateado, como se as pedras que a formam fossem de prata, o forte será adornado pelos seus canhões e por estandartes laterais que mostrarão brasões holandeses e nas costas do carro, servindo de fundo um enorme estandarte de veludo vermelho em que se ratrata uma águia dourada.O forte estará como que sobre uma colina, como o original.
Destaque principal:
Influência holandesa: Fantasia com esplendor em forma de águia em tons de azul e dourado, representa a influência deste povo na colonização da cidade.Virá na torre principal do forte.Destaques secundários:
Nobres holendeses: Serão 2, um em cada torre lateral do Forte, sua fantasia trará os brasões das famílias holandesas que se estabeleceram aqui e que dominavam a Holanda e Pernambuco, respectivamente os Orange e os Siegen. As fantasias serão em tons de laranja, vermelho e dourado.Sonho da prata em Itarema: Fantasia toda em branco e prata, com esplenddor em estilo barroco, retratando a espectativa dos holandeses de encontrar prata nas serras que cercam a cidade.Virá na frente do Forte sobre uma estrutura barroca toda em prata.
Ala 4:
Moreno e Iracema: Serão duas fantasias, uma retratando a Índia dos lábios de mel e outra o portugues que se apaixona por ela.Iracema virá de seios de fora com um cocar em vermelho e azul, e Moreno com um gibão garboso em veludo vermelho e verde, com chapéus e perucas.Ala 5:
Índio-Francês:Indumentária tradicional,representando Gedion Morris de Jonge que se aliou com os potiguares para lutar contra os holandeses, em azul e vermelho, com perucas,meias etc., só que em vez de um chapeu virá um cocar e no lugar do florete um arco e flechaAla 6(passo marcado):
Holandeses X Portugueses: Cada povo trará suas representações, suas evoluções representarão as lutas pelo Fotre, fantasias de época e armas completarão a encenação.Adereços de mão:
Este setor será todo ladeado com estandartes com brasões, tais como os que vem no carro.Carro 3:
Fortaleza UrbanizadaOs casarões e os palácios da Fortaleza dos anos 1700,virão representadas no carro,que nas suas laterais pederemos ver os lindos postes de iluminação que a cidade possuia na época.Nas sacadas dos sobrados virão os habitantes da cidade.No chão do carro virá o calçamento da cidade, considerado os mais perfeitos do Brasil.O carro será completado com esquadros, compassos e painéis que representam os planos de construção de Silva Paulet,entre as casas virão galinhas e bodes,para que seja enfatizada a idéia de rusticidade em que a cidade ainda se encontrava.Nas costas do carro virão um jardim, um jardim de rosas vermelhas e fuzis, estes utilizados no massacre da confederação do equador, e sobre o jardim um orvalho de sangue.
Destaque principal:
Emancipação:Fantasia em branco, com suaves toques de marrom, composta de equipamentos arquitetônicos e de plantas da cidade.Destaques secundários:
Palácio da luz:Branco e prata predominam na fantasia, com uma aparência de candelabros a fantasia mostrará os cristais do palácio.Serão 2 fantasias em cada lado do carro, sobre as sacadas do palácio.Massacre no largo do paiol:Fantasia em vermelho, com rosas, representando o massacre no paiol,armas adornarão a fantasia.Virá nas costas do carro, entre o jardim.
Composições:
Becos da cidade: Fantasias com trajes simples, de moradores da cidade, no meio dos bodes e das galinhas.Ala 7:
Dormindo com as galinhas:Fantasia com trajes de época, só que nos ombros e no chapéu dos componentes virão placas de acetato na forma de galinhas, como se elas estivessem dormindo nos ombros dos componentes.Tons de amarelo e terra predominam.Ala 8:
Urbanizar é preciso:Fantasia compostas por esboços de Paulet, com o projeto original nos moldes da reestruturação de Paris.No esplendor os acessórios do arquiteto.Plumas em creme e marrom.Mestre Sala e Porta Bandeira:
Rosas no jardim de sangue: Ele virá com um fardão de soldado vermelho e um pequeno cetro, representando os militares que proporcionaram o massacre.Ela virá com a roupa composta por pequenas rosas vermelhas na saia e no busto, como que num bordado, representam os mártires da Confederação do Equador.Bateria:
Bufões:Como que abrindo o próximo setor do desfile virão os soldados do Boticário, gurdiões do palácio de Momo, com seus tambores enlouquecedores e sua batida inebriante.Roupa típica de Bufões, com calça, guizos e chapéus característicos.Em tons de vermelho, azul e dourado.Adereços de mão:
Neste setor virão os postes da cidade com seus belíssimos candeeiros, ladearão todo ele, os postes serão em prata e ouro.Carro 4:
Entrudo no palácio do Momo-BoticárioEsse é um dos carros preferidos do carnavalesco,mostraremos a festa do entrudo na Feira Nova de uma forma mais carnavalesca.O carro é composto de um grande chapéu de bufão, em veludo azul e vermelho, com adereços dourados e muitos guizos nas pontas do chapéu.Será um carro vazado, e ao fundo e nos lados poderemos ver grandes máscaras características do periodo carnavalesco, como o sol a lua e as estrelas, e uma escultura representando o banho de tina que o Boticário proporcionava nos dias de seu reinado momesco.Muitos pompons, fitas e purpurina completarão o cenário carnavalesco.
Destaque principal:
Boticário Pierrot:Fantasia em azul claro e branco representando ao mesmo tempo a figura do tríduo amoroso e o Boticário Antônio Ferreira.Como adereço de mão uma máscara, virá no centro do chapéu do bufão.Destaques secundários:
Serão três, A Lua Colombina, O Sol Arlequim e Os mascarados, respectivamente em azul, dourado e vermelho.As duas primeiras representarão os outros componentes do triangulo amoroso e a terceira, os mascarados que saíam pela rua nos dias de carnaval.Cada uma delas virá sobre uma ponta do chapéu do bufão.Ala 9:
Feirantes:Fantasia representando a vida no cotidiano da praça, com legumes e verduras, animais e tudo mais que uma boa feira tem direito, representará o centro da cidade nos idos de 1800, fantasia multicolorida.Ala 10(da comunidade):
Nosso Zé: O Rio de Janeiro teve como grande figura carnavalesca o sr. Zé Pereira, e Fortaleza não poderia deixar de ter o nosso Zé.Nosso Zé é o Boticário Ferreira, a ala virá fantasiada de um típico português, com bigode, um pano nos ombros, e muita alegria, principalmente em se tratando de quem é, um homem que foi além de prefeito, o rei do carnaval.Fantasia também colorida.Ala 11:
Entrudo: Essa com certeza será uma grande festa na avenida, sua roupa não será o que chamará tanta atenção, será um traje parecido com o de palhaços, entrudantes que brincavam no Areal, a novidade será o que a ala lançará para o público: lança perfume, não esses que existem, com que muitos se drogam.Para o carnaval 2000 as empresas responsáveis estão preparando um tipo especial, que não é tóxico e que não droga ninguém, seu único efeito é um suave perfume e uma sensação gelada ao toque da pele, a nossa escola será a pioneira e com certeza a festa vai ser grande.Fantasia em cores fortes e variadas.Adereços de mão:
Máscaras como as do carro ladearão esse setor, nas cores ouro, prata e azul.Muito tuli e pompons para enfeitá-los.Carro 5:
Padaria EspiritualSerá realmente uma padaria, o carro retratará o interior de uma padaria, só que com algumas diferenças.De dentro do forno que virá nos fundos do carro sairão livros e jornais, um jornal gigante será o destaque, nele poderemos ler em letras garrafais:O Pão. Dentro de cestas de vime veremos livros e tablóides, em cima de escrivaninhas virão pães.Em cima do Forno um grande letreiro com os dizeres: Padaria Espiritual.Em volta do carro, manuscritos dos "padeiros" e trechos do estatuto da entidade, feixes de trigo e penas, livros sendo escritos com os primeiros e as penas entre os pães.No fundo do carro, atrás do forno virá a bandeira do movimento, uma pena um feixe de trigo cruzados, com os dizeres "O pão da vida".Carro em que predominam o terra do forno e o colorido dos "padeiros" e seu "habitat".Cadeiras e mesas, como nos cafés completarão os cenários.
Destaque principal:
O pão do espírito:Fantasia composta por livros, jornais e pão, em tons de branco, preto e creme, representando o ideal da entidade, dar conhecimento ao povo.Virá sobre o jornal que sairá de dentro do forno.Destaques secundários:
A Estrela:Fantasia em formato de tal para homenagear o periódico com esse nome, em prata e branco, virá sobre uma cesta de livros.
A sociedade:Fantasia em azul e creme, representando a crítica constante que os padeiros faziam à sociedade da época, principalmete Adolfo Caminha, que foi muito criticado pelo povo e por isso escreveu seu famoso livro.Virá sobre uma escrivaninha num dos cantos do carro.
As professoras burras: A classe tão criticada pelos literários não poderia faltar, virão as gordas e chatas senhoras de palmatórias que infernizaram os literatos na infância e segundo eles a causa do desinteresse do povo pela literatura.Fantasia colorida.Virá abaixo no pé do forno.
Boemia e polícia:Durante as noitadas do clube a polícia sempre aparecia para acabar com a festa, e isso será representado por essa fantasia.Virá sobre as mesas dos cafés e terá como cores o verde escuro e o branco.
Ala 12(baianinhas):
Normalista: As baianinhas da escola virão de estudantes da Escola Normal, traje típico e fazendo referência à obra de Adolfo Caminha.Em tons de vinho e branco.Ala 13:
Padeiros:Padeiros que trazem livros e cultura serão os integrantes dessa ala, com cestas de pães como adereços de mão.Branco, preto e creme predominam.Ala 14:
Cafés e boemia: Os dignos escritores virão em trajes de época nessa ala, representando as reuniões na praça regadas a café e muita inteligência.Cores variadas.Carro 6:
A Belle Époque-Fortaleza em art-nouveauNão poderia deixar de ser retratado os efitos do francesismo que tomou conta de todo o país, e para tal nada melhor que trazermos uma réplica do imponente Cine Majestic, todo em estrutura de ferro e cristais franceses, o próprio estilo art-nouveau.O cine será dourado e cheio de plásticos para imitarem os cristais.Ao lado do Majestic virão dois animatógrafos e deles sairão os filmes como que se estivessem voando.Os postes e os monumentos das praças, seu chafarizes etc. completarão o cenário.Predonimancia do dourado.
Destaque principal:
A Fortaleza dos anos dourados: Fantasia em dourado e com esplendor com bordados em estilo de época,representa a fase frencesa da cidade e os anos áureos da cidade.Virá sobre a cúpula do Cine Majestic.Composições:
O cinema:Fantasias em preto e branco ladearaão todo carro em queijos crescentes circundando todo o cinema.Nelas virão os animatógrafos representando a chegada do cinema.Ala 15:
O jardim do boulevard do Imperador:Fantasia multicolorida representando o jardim que ficava no canteiro central do Boulevard do Imperador, virá com muitas flores e folhas para representar o ambiente dos boulevards da cidade.Ala 16:
Victor Di Maio:Fantasia em preto e branco representando o italiano que trouxe o cinema à cidade, virá com cartola.Ala 17:
Cinema,teatro e cultura:Fantasia multicolorida, representa o desenvolvimento cultural da cidade, as máscaras da comédia e da tragédia virão ne esplendor da fantasia.Ala 18:
O sonho de Paris:Ala em dourado representando o requinte e o francesismo da época, cuja cidade alguns diziam que era a mais bela de todo o nordeste, com um ar de Paris tropical.Carro 7:
De Cinzas à Cidade LuzA frente deste carro será toda em tons de cinza, para que seja representada a primeira favela da cidade, casebres, sobrados desalinhadoas e becos, tudo será mostrado de uma forma meio deserganizada e tudo será em cinza, que vai do quase branco até o prata.Como este carro tem "face dupla", atrás da favela virá a cidade de hoje,agora em branco e prata, com as formas geométricas futuristas que imperam na cidade.Será mostrado também através de escultura o ícone que a cidade está construindo e que ficará pronto até o ano 2000, um obelisco de 180 metros em cujo topo ficará um espaço cultural.Jangadas futurísticas em metal, lagostas e o colorido do Fortal completarào as costas do carro.
Destaques principais:
Na frente do carro, virá a fantasia Vida nas Cinzas, toda nesta cor a fantasia representa as dificuldades das pessoas que viviam na época naquele local.Nas costas do carro virá a fantasia O futuro chegou, representando o desenvolvimento urbano da cidade, este fantasia será toda em branco e será formada por figuras geométricas e plumas sintéticas.
Composições:
Na frente do carro virão as composições de Cinzeiros, serão várias fantasias diferentes mas todas em cinza para representar os habitantes da favela, virão sobre os telhados das casas: prostitutas, policiais, bêbados, crianças, mendigos e todo tipo de pessoas.Nas costas do carro virão os Brincantes do Fortal, com fantasias coloridas lembrando os abadás do evento, serão todos(as) loiros, para representar a elitização desta festa da burguesia, virão espalhados entre as esculturas.
Ala 19:
Coca-cola:Fantasia representando as mal afamadas namoradinhas dos oficiais americanos, virão com uma saia plissada xadrez e uma blusa branca, assim como as ditas se vestiam, diz-se que este nome deriva além da bebida que os americanos dispunham, da forma fisica, do corpo das moças que se assemelhavam ao das garrafas.Ala 20:
Oficial dos E.U.A: Fantasia de marinheiros, em azul e branco para representar os ianques que também se instalaram por aqui.Ala 21:
Augustinha: Fantasia representando a prostituta mor das Cinzas, a chefe da maior "casa" virá representada por um vestido colorido e várias plumas coloridas, destaque para o grande volume de seu busto.Ala 22(da comunidade):
Turismo na cidade do futuro: Esta ala representa os turistas desenbarcando na cidade com seus chapéus de palha,óculos escuros, suas camisas coloridas, bermudas e sandálias. O típico turista.Carro 8:
Vaia ao solPor vários motivos esse carro é o predileto do carnavalesco, é o maior, mais colorido e mais alegre de todo o desfile.No centro do carro virá o sol, só que com uma cara de choro, está sendo vaiado, vem estilizado, como se fosse um sol de uma história em quadrinhos,ele virá todo em amarelo e laranja.Fazendo-se de fundo virá um enorme cajueiro, o cajueiro botador(apilidado assim pois diziam que le produzia frutos durante todo o ano), todo em espuma verde, seus cajus virão com carinhas e chepéus de palha.O carro virá como que sobre nuvens, e de trás dos ramos do cajueiro virão grandes ús, para representar a vaia do povo.
Destaque principal:
Sol vaiado: fantasia em amarelo e laranja, com esplendor com as mesmas feições da alegoria.Composições:
A mesma fantasia da ala das crianças fará a composição do carro, elas virão sobre o cajueiro e sobre as nuvens no chão do carro.Ala 23(crianças):
Bode Yoyô:Virão fantasiados de pelúcia marrom e chifres, para representar o nosso querido Bode,provavelmente, o único caprino que fez parte da alta sociedade de Fortaleza.Ala 24(baianas):
Virão fantasiadas de Sol e mar, sua saia representará os mares da nossa cidade e serão adereçadas por motivos marinhos, seu turbante será o Sol de onde os raios sairão para formar o pano da costa.Ala 25:
Vaiar pra fazer chover:Serão mostrados os habitantes da cidade que se reuniram na praça do Ferreira para vaiar o sol, fantasias coloridas e muito humor serão o toque desta ala.Ala 26:
Molequice nativa: com muita espuma e colorido mostraremos o espírito do fortalezense, um moleque uma eterna criança, e a molequice encerra o nosso desfile.Gostaria de agradecer à oportunidade de lhes mostrar meu trabalho, frutode uma pesquisa e de um sonho... meu sonho de ser carnavalesco, sonho em um dia ser um, "fazer uma escola" deve ser muito bom, mas enquanto isso não acontece miniaturizo minhas idéias e desfilo para mim e meus amigos. Novamente agradeço a todos vcs jurados e participantes, depende de nós a sobrevivência do carnaval.
Eugênio Ferraz Bastos
Autor do enredo e do desenvolvimento
Carnavalesco