Eduardo Chagas
Atualmente, fala-se muito em progresso científico, por exemplo. Contudo, o que há de mais importante e avançado na ciência atual – a clonagem de seres – encontra-se diretamente vinculado à Ética. Discute-se Bioética. Uma espécie de subdivisão da Ética que está responsável em analisar a conduta da ciência no que diz respeito à clonagem de seres humanos. Para auxiliar na discussão dos problemas decorrentes desta problemática já se apresentaram Juristas, Teólogos, Políticos, Psicólogos, Médicos, e uma série de profissionais – excluindo-se os que "teoricamente" seriam os especialistas em Ética: os Filósofos.
Num período onde a "globalização" é considerada o maior "avanço" da humanidade desde as grandes conquistas do Império Romano, questiona-se também, os limites da linguagem e das relações sociais neste processo. Formam-se imensos blocos econômicos, procura-se estabelecer uma moeda única, tenta-se derrubar as delimitações que outrora se apresentaram como uma grande conquista: a formação do Estado. Enfim, apresenta-se uma nova leitura da sociedade contemporânea que tenta descobrir uma forma de progresso e reorganização do espaço geográfico. Neste processo dialético de avanço e retrocesso, formulam-se inúmeras teorias acerca da realidade. Economistas, Políticos e Geógrafos, efetuam suas observações e reflexões em relação aos problemas emergentes da sociedade, elaboram suas teorias e propõem novas soluções.
As pessoas vivem "estressadas". Inúmeras anomalias decorrentes do desgaste excessivo da "máquina humana" começam a conduzir as pessoas aos mais diversos questionamentos existenciais. O existencialismo nunca foi tão útil. A má-fé é o subterfúgio mais explorado pelos nossos contemporâneos. É uma evidência. As desigualdades sociais são surpreendentes. A exploração do homem pelo seu semelhante, por exemplo, é clarividente. Nem Marx poderia ser capaz de imaginar que o trabalho operário fosse capaz de gerar tantos lucros. A mais-valia é apenas um esboço ultrapassado do que ocorre em nossa sociedade.
Em contrapartida, o advento de tantas seitas e igrejas evangélicas, o "tribalismo religioso", a construção de novos mitos e divindades, e a "ressurreição" da Igreja Católica, retratam um movimento de reaproximação do homem à interminável busca do seu criador, e em busca de sua gênese.
Enfim, há uma multiplicidade de fatos e atos, aparentemente desconexos, que se entrelaçam no interior da sociedade, interagindo uns com os outros, e constituindo o elemento mais complexo que pode-se imaginar: o homem contemporâneo. Este homem é, por excelência, um ser social, que diante do seu confronto cotidiano com a realidade vê nascer os seus problemas.
Teoricamente caberia à Ética, à Filosofia da Linguagem, à Lógica, à Epistemologia, à Filosofia Política, e à Ontologia ou Metafísica, dentre tantas ramificações da Filosofia, auxiliar o homem na busca de soluções para seus principais problemas, visto que, eles versam sobre a Moral, o uso da Linguagem e suas limitações, a Fragilidade das Ciências, a "Re-Organização" da Sociedade, a importância da Religião, e a existência, dentre inúmeros outros.
Entretanto, as ciências empíricas, sob a égide do positivismo se encarregam de desempenhar – muito mal, diga-se de passagem – a função da Filosofia. Avaliam a realidade, e esboçam sua compreensão fenomênica dos fatos, embora sem o rigor crítico necessário. Enquanto isso, a Filosofia continua disponível para poder dar a sua contribuição.
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