HORÓSCOPO ASTECA

As mais antigas lendas astecas afirmam que nossa época foi precedida de outras idades cósmicas, cada uma delas com um Sol diferente. Na primeira Idade, que é denominada de Ocelotonatiuh ou Sol de Jaguar, viveram os gigantes, que não trabalhavam a terra e moravam em cavernas. Esses primeiros habitantes foram devorados pelo jaguares. A Segunda época ou Idade Cósmica foi Ehecatonatiuh ou Sol de Vento, na qual os seres humanos foram destruídos por grandes furacões, e os sobreviventes transformados em macacos. A terceira época é chamada de Quiahutonatiuh ou Sol da Chuva de Fogo, e nesta fase tudo foi extinto por chuvas de lava de fogo, e aqueles que sobreviveriam foram transformados em pássaros. As chuvas destruíram os seres que habitavam a Quarta Idade, chamada Atonatiuh ou Sol da Água. Choveu tanto que a Terra foi coberta pela águas e só sobreviveram os seres que se transformaram em peixes. Ao fim dessa quarta Idade seguiu-se um longo período de trevas, sem sol e dominado pelo silêncio. Então, os deuses se reuniram e decidiram criar uma nova era. Uma divindade ofereceu-se para se lançar numa fogueira, e de sua imolação nasceu o novo Sol, Tonatiuh, Senhor dos Céus, em torno de quem ocorrem os fenômenos diários e periódicos, e sob o qual a Terra voltou a ser habitada. A partir dessa Cosmogonia, os astecas elaboraram o seu sistema religioso, que servia de base para toda a sociedade e determinava todos os aspectos da vida, desde o cotidiano até os conhecimentos científicos. Entre esses conhecimentos, um dos mais importantes era aquele relacionado com a Astronomia e com a Astrologia. Os astecas criaram um calendário, que tornou-se conhecido como Pedra do Sol devido ao Círculo central que representa o astro. Esse calendário solar compreendia em 360 dias, divididos em dezoito meses, com vinte dias cada um, os quais tinham o nome de animais, objetos ou fenômenos naturais que faziam parte dos rituais religiosos. Desta maneira, os dias astecas eram assim designados: Cipactli (crocodilo), Ehecatl(Vento), Calli (casa), Cuetzpallin (Lagarto), Coatl (serpente), Miquiztli (morte), Mazatl (veado), Tochtli (coelho), Atl (água), Itzcuintli (cão), Ozomahtli (macaco), Malinalli (corda), Acatl (cana), Ocelotl (jaguar), Cuauhtli (águia), Cozcacuauhtli (abutre), Ollin (terremoto), Tecpatl (faca), Quiahuitl (chuva) e Xochitl (flor). Para os astecas, cada amanhecer era o resultado de um violento combate que o Sol travava com a Lua e as Estrelas, tendo que vencê-las para elevar-se no Céu e, assim fornecer luz e calor à humanidade. No centro superior da pedra, encontra-se a placa de consagração do calendário, com data de 13-Acatl (13-cana), equivalente ao ano de 1.497 D.C. A partir desta placa, projetam-se em sentidos opostos, duas grandes serpentes de fogo - as Xiucoatl - que sustentam o Sol em sua viagem pelo Céu, circundando todo o calendário com seus corpos e terminando em sua extremidade inferior. De suas bocas escancaradas saem cabeças dos deuses Tonatiuh (o Sol), e Xiuhtecutli (a Noite), que lutam diariamente pelo predomínio na Terra. A parte lateral do calendário é dedicada ao Céu - representada pelo deus Ilhucatl - onde o Sol caminha e onde moram suas inimigas, as Estrelas, simbolizadas por pontos espalhados no céu noturno. Vênus, o astro mais brilhante depois do Sol, aparece no Céu diurno. O mito representado na Pedra do Sol teve enorme difusão entre todas as civilizações do México pré-colombiano. Assim, muitos povos de costumes e línguas diferentes adotaram em suas culturas o mito das quatro idades cósmicas. Foi, no entanto, entre os astecas que essa concepção da origem do mundo alcançou maior importância, tendo sido representada em códigos, hinos religiosos, esculturas e também serviu de base ao original horóscopo asteca, cujos signos são vinte dias do mês. Neste horóscopo além das características particulares de cada signo, todos eles têm a proteção de algumas das quatro divindades que tiveram papel fundamental nas eras cósmicas: Tonatiuh, Deus do Sol; Tezcalipoca, Deus do Norte, dos poderes maléficos da noite, Senhor dos Sortilégios e da Guerra; Quetzalcoaltl, Deus do Vento; e Tlaloc, Deus da Chuva."

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