Aceitar a Cristo?

 

Talvez você tenha ouvido algum evangélico falar em “aceitar a Cristo”, e a idéia tenha lhe parecido um tanto estranha.  A final de contas, por quê você precisaria ou quereria fazer isso?

 

1. Não é melhor cada um fazer aquilo que considera certo para ele?

Infelizmente, nós, seres humanos, não somos oniscientes, nem onipresentes, nem onipotentes.  Não sabemos tudo, não podemos estar em todos os lugares ao mesmo tempo, não temos poder ilimitado.  Uma vez que não podemos ver o futuro, nem as reais consequências dos nosso atos, não estamos na melhor posição para julgar o que seria certo, ou sequer melhor para nós.  Seria mais inteligente deixar isso com Deus – que além de ter todas essas qualidades que não temos, ainda nos ama e quer o nosso bem.

 

“Há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte.”

(Pv. 14:12)

 

2. Eu nunca matei, nunca roubei, levo uma vida boa – não é o suficiente?

Então você está numa situação parecida com a de um jovem que Jesus encontrou.  O Jovem Rico (Mt. 19:16-26) veio a Jesus e Lhe disse que desde sua mocidade havia seguido todos os mandamentos, perguntou-Lhe então o que lhe faltava para ganhar a vida eterna.  Para sua surpresa, Jesus respondeu que deveria distribuir todos seus bens entre os pobres, e seguí-lO.  O jovem, por ser muito rico, entristeceu-se e foi embora.  Seria simplista dizer que esta história só fala da dificuldade dos ricos, embora tenha essa aplicação.  Mais fundamentalmente, nos ensina que não são nossas boas obras que nos dão direito ao céu, mas sim o momento de deixarmos tudo e seguir a Cristo.  Não é que Deus seja injusto; ao contrário, Ele é o Justo Juíz (Sl. 7:11), e por isso não pode aceitar as imperfeitas obras que Lhe trazemos, pois nenhum de nós, por melhor que seja, conseguirá ser perfeito.  A nossa salvação é em que Cristo, homem perfeito, veio pagar a pena por nós.

 

“Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei [conseguir seguir perfeitamente todos os mandamentos], segue-se que morreu Cristo em vão.”

(Gl. 2:21)

 

3. Mas eu já me considero um cristão, não entendo o porquê dessa insitência em “aceitá-lO”.

A decisão por Cristo, como vimos no caso do jovem rico, é uma profunda mudança de atitude.  Não é simplesmente crer intelectualmente que Ele é Filho de Deus – isso até os demônios crêem (Tg. 2:19, Mt. 8:29).   Também não é só gostar dEle, sem maior compromisso -- esse seria o caso do Jovem Rico.   Certamente é mais do que levar uma vida “religiosa”—as maiores críticas de Cristo no mundo foram dirigidas aos fariseus que vivíam de rituais religiosos vazios, mas não conhecíam de perto “as Escrituras nem o poder de Deus” (Mt. 22:29).  A decisão por Cristo significa reconhecer que por seus próprios esforços você não chegará à vida eterna, e que Ele veio ao mundo para morrer por você e assim pagar por completo o preço dos seus pecados.  Uma vez que o respeito de Deus pelo seu livre arbítrio é tão grande, ao ponto de se estender até à sua salvação, aceitar a Cristo significa pedir que Ele venha ser seu Salvador e também o Senhor da sua vida.  É reconhecer Sua soberania e amor, e entregar totalmente sua vida nas mãos dEle, deixando tudo para seguí-lO, prometendo obedecê-lO, apesar das tribulações que vierem.

 

“Então, convocando a multidão e juntamente os seus discípulos, [Cristo] disse-lhes: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.”

(Mc. 8:34)

 

 

4. Creio que no meu coração já sinto estas coisas – é necessário formalizar isto indo para a frente de uma igreja?

Bom, realmente o fato de estar ou não numa igreja não altera em nada sua aceitação.  Embora muitos cheguem a esse momento num culto, na presença dos fiéis, é na realidade um momento entre você e Cristo.  Tem a mesma validade se você o viver em sua casa, sozinho.  (E é desnecessário dizer que se não houver sinceridade no seu coração, de nada adiantaria ter mil testemunhas.)  Esteja onde você estiver, o fundamental é que você formalize, sim, o desejo do seu coração com uma oração dirigida a Cristo.  Não se preocupe, Ele não se importará com a sua eloqüência ou falta da mesma – o que valorizará é a sua atitude ao se colocar diante dEle.  O que mais desejam os pais, se não a sincera comunicação dos filhos?  Bíblicamente, é esta oração que selará a sua salvação.

 

 “Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.

 (Rm. 10:9)

~

“Senhor Jesus, eu reconheço que sou pecador e que meu pecado me afastou de Ti, na Tua perfeita justiça.  Entendo que por amor a mim, vieste morrer em meu lugar, e me dar Tua vida eterna.  Desejo receber esse presente, esse dom gratuíto da salvação: quero que venhas ser meu Salvador.  Vejo que És soberano e reinas com amor, quero que sejas meu Senhor.  Toma a minha vida em Tuas mãos; apartir de hoje eu Te seguirei.

~

 

5. O que acontece quando eu faço esta oração?

1. Há jubilo no céu  (Lc. 15:10)

2. Tudo que há em você se faz novo (2 Co. 5:17)

3. Cristo passa a viver em você (Gl. 2:20)

4. Você deixa de ser somente criatura, e torna-se filho de Deus (Jo. 1:12)

5. Seus pecados são perdoados de uma vez por todas (Hb. 10:10)

6. Sua salvação é garantida (Rm. 10:13)

 

6. Preciso frequentar uma igreja?

Nenhuma igreja pode lhe garantir a salvação – isto somente Cristo pode fazer, através da sua oração.  Porém, a Bíblia nos exorta a nos congregarmos, porque enquanto uma brasa longe do braseiro logo se apaga, na companhia de outros seu calor se mantém.  A igreja é a comunhão dos fiéis, e juntos poderemos nos ajudar, apoiar, ensinar, amar -- como Cristo nos ensinou.  Existem muitas igrejas boas, com estilos variados: procure uma que seja do seu agrado.  Tenha certeza apenas de que nessa igreja a Palavra de Deus (que é a Bíblia) é ensinada com freqüência e fidelidade.   Seja tolerante para com os irmãos, que são todos tão humanos e imperfeitos quanto você, mas que Cristo amou e por quem Ele morreu, assim como morreu por você.  Mantenha seu olhar fixo em Cristo, que é a nossa esperança, pois um Dia voltará para nos buscar.

 

“Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras.

Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima.”

(Hb. 10:24-25)

 

Olivia Kathryn Aranda Lima /2003

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