Das peias da ignorância. Da mentira. Da preguiça mental e física. Da intolerância. Do racismo de todas as espécies. Do misticismo. Das atitudes lamuriantes de qualquer tipo. Do fanatismo. O Homem precisa urgentemente de se libertar de tudo isso e dos deuses concebidos à sua imagem e semelhança.
Na trajectória evolutiva que a humanidade em geral está a fazer, torna-se claro que vai atingindo progressivamente um maior grau de conhecimento. Verifica-se contudo que ainda é grande o número daqueles que se aproveitam da ignorância e da preguiça dos outros, jogando com a mentira e até negociando com ela. Pensamos na ignorância material, mas também na espiritual; nas pequenas mentiras do dia-a-dia, mas sobretudo em grandes mentiras utilizadas na Política e na Religião.
De vez em quando o mundo é abalado, nos mais diversos quadrantes, pela descoberta e evidência de mentiras utilizadas por alguns políticos. Certos religiosos fazem perdurar mentiras inqualificáveis, práticas místicas absurdas e, por vezes, atitudes rácicas e intolerantes.
Para o homem ocidental tornam-se ridículas algumas atitudes adulatórias praticadas em África, no Oriente e mesmo em vários países latino-americanos, tanto em relação a governantes oportunistas, como em relação a diversas entidades consideradas divinas. Tornam-se mesmo repugnantes certas práticas de fanatismo grosseiro exibidas no Médio Oriente ou de misticismo primitivo evidentes aqui e ali.
Mas, curiosamente, no mundo ocidental continuam a existir políticos mentirosos e corruptos, aos quais a justiça dos homens parece ter dificuldade em chegar. Os dogmas de fé e as promessas de paz celestial continuam a abrigar grandes negócios, desde pequenas seitas até grandes organizações religiosas.
Parece claro que os políticos que se servem dos interesses da colectividade em vez de os servirem estão condenados, mais cedo ou mais tarde, ao descrédito.
Parece também evidente que os religiosos que procuram explorar a credulidade das massas, pedindo seja o que for em troca de mais ou menos hipotéticos benefícios, estão condenados, mais cedo ou mais tarde, ao descrédito.
E o homem comum sente necessidade de se libertar de toda a exploração a que tem estado sujeito. Sente necessidade de se libertar de um conjunto de concepções que lhe atrofiam todo o seu potencial de realização. Sente necessidade de se libertar desses deuses que premeiam e castigam, que usam barbas ou que têm os olhos em bico, que nomeiam seus representantes para perdoarem pecados ou para condenarem à morte os infiéis.
Cada vez mais o Homem sente que tem que percorrer o seu próprio caminho, por si, à custa do seu esforço. Sem protecções políticas, sem benefícios de fé, sem soluções miraculosas, sem apoios de deuses ou de seus representantes, porque tudo isso iria contra a justiça universal.
O Homem em geral sente necessidade de se aperfeiçoar,
de se corrigir, de ser cada vez melhor, consciente de que para isso precisa
de desenvolver um trabalho construtivo. Sente necessidade de sintonizar
com a Natureza e com as suas leis, imutáveis, que tudo regem. Sente
necessidade de caminhar no sentido do conhecimento mais completo das coisas,
da Verdade total, da fusão com a entidade criadora de todas as coisas,
a Inteligência Universal, Deus.