["Que Sabedoria
é Essa?"] [Estudo
Textual: 1 Coríntios 14:1-40 Dons Espirituais (2)]
[O Amor: A Chave
para Herdar a Vida Eterna] [O
Que a Bíblia Diz? A mulher cristã pode usar jóias?]
O Amor:
A Chave para Herdar a Vida Eterna
Que farei para herdar
a vida eterna?"foi a
pergunta que um intérprete da Lei fez a Jesus, em
Lucas 10:25. Jesus replicou com suas próprias perguntas: "Que
está escrito na Lei? Como interpretas?" Sua resposta foi
previsível, uma vez que Jesus consistentemente mandava os homens de
volta às Escrituras para responder todas as perguntas espirituais. Em
sua resposta, o professor da Lei citou os mandamentos para amar a Deus
com todo nosso coração e amar nosso próximo com a nós mesmos. Jesus
concordou. Então, ele acrescentou: "faze isto e
viverás" (Lucas 10:28). Jesus recusava permitir que a
discussão de sua palavra ficasse na teoria. Ele exigia que os homens
praticassem o que sabiam. Amar a Deus e ao próximo podem ser tópicos
interessantes para conversa, mas a intenção é que sejam mandamentos
para serem obedecidos, e não filosofias a debater. O intérprete da Lei
preferiu falar sobre como receber a vida eterna; Jesus lhe ordenou que
fizesse o que era necessário para obtê-la.
Considere estes dois mandamentos cuidadosamente: Amar a Deus e ao teu
próximo. Os dois próximos parágrafos em Lucas ilustram o que cada
mandamento significa. Para explicar o que significa amar o próximo,
Jesus contou a parábola do bom samaritano. Para exemplificar a idéia
de amar a Deus, Lucas contou a história da visita de Jesus à casa de
Marta e Maria.
Amar o teu próximo
A parábola do bom samaritano (Lucas 10:30-37) é um dos mais conhecidos
ensinamentos de Jesus. A história apresenta quatro conjuntos de
personagens: O homem que foi roubado, espancado e deixado como
morto. Quase nada sabemos sobre este homem, exceto que estava viajando
de Jerusalém para Jericó. Não sabemos sua classe social, seu
caráter, nem mesmo sua raça. Não sabemos se ele tinha feito alguma
coisa para merecer estes ferimentos. Não faz diferença: O amor ao
próximo responde à necessidade, não à identidade da pessoa. Os
assaltantes. Eles se aproveitaram de sua vítima, tomaram o que puderam,
e se desfizeram dela. Muitos hoje em dia olham para os outros do mesmo
modo que os ladrões. Procuram ganhar o que podem de alguém e depois
não se preocupam mais com ele. Um sacerdote e um levita que estavam
viajando pela estrada. Eles viram o homem ferido e se desviaram,
passando pelo outro lado. A despeito da posição religiosa deles,
evidentemente encontraram alguma desculpa para não ajudar. O
samaritano. Um judeu poderia ter esperado que o samaritano tivesse sido
o vilão da história. Mas Jesus mostrou que alguns dos desprezados
samaritanos eram mais justos até mesmo que sacerdotes e levitas.
O que tornou o samaritano diferente? Ele teve compaixão pelo homem
ferido. Os outros estavam tão absorvidos consigo mesmos que
realmente não se interessaram por ele, mas quando o samaritano viu a
vítima, ele teve compaixão dela. Ele se arriscou. O assalto
mostrava vividamente que a estrada era perigosa. Mas ele parou, cuidou
dos ferimentos do homem e levou-o a uma hospedaria para receber
tratamento. Ele fez o que pôde. O samaritano não era um centro
médico totalmente equipado. Ele não era médico. Ele não construiu
nenhum hospital. Sem dúvida, havia outros que poderiam estar bem mais
qualificados para ajudar se estivessem na cena. Mas este samaritano fez
o que pôde com o que tinha. Ele tomou de seu próprio óleo e vinho e
tratou os ferimentos. Ele usou seu próprio animal para transportar o
homem. Ele pagou a estadia do homem na hospedaria e prometeu pagar
quaisquer despesas restantes quando voltasse.
Jesus perguntou ao intérprete da Lei qual deles tinha-se mostrado ser o
próximo do homem ferido. Ele respondeu corretamente que foi aquele que
o tinha socorrido. O homem tinha aprendido que a identidade de nosso
próximo não depende de lugar ou raça, mas que todo aquele que
necessita de nossa ajuda é nosso próximo. De novo, Jesus ordenou ao
homem: "Vai e procede tu de igual modo" (Lucas
10:37). O amor precisa ser praticado, não admirado.
Amar a Deus
A visita de Jesus à casa de Marta e Maria ilustra o verdadeiro
significado de amar a Deus: "Indo eles de caminho, entrou
Jesus num povoado. E certa mulher, chamada Marta, hospedou-o na sua
casa. Tinha ela uma irmã, chamada Maria, e esta quedava-se assentada os
pés do Senhor a ouvir-lhe os ensinamentos. Marta agitava-se de um lado
para outro, ocupada em muitos serviços. Então, se aproximou de
Jesus e disse: Senhor, não te importas de que minha irmã tenha deixado
que eu fique a servir sozinha? Ordena-lhe, pois, que venha ajudar-me.
Respondeu-lhe o Senhor: Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com
muitas coisas. Entretanto, pouco é necessário ou mesmo uma só coisa;
Maria, pois, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada" (Lucas
10:38-42).
Marta era uma boa senhora. Ela recebeu bem Jesus em sua casa. Ela
poderia ter-se incomodado com o serviço extra e a perturbação que sua
visita traria e ter pedido a Ele que se fosse, mas não o fez. Ela
estava ansiosa por sentar-se e ouvir o Senhor, como sua irmã Maria
estava fazendo, mas as exigências de suas preparações deixaram-na sem
tempo para fazer isso. Talvez ela estivesse preparando uma refeição,
limpando a casa ou atendendo às outras tarefas domésticas da família.
Seus elevados padrões nessa área e sua compulsão para ter as coisas
bem em ordem para a visita de Jesus frustraram-na grandemente. Ela ficou
irada porque sua irmã não a estava ajudando. Jesus apontou o problema
dela: estava aflita e aturdida por muitas coisas. Não eram coisas más,
porém não eram "aquela coisa" de importância suprema. Ela
estava aplicando esforço de primeira qualidade a atividades de segunda
qualidade.
Maria, em contraste, sentou-se aos pés de Jesus, ouvindo-o. Havia uma
refeição para ser preparada, talvez uma casa para ser limpa, mas Maria
escolheu passar o seu tempo com seu Senhor. Tanto Maria como Marta
tinham algum amor por Jesus. Mas Maria era aquela que amava a Jesus com
"todo" o seu coração, com "toda" a sua alma, com
"toda" a sua força, e com "todo" o seu
entendimento. Amar assim a Cristo significa escolher buscar as
prioridades espirituais, mesmo se isso significar fazer outras coisas
não tão bem, ou mesmo não fazê-las.
Aplicações
Jesus concordou que amar a Deus e amar ao próximo são as coisas que
temos que fazer para ir para o céu. Em outra ocasião ele disse que
estes são os dois maiores mandamentos (Mateus 22:37-39). É impossível
ressaltar demais estes dois princípios. Contudo, o amor é pouco
entendido e ainda menos praticado. Muitos vêem o amor como uma
sensação, um sentimento ou emoção. Uma vez que têm uma bondosa
disposição para com Deus e um espírito pacífico para com os outros,
eles crêem que já cumpriram todas as responsabilidades do amor.
Precisamos prestar cuidadosa atenção a estas ilustrações do amor
porque elas nos ajudam a entender o que o amor realmente significa na
prática.
O bom samaritano socorreu o homem necessitado. O amor é ativo. O amor
vê aqueles que têm problemas --físicos ou espirituais-- e sente
compaixão por eles. Muitas pessoas estão muito absorvidas consigo
mesmas para se preocuparem com os outros e suas dificuldades. Para amar
como o samaritano amou, precisamos esquecer de nós mesmos e nos
comovermos com o sofrimento dos outros. Isso nunca é mais verdadeiro do
que quando vemos pessoas que precisam de auxílio espiritual. Jesus viu
as multidões como ovelhas sem pastor e sentiu compaixão por elas,
ainda que ele mesmo estivesse exausto (Marcos 6:34). Ele partilhou
ansioso a água viva com uma mulher imoral, a despeito de sua própria
fome, sede e fadiga (João 4). O amor aceita riscos para ajudar os
outros. Algumas vezes o maior risco que tememos é a rejeição. Se
outras pessoas desprezarem nossas tentativas para ajudá-las,
sentiríamos feridos. Assim, buscando isolar-nos do risco de ter nosso
ego arranhado, evitamos aproximarmo-nos delas. É arriscado convidar um
vizinho a ler a Bíblia conosco, chegar a um irmão e reprová-lo, ou
desafiar um amigo com respeito à vida dele. O amor arrisca rejeição
para ajudar os outros. O amor faz o que pode. Não podemos fazer tudo o
que alguém possa precisar, mas podemos fazer alguma coisa. Não temos
todas as respostas, mas temos algumas. O amor serve.
Maria escolheu a boa parte e essa escolha demonstrou seu amor por Jesus.
Nossas escolhas sempre demonstram o que amamos. E uma coisa é certa:
escolhas serão feitas porque ninguém pode fazer tudo. Algumas coisas
que, por si mesmas, são boas e apropriadas, terão que ser omitidas. O
que escolheremos? Algumas pessoas escolhem o urgente em vez do
importante, fazendo as coisas que precisam ser feitas imediatamente em
vez das coisas que são muito mais valiosas a longo prazo.Uma vez que
muitas tarefas espirituais (coisas como orar e estudar) podem ser feitas
a qualquer tempo, elas tendem a ser postas de lado enquanto nos
concentramos em atividades com limite de tempo. Alguns escolhem as
coisas que são visíveis em vez das coisas que as pessoas não podem
ver. Uma vez que as atividades espirituais não são percebidas pelos
outros, elas podem ser facilmente negligenciadas. Marta recebeu bem a
Cristo, porém não escolheu a boa parte. Tinha tantas outras coisas que
a sobrecarregavam e preocupavam que não teve tempo para senar-se e
ouvir Jesus. O tempo que gastamos com Jesus é um sinal de quanto o
amamos.
O amor é a chave para herdar a vida eterna. Amamos a Deus? Amamos nosso
próximo?
por Gary Fisher