[Privado
de Prazeres] [Estudo
Textual: Gálatas 2:11 - 3:5 - A Justificação Vem pela Fé]
[Senaqueribe e
Satanás] [Quantos
endemoninhados gadarenos foram curados por Jesus?]
Senaqueribe e Satanás
O exército assírio tinha passado sobre a Síria e Israel como um rolo
compressor, e depois atacou Judá, conquistou todas as suas cidades
fortificadas e cercou Jerusalém. Senaqueribe, o rei assírio, escreveu em
suas próprias crônicas que tinha fechado Ezequias (rei de Judá) como um
pássaro numa gaiola. A conquista assíria de Jerusalém, capital de
Judá, parecia inevitável. Contudo, uma vez que o monarca assírio
precisava lutar em outras frentes de batalha, ele preferiu simplesmente
intimidar os israelitas para que se rendessem. Ele enviou Rabsaqué, seu
principal oficial, a Jerusalém para começar uma campanha de propaganda
destinada a persuadir os homens de Judá a desistir sem lutar. Três
capítulos registram o discurso de Rabsaqué: 2 Reis 18; 2 Crônicas 32 e
Isaías 36. O discurso foi engenhado para motivar os cidadãos de
Jerusalém e os dirigentes da cidade a julgar sua situação sem
esperança e permitir aos assírios tomar a cidade. A tática assíria se
parece com as técnicas que Satanás usa conosco em suas tentativas para
nos levar a ceder e a servi-lo. Observemos as técnicas que Senaqueribe
usou com os judeus para ganharmos compreensão de nossas batalhas
espirituais modernas.
Exagerou o próprio poder
Os assírios engrandeceram seu
próprio poder e grandeza. "Então, Rabsaqué se pôs em pé, e
clamou em alta voz em judaico, e disse: Ouvi as palavras do sumo rei, do
rei da Assíria. Assim diz o rei: Não vos engane Ezequias; porque não
vos poderá livrar. Nem tampouco Ezequias vos faça confiar no Senhor,
dizendo: O Senhor certamente nos livrará, e esta cidade não será
entregue nas mãos do rei da Assíria" (Isaías 36:13-15).
Observe que Rabsaqué chamou o rei da Assíria "o sumo rei". Ele
queria que os judeus acreditassem que seu poder era irresistível e
portanto entregassem a luta.
Do mesmo modo o diabo procura
nos convencer que seu poder é maior do que nossa capacidade de resistir.
Exagerando sua força, Satanás nos leva a desculpar nossos atos e a negar
responsabilidade pessoal pelo que fazemos: "Afinal, dada a força da
tentação, como poderia eu esperar fazer melhor?" Para derrotar a
tentação precisamos ver o poder de Deus. Como Pedro, quando começamos a
olhar para o vento e para as ondas, nós caímos; mas quando mantemos
olhos fixos em Jesus, ficamos firmes (Mateus 14:22-33). "Se
Deus é por nós, quem será contra nós?" (Romanos
8:31). Deus nos equipa para ficarmos firmes e resistirmos aos avanços do
diabo: "Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes
ficar firmes contra as ciladas do diabo" (Efésios
6:11). A fé em Deus nos escuda contra "todos os dardos
inflamados do Maligno" (Efésios 6:16). Não há
tentações irresistíveis (1 Coríntios 10:13), porque Deus é mais forte
do que Satanás: o Senhor é "o sumo rei".
Inverteu a verdade e o erro
Ezequias instituiu amplas
reformas na adoração. Ele baniu a idolatria e se opôs à adoração nos
lugares altos porque Deus queria que a adoração fosse oferecida somente
em Jerusalém (Deuteronômio 12). Senaqueribe usou estas reformas como
ponto de partida para atacar e desacreditar Ezequias. Talvez o
departamento de inteligência assírio tivesse detectado descontentamento
entre os israelitas pelas reformas de Ezequias. Sua oposição a
adoração (de ídolos e nos lugares altos) certamente deixou alguns dos
judeus se sentindo inseguros. Assim, Rabsaqué argumentou: "Acaso,
não vos incita Ezequias, para morrerdes à fome e à sede, dizendo: O
Senhor, nosso Deus, nos livrará das mãos do rei da Assíria? Não é
Ezequias o mesmo que tirou os seus altos e os seus altares e falou a Judá
e a Jerusalém, dizendo: Diante de apenas um altar vos prostrareis e sobre
ele queimareis incenso?" (2 Crônicas 32:11-12).
Ainda hoje Satanás ataca as
tentativas de volta ao padrão de Deus e de oposição a falsa religião.
Ele inspira os modernos conceitos de tolerância, segundo os quais todos
os caminhos são certos, toda adoração é boa, e toda crença é
válida. Ele faz com que aqueles que se opõem a religião humana e a
doutrina dos homens pareçam maus sujeitos. O diabo é mestre na arte de
chamar de mau o que é bom, e de bom o que é mau (Isaías 5:20).
Precisamos ter a coragem de nos opormos ao erro mesmo quando somos
difamados por fazermos isso.
Declarou ter aprovação de
Deus
Os assírios declararam que
Deus os tinha enviado para vencer Ezequias: "Acaso, subi eu,
agora, sem o Senhor contra este lugar, para o destruir? Pois o Senhor
mesmo me disse: Sobe contra a terra e destrói-a" (2 Reis
18:25). Os falsos mestres afirmam tipicamente que têm autorização de
Deus. Nos dias de Jeremias, o falso profeta Hananias predisse com
confiança a volta dos cativos e falou com autoridade pela "palavra
do Senhor": "Assim fala o Senhor dos Exércitos, o Deus de
Israel, dizendo: Quebrei o jugo do rei da Babilônia. Dentro de dois anos,
eu tornarei a trazer a este lugar todos os utensílios da Casa do Senhor,
que daqui tomou Nabucodonosor, rei da Babilônia, levando-os para a
Babilônia. Também a Jeconias, filho de Jeoaquim, rei de Judá, e a todos
os exilados de Judá, que entraram na Babilônia, eu tornarei a trazer a
este lugar, diz o Senhor; porque quebrei o jugo do rei da Babilônia"
(Jeremias 28:2-4). A ousadia e especificidade desta
"profecia" tinha ares de verdade; ela foi dita no estilo das
verdadeiras palavras de Deus e era por demais convincente. Mas era falsa.
Satanás é convincente e é o
mestre do disfarce (veja Mateus 7:15-16; 2 Coríntios 11:13-15). Ele
afirma suas mentiras tão ousada e precisamente que são facilmente
acreditadas. Precisamos não permitir que a confiança dos falsos mestres
nos engane. Todos os mestres e ensinamentos precisam ser testados à luz
da palavra de Deus (1 João 4:1; Gálatas 1:8-9). Nenhum Rabsaqué que
venha ousadamente afirmando que o Senhor o enviou é verdadeiramente de
Deus. A Bíblia é nosso modelo e qualquer ensinamento que não está à
sua altura deve ser rejeitado, não importa quão autorizado possa
parecer.
Prometeu bênçãos
Rabsaqué estava tentando
fazer com que os israelitas quisessem render-se. Ele poderia ter declarado
que a rendição deles não levaria ao cativeiro, mas eles não teriam
acreditado nele porque a política assíria de exilar as nações
conquistadas era bem conhecida. Assim, ele fez uma abordagem diferente.
Ele argumentou que seria um cativeiro maravilhoso do qual eles realmente
gostariam! "Não deis ouvidos a Ezequias; porque assim diz o
rei da Assíria: Fazei as pazes comigo e vinde para mim; e comei, cada um
da sua própria vide e da sua própria figueira, e bebei, cada um da água
da sua própria cisterna. Até que eu venha e vos leve para uma terra como
a vossa, terra de cereal e de vinho, terra de pão e de vinhas, terra de
oliveiras e de mel, para que vivais e não morrais..." (2
Reis 18:31-32). Basicamente, os assírios estavam dizendo que quando os
israelitas se rendessem e fossem levados ao exílio, eles o achariam um
lugar maravilhoso para viverem. O cativeiro seria mais ou menos uma estada
numa idílica estância de férias.
O diabo ainda tenta fazer o
pecado e suas conseqüências parecerem atraentes. Seu ardil mais velho é
negar o castigo pelo pecado e exagerar os benefícios dele (veja Gênesis
3). Pense nos anúncios da televisão promovendo bebidas alcoólicas: eles
nunca mostram o bêbedo trombando seu carro, destruindo sua família ou
morrendo de doença do fígado; em vez disso, mostram a glória, o encanto
e o prazer. Satanás faz isto com todo pecado. Ele recorta cuidadosamente
a fotografia do pecado para que mostre somente os aspectos mais atraentes
e não revela as amargas conseqüências. Conforme Pedro escreveu: "prometendo-lhes
liberdade, quando eles mesmos são escravos da corrupção..."
(2 Pedro 2:19).
Solapou a fé
Os assírios buscavam corroer
a confiança do povo no Senhor. "Não vos engane Ezequias,
dizendo: o Senhor nos livrará. Acaso, os deuses das nações livraram
cada um a sua terra das mãos do rei da Assíria? Onde estão os deuses de
Hamate e de Arpade? Onde estão os deuses de Sefarvaim? Acaso, livraram
eles a Samaria das minhas mãos? Quais são, dentre todos os deuses destes
países, os que livraram a sua terra das minhas mãos, para que o Senhor
livre a Jerusalém das minhas mãos?" (Isaías 36:18-20). Era
irônico que Rabsaqué argumentasse deste modo, porque ele tinha acabado
de afirmar que o Senhor era aquele que o tinha enviado a conquistar
Jerusalém. Mentirosos precisam de boa memória!
Satanás quer influenciar-nos
a crer que o Senhor não é confiável, que os meios de Deus não darão
certo. Ele sabe que, sem confiança no Senhor, agiremos independentemente
e tentaremos resolver nossos problemas sozinhos. Não admira que Paulo
insistisse que o único meio para apagar as setas incendiadas do mal é
usar o escudo da fé.
Conclusão
Os israelitas se
recusaram a dar atenção à propaganda de Rabsaqué. Eles
permaneceram silenciosos em sua presença, depois se voltaram e oraram
pela ajuda do Senhor. O Senhor prometeu que poria um anzol no nariz dos
assírios e os mandaria diretamente de volta a sua casa. E de fato, uma
noite, um único anjo matou 185.000 soldados assírios, incluindo todos os
oficiais, e Senaqueribe decidiu retirar suas tropas. Assim como o Senhor
venceu Senaqueribe, ele derrotará Satanás. Sejamos surdos à propaganda
de Satanás e fiquemos com o vencedor!
por Gary Fisher [D86]
Leia mais
sobre este assunto:
As Obras da Carne
Libertação Espiritual: Derrotando Satanás em Nossas Vidas
"Até Quando Coxeareis Entre Dois Pensamentos?"
