Vida e Obra de Bernardo Guimarães
  poeta e romancista brasileiro [1825-1884 - biografia]

 
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Boêmio incorrigível

por Armelim Guimarães

(do livro inédito "Bernardo Guimarães, o romancista da Abolição") 


E por que tanto insistência em qualificar Bernardo Guimarães de boêmio?

Porque o foi realmente. Mesmo que nada houvesse ele deixado de talento, do seu gênio e de seu estro, só por essa faceta merece um livro sobre sua vida. É o Bernardo "formidável" da classificação de Alcântara Machado.  

Mas boêmio no bom sentido da palavra, que nem os dicionários têm explicado com exatidão, o que é. É a boêmia caracterizada sobretudo por certa rebeldia aos cânones e etiquetas sociais e pelo viver independente, muito a seu modo, ajustado à sua índole de retraído, de comodista, de pensador e de eterna esteta, indiferente ao juízo alheio, inteiramente avesso a valores convencionais, arredio dos ajuntamentos solenes, dos préstitos e aparatos festivos e dos salões palacianos, mas amante da 

simplicidade, da camaradagem sadia, do bom-humor gozado entre amigos, só entre amigos.

E boêmia condimentada com uma filosofia toda sua, toda pessoal, idiossincrásica, divertida, original, às vezes gaiata, mas profundamente nobre em tudo, que lhe escancarava a alma para com todas as grandezas do coração e do civismo, e que o tornavam epigramático, satírico, cauterizante para com os paparretas, os sofômanos, os tartufos com que ia topando inhac lacrimarum valle.

Bernardo definia a vida com uma gargalhada...


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Hino do Prazer

Bernardo Guimarães

 Convivas do prazer, vinde comigo
Ao folgar dos festins; - encham-se as taças,
Afine-se o alaúde.
Salve, ruidosos hinos desenvoltos!
Salve, tinir dos copos!
Festas de amor, alegres algazarras
De ebritroante bródio!
Salve! co'a taça em punho eu vos saúdo!
Beber, cantar e amar eis, meus amigos,
Das breves horas o mais doce emprego;
O mais tudo é quimera. .. . o ardente néctar
No brilhante cristal férvido espume,
E verta n'alma encantador delírio
Que a importuna tristeza longe espanca,
E alenta o coração para os prazeres.
Pra levar sem gemer à fatal meta
Da vida o peso, vinde em nosso auxílio,
Amor, poesia e vinho.


Integra do poema

 
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