POR QUE ACONTECEU A REFORMA?

Existem muitos fatores que tornaram a Reforma inevitável - a relutância da Igreja Romana em aceitar as mudanças sugeridas pelos místicos, líderes conciliares e humanistas; sua fixação na tradição e no passado, indiferente às forças dinâmicas de uma nova sociedade emergente, tornando-se uma Igreja alienada da realidade.

 

I - A Emergência De Um Novo Mundo Em Expansão.

 

Cerca de 1500, as fundamentações da velha sociedade medieval estavam ruindo. Uma nova sociedade emergencial com dimensão geográfica mais abrangente e transformação nos padrões políticos, econômicos, intelectuais e religiosos, estava surgindo.

O conceito medieval foi desafiado durante a Reforma, pela sua idéia que a igreja universal deveria ser substituída por igrejas nacionais ou estatais e igrejas livres. A filosofia escolástica, aliada à filosofia grega da igreja dominante, deu lugar à teologia bíblica protestante. Os sacramentos e obras foram substituídos pela justificação pela fé somente. A Bíblia, e somente a Bíblia tornou-se norma de fé e prática.

Estes novos conceitos foram solapados pela filosofia idealista alemã e pela crítica bíblica, por volta de 1650. A sociedade ocidental se secularizou, e havendo uma expansão européia globalmente, o mundo foi afetado por essa situação.

A. Mudanças Geográficas.

O conhecimento medieval sofre mudanças a partir de 1492, com a descoberta do Novo Mundo, até 1600, com o expansionismo europeu. A civilização antiga é tida como potâmica, por estar às margens dos principais sistemas pluviais. Na idade Média, a sociedade é tida como talássica, por ter se desenvolvido às margens do Mediterrâneo e do Báltico.

Com as descobertas marítimas, os mares se tornam as estradas do mundo. Ao tempo em que Lutero traduzia o Novo Testamento para o alemão, o navio de Magalhães completava a sua volta ao mundo.As rotas comerciais para as riquezas do Oriente Antigo eram realidade. Portugal, França e Espanha, tornaram-se líderes nas navegações, sendo países tradicionalmente católicos, enquanto as nações protestantes Holanda e Inglaterra, seguem aqueles logo após, nas suas explorações econômicas e colonização.

Espanha e Portugal tinham o monopólio econômico e exploratório sobre as Américas Cental e Latina. Mais tarde junto com a França, que explora o Canadá, exportaram uma cultura latina com o catolicismo da Contra-Reforma, levada por conquistadores e clérigos. O povo do noroeste europeu exporta a sua cultura anglo-saxônica, ou teutônica, para a América do Norte e Canadá, levando um protestantismo pluralista para formar a cultura dos Estados Unidos e do Canadá, que tem persistido até o presente momento no Hemisfério Ocidental.

 

 

B. Mudanças Políticas.

O conceito medieval de estado universal deu lugar ao novo conceito de nação-estado. Com o declínio da Idade Média, os estados passaram a se organizar em bases nacionais. Eram nações-estados fortes, com poder central, servidas por uma força militar e civil. Eram nacionalistas, se opondo ao domínio de um governo religioso universal, todas empenhadas em sua independência e soberania.

O novo princípio do balanço do poder, orientador das relações internacionais, teve papel importante nas guerras religiosas do século XVI e de princípios do XVII.

 

C. Mudanças Econômicas.

Antes da Reforma, a economia dos países da Europa era baseada na agricultura. Com a expansão européia para o Novo Mundo, o ressurgimento de novas cidades, a abertura de novos mercados e a descoberta de novas fontes de matéria-prima, aconteceu o início de uma nova era comercial, liderada pela classe média mercantil, não pela nobreza feudal. ( Somente com a Revolução Industrial, na segunda metade do século XVIII, este quadro muda de figura. O comércio tornou internacional aquilo que era interurbano.) Com o surgimento da nova economia, o dinheiro era importante. Não interessava à classe média mercantil emergente, o envio de divisas à igreja universal sob a liderança do Papa em Roma. No Norte da Europa, esta reação tem papel importante na Reforma.

 

D. Mudanças Sociais.

Na sociedade medieval havia uma organização horizontal, onde se morria na classe social em que se nascia. Quem era filho de servo, teria poucas chancer de mudar a sua condição, a não ser que fosse servir na Igreja.

Com o expansionismo europeu , por volta de 1500, os homens estavam ascendendo, por força do comércio, a altos níveis sociais. A servidão vai desaparecendo, dando lugar a uma nova classe social formada por proprietários livres, pela pequena nobreza da cidade, e pela classe mercantil.

É essa nova classe média emergente que garante as mudanças introduzidas pela Reforma no noroeste da Europa.

 

E. Mudanças Intelectuais.

O Renascimento provocou transformação intelectual na Europa, que favoreceu o desenvolvimento do protestantismo. O interesse pela volta às origens levou os humanistas cristãos ao estudo da Bíblia em suas línguas originais, o hebraíco e o grego. Por isso, começou a perceber-se diferenças entra a Igreja Romana atuante e o padrão de Igreja do Novo Testamento.

A ênfase renascentista no indivíduo desenvolveu o ensino protestante de que a salvação era uma questão pessoal, a ser resolvida entre Deus e o indivíduo, em íntima relação com seu Deus, sem intervenção do sacerdote.

O espírito crítico do Renascentismo foi usado pelos reformadores para justificar a crítica feita contra a organização eclesiástica, à hierarquia, aos sacramentos, por comparação com as Escrituras. Além de justificar o estudo da Bíblia no "original" como documento básico da fé cristã.

 

 

F. Mudanças Religiosas.

No início do século XVI, a uniformidade religiosa medieval deu lugar à diversificação religiosa, como acontecera em 1054 com os cismas que resultaram na formação de igrejas protestantes nacionais. A igreja luterana e anglicana estavam sob o domínio da nação-estado, somente depois de 1648 é que surgiram as denominações e a liberdade religiosa.

A autoridade da Igreja Romana foi substituída pela autoridade das Escrituras, de livre leitura por qualquer um. O crente individualmente seria seu próprio sacerdote e autor da sua vida religiosa, em comunhão com Deus, depois de aceitar Seu Filho como seu Salvador, pela fé somente.

Entre a descoberta da América, por Colombo em 1492, e a fixação das 95 teses na porta da igreja de Wittenberg, em 1517, por Lutero, muitas transformações aconteceram, mudando a sociedade medieval estática, para uma sociedade moderna com padrões dinâmicos.

 

II - O QUE QUER DIZER "REFORMA" ?

 

Isto depende da visão do historiador. Aquele que é católico romano entende-a apenas como uma revolta de protestantes contra a Igreja de Roma. O protestante considera-a como uma reforma que fez a vida religiosa voltar aos padrões do Novo Testamento. Aquele secular interpreta-a como um movimento revolucionário.

O termo "reforma protestante" foi consagrado pelo tempo, porque a Reforma procurava voltar à pureza original do Cristianismo do N.T. Os reformadores estavam interessados no desenvolvimento de uma teologia de acordo com o N.T., crendo que isto seria possível a partir do momento que a Escritura se tornasse a autoridade da Igreja.

Muitos protestantes ignoram o movimento Contra-Reforma ( 1545 - 1563 ) que tolheu os passos da Reforma, impossibilitando-a de ganhar mais terreno como vinha fazendo.

Na maioria dos casos a Reforma restringiu-se aos povos teutônicos e a Europa ocidental. A Igreja oriental e os povos latinos do velho império romano, não aceitaram a Reforma. Nestas regiões continuam os ideais medievais de uma unidade e uniformidade. Naquelas, os povos teutônicos trocaram estes ideais por uma diversidade do protestantismo.

Se o termo Reforma, for considerado como movimento religioso de criação de igrejas nacionais, seu período de duração vai de 1517 a 1648. A Holanda só aderiu ao protestantismo depois do Concílio de Trento, então seria mais correto colocar a Reforma como compreendida no período 1517 a 1563.

A Reforma aqui é tomada como o movimento de reforma religiosa que resultou na formação de igrejas nacionais entre 1517 e 1545. A Contra-Reforma, pode ser conceituada como o movimento de reforma religiosa no seio da Igreja de Roma, entre 1545 e 1563, que após a sua estabilização promoveu um grande movimento missionário católico no século XVI que ganhou a América do Sul, Central e Quebec, Indochina e Filipinas.

 

III - A RAZÃO DA REFORMA

A. As Interpretações da Reforma.

A interpretação dada à história, influencia a explicação das causas da Reforma. Os historiadores protestantes interpretam a Reforma como um movimento religioso que procurou redescobrir a pureza do cristianismo primitivo, mas esta interpretação ignora os fatores econômicos, políticos e intelectuais que ajudaram a promover a Reforma. Segundo esta interpretação a Providência é o fator primordial e precedente dentre todos os outros fatores.

Os historiadores romanos interpretam a Reforma como uma heresia inspirada por Martinho Lutero, dentre as quais a vontade de casar. O protestantismo é visto como cisma herético destruindo a unidade teológica e eclesiástica da igreja medieval. Entretanto, a Igreja estava afastada do ideal do N.T., o que se confirma pela própria Contra-Reforma.

Os historiadores seculares dão atenção a fatores secundários. Para Voltaire, a Reforma é apenas uma briga entre monges da Saxônia, e a Reforma na Inglaterra foi consequência de um caso de amor de Henrique VIII. Embora a ordem dos agostinianos tenha discordade da ordem dos dominicanos na questão das indulgências, e o caso de Henrique VIII e Ana Bolena tenha sido o primeiro estágio na Reforma da Inglaterra, muitos outros fatores são ignorados.

Os historiadores marxistas não podem interpretar a Reforma a não ser em termos econômicos. A Reforma é vista como o resultado da tentativa do papado romano de explorar economicamente a Alemanha em lucro próprio.

Os historiadores políticos vêem a Reforma como resultado da oposição de nações-estados a uma Igreja internacional; a Reforma foi um simples episódio de cunho nacionalista.

Alguns destes aspectos são procedentes, mas quase sempre recaem em causas secundárias. A Reforma tem causas múltiplas e complexas, derivativas e determinativas. Algumas causas tem origens em séculos anteriores à Reforma, quando a Igreja de Roma se opôs a qualquer reforma interna e ignorou as novas correntes de oposição externa que lhe trariam problemas.

As personalidades criativas dos líderes da Reforma determinaram a direção tomada. Estes líderes eram, em geral, da classe média, enquanto que aqueles da Contra-Reforma vieram da aristocracia.

Nesta obra a interpretação da Reforma é uma síntese. Dá à religião o lugar de primazia, mas não ignora os fatores políticos, econômicos, morais e intelectuais, embora secundários.

 

B. As Causas Da Reforma.

1 - O fator político pode ser considerado uma das causas indiretas da Reforma. As nações-estados a noroeste da Europa se opunham à noção de uma igreja universal que reinvidicava jurisdição sobre o estado nacional e seu governo. O ideal universal colidia com a consciência nacionalista emergente das novas classes sociais desses estados.

As nações que aceitaram o protestantismo durante a Reforma estavam fora dos limites do antigo Império Romano, cujas classes médias sociais fortes, tinham uma ótica cultural diferente das nações latinas. Alguns interpretam a Reforma como uma revolta das nações teutônicas contra as nações latinas de cultura mediterrânea e com um conceito de organização social herdado do Império Romano. Os governantes destas nações-estados rejeitavam a autoridade papal espiritual e temporal, uma vez que a Igreja de Roma possuia grandes propriedades de terra em toda a Europa. A divisão de propriedade criou divisão de soberania no estado. Cargos importantes na Igreja Romana eram preenchidos por um estrangeiro, o Papa. Os clérigos eram julgados em cortes eclesiásticas, não em cortes civis. Na Inglaterra, o rompimento de Henrique VIII com a Igreja de Roma aconteceu devido ao problema de se considerar o divórcio do rei como assunto internacional para o papa decidir, ou como um problema nacional para o clero resolver.

 

2 - A economia como fator principal nos assuntos humanos não pode ser descartada pelo historiador cristão. As terras da Igreja Romana na Europa ocidental eram cobiçadas pelos governantes nacionalistas, pela nobreza e pela classe média das novas nações-estados. Os governantes lamentavam a remessa de imposto para o tesouro papal em Roma, além do mais o clero estava isento de impostos.

A tentativa papal de tirar mais dinheiro da Alemanha no século XVI aborreceu a classe média emergente na Saxônia. A inflação causada pela grande soma de dinheiro da Espanha, numa Europa sangrada, provocou elevação do custo de vida. O abuso do sistema de indulgêngias que empobrecia a Alemanha em benefíco do papado desagradou o clero alemão, principalmente Lutero.

 

3 - O fator intelectual da Reforma deve-se ao posicionamento crítico das mentes lúcidas e secularizadas diante da vida religiosa proposta pela Igreja de Roma.

A classe média tornou-se individualista, recusando o conceito corporativista medieval, que colocava o dever acima do indivíduo. Este individualismo é reforçado pela emergência das nações-estados absolutistas em que os interesses da Igreja Romana internacional, ficavam abaixo dos interesses da nação do governo e da classe média.

O humanismo renascentista criou um espírito secular semelhante àquele que caracterizou a Grécia clássica. Os Papas renascentistas assumiram esse modo de vida intelectual e secular, reforçando o interesse dos estudiosos em voltar às fontes do passado intelectual do homem. A comparação da sociedade hierárquica corporativista em que viviam, com a liberdade intelectual e o secularismo da sociedade grega, associado ao princípio da liberdade individual proposto pelas Escrituras, levava à dúvidas quanto aos propósitos da Igreja de Roma e seus líderes. Com horizontes intelectuais mais amplos, o interesse das pessoas,era agora mais para a vida secular do que para a vida religiosa.

4 - O fator moral da Reforma está intimamente ligado com o intelectual. Os estudiosos que possuiam o N.T. em grego, perceberam as discrepâncias entre a Igreja do N.T. sobre a qual liam, e aquela da Igreja de Roma que viam.

A corrupção atingira todos os escalões da hierarquia da Igreja. Os clérigos compravam e vendiam cargos livremente. Muitos tinham salários sem prestar assistência religiosa que deviam. A justiça era comprada e vendida nas cortes eclesiásticas. Era permitido casar com parente, mediante dinheiro, embora fosse contra a lei canônica. muitos sacerdotes viviam em pecado aberto e concubinato. Os fiéis das dioceses eram abandonados pelo bispo, que abandonava a supervisão dos seus sacerdotes. Muitos párocos descuidavam da pregação e visitação, limitando-se a rezar a missa, como um rito mágico capaz de comunicar graça a todos. Coleções de relíquias, como pedaços de cruz e ossos de santos, tornaram-se moda, Frederico da Saxônia possuia uma coleção com cerca de 5000 peças.

5 - Mudanças na estrutura social aumentaram a decepção das pessoas com a Igreja. O surgimento de cidades e de uma classe mercantil próspera criou um espírito novo de individualismo. A economia do dinheiro, libertou o homem da dependência do solo. Os membros da classe média nao eram tão dóceis como seus antepassados feudais. Os artesões e os lavradores começaram a entender a injustiça de uma ordem social em que eram oprimidos por uma minoria.

6 - O fracasso da Igreja em satisfazer as necessidades do povo , constitui o fator teológico ou filosófico da Reforma. A Igreja Medieval adotava a teologia de Thomas de Aquino, que ensinava não estar a vontade do homem totalmente corrompida, pela fé e pelo uso dos meios de graça nos sacramentos ministrados pela hierarquia, o homem poderia alcançar a salvação. Para Agostinho, a vontade do homem estava totalmente depravada, portanto, nada poderia fazer para sua salvação. Deus outorgava a graça ao homem para dinamizar sua vontade a fim de que pudesse, pela fé, aceitar a salvação que Cristo lhe oferecia.

A causa teológica da Reforma foi o desejo dos reformadores de voltar à fonte clássica da fé cristã, a Bíblia, a fim de refutar o ensino teológico tomista, segundo o qual a salvação era obtida através dos sacramentos da graça ministrados pela hierarquia.

7 - O surgimento de uma liderança que encarnasse o desejo de erradicar os abusos e que aceitasse o papel de execução das mudanças revolucionárias. Este papel é desempenhado por Martinho Lutero, que encarnou bem o espírito da Reforma, particularmente no direito do indivíduo em ir diretamente a Deus, através de Cristo, conforme ensinado nas Escrituras.

 

O escândalo do sistema de indulgências, foi a causa direta da eclosão da Reforma na Alemanha.

O arcebispo Alberto, príncipe da casa dos Hohenzollern, que controlava duas províncias da Igreja, lançou os olhos sobre o arcebispado de Mainz, por estar vago. Por ter apenas 23 anos de idade e ser proibido pela lei canônica a alguem ter mais de um cargo, ele teria que pagar uma grande soma ao Papa Leão X, para as devidas dispensas pelas quais poderia acumular as funções. Por sua vez o Papa desejava construir a catedral de São Pedro em Roma. O papado sugeriu que o dinheiro fosse tomado emprestado aos Fuggers, rica família de banqueiros de Augsburg. Uma bula papal, autorizando a venda de indulgências em determinados estados germânicos, foi apresentada como garantia de que Alberto pagaria o empréstimo aos Fuggers. Leão X recebeu a metade, e a outra metade seria repassada aos Fuggers.

O principal agente de Alberto, foi o monge dominicano Tetzel, que recebia por mês o equivalente a mil dólares, além do reembolso das despesas na venda de indulgências. Com ele, além de outros vendedores ia sempre um representante da família Fuggers, para assegurar que o dinheiro pago em cada indulgência voltasse ao banco como desconto pelo empréstimo feito a Alberto.

Tetzel, utilizava métodos coercitivos na venda de indulgências, prometendo até remissão de castigo temporal para os pecados mais graves se o pecador comprassse pelo menos uma indulgência. A quantia dependia da posição social e da fortuna do pecador. Aos pobres era dada gratuitamente, a um Rei poderia custar cerca de 300 dólares.

As indulgências estavam diretamente ligadas ao sacramento da penitência. O sacerdote garantia a absolvição desde que o pecador pagasse alguma quantia, após arrepender-se e confessar o pecado. Ensinava-se que a culpa e o castigo etermo pelo pecado eram perdoados por Deus, mas havia uma exigência temporal que o pecador deveria cumprir em vida ou no purgatório, através de uma peregrinação a um lugar sagrado, do pagamento de uma importância à igreja ou de alguma obra meritória. A indulgência era um documento que se adquiria por uma importância em dinheiro e que livrava aquele que a comprasse da pena do pecado.

Cria-se que Cristo e os santos tinham alcançado tanto mérito durante suas vidas terrenas que o excedente estava guardado no tesouro celestial do mérito, de onde o Papa poderia sacar no interesse de fiéis vivos. Isto foi formulado primeiramente por Alexandre de Hale. Clemente VI declarou-o dogma em 1343. Uma bula papal de Sixto IV, em 1476, estenderia esse privilégio às almas no purgatório, desde que seus parentes comprassem indulgências para eles.

Foi o famoso protesto de Lutero nas 95 Teses contra o abuso das indulgências que precipitou a avalanche dos acontecimentos que resultaram na Reforma na Alemanha, e daí espalhou-se para a Europa.

A Reforma não foi um movimento isolado. Estava ligada à Renascença e outros movimentos que forçaram o surgimento da sociedade moderna no século XVI.

As igrejas protestantes, que surgiram da Reforma eram diferentes daquelas de 1054, mas todas tinham a Bíblia como autoridade final. Lutero conservou na liturgia muitas práticas não proibidas pela Bíblia. A Igreja Luterana distanciou-se um pouco mais que os luteranos no ritual e na prática da Igreja medieval. Entretanto, ambas rejeitavam a hierarquia sacramental da Igreja Romana. As igrejas reformadas e presbiterianas, que seguiram Calvino na França, Holanda, Escócia, Suiça e Hungria, refutaram todas as práticas que não entendiam estar de acordo com o N.T.. Os anabatistas fizeram a ruptura mais radical de todos os grupos reformados, ao procurar uma igreja modelada segundo os padrões das igrejas do N.T.

Apenas os povos teutônicos no norte e oeste da Europa, aceitaram a Reforma. Aqueles latinos ficaram fiéis ao Papa. A Reforma provocou mudanças importantes que fizeram com que uma Igreja universal, fosse substituída na Europa ocidental por igrejas nacionais, igrejas estas que tornaram a Bíblia como autoridade final e entendiam que não era necessário nenhum mediador humano entre o homem e Deus, para obtenção da salvação já adquirida por Cristo Jesus para todos.


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