O futuro, sendo uma das dimensões do tempo - o que se segue ao presente, ou o ainda não sucedido -, é actualmente motivo de preocupação de muita gente. Quer o futuro individual, quer o futuro colectivo. Uns limitam-se a aguardar os acontecimentos; outros temem-nos e, por isso, diminuem-se; há quem deseje que o futuro aconteça rapidamente; mas há quem prefira que nunca acontecesse; há, ainda, quem analise as situações, utilize a imaginação e, exercitando a vontade, procure modelar o seu próprio futuro.
Admitindo que toda a causa (pensamento, palavra, atitude) provoca um efeito e que na origem de determinada situação sempre há uma causa, poder-se-á concluir que o presente é uma resultante do passado e que o futuro sê-lo-á do presente. Ou, por outras palavras, que o futuro se constrói no presente.
Determinada atitude que um indivíduo assume vai desencadear os respectivos efeitos. Mas, repare-se que essa atitude já é resultante de um determinado pensamento que a originou. Logo, ao controlar os seus pensamentos, o indivíduo controla as suas atitudes e, por conseguinte, modela o seu futuro.
No futuro individual, parece realista e vantajosa a ideia de que cada um - embora sujeito às circunstâncias ambientais - é o principal responsável pelo que lhe acontece, admitindo-se que se o Homem realmente quiser preparar adequadamente o seu futuro, tem condições para o fazer.
Quanto ao futuro colectivo, ao longo dos tempos vários seres deram indicações de que a Humanidade viverá dias difíceis no final do actual milénio. A própria ciência admite que o estado actual da Terra não é definitivo, podendo vir a sofrer grandes transformações algo bruscas, como já aconteceu no passado. Vários autores se inclinam para uma próxima catástrofe pelo calor. Uns admitem a grande aproximação de um planeta de outro sistema solar, outros preocupam-se com as alterações da quantidade de ozónio da estratosfera.
Todos nós sabemos que a Humanidade vem assumindo de forma crescente um estilo de vida antinatural. Destruimos por minuto 20 hectares de floresta, o que significa 11 milhões de hectares por ano. Temos hoje em qualquer cozinha mais produtos químicos que num laboratório há cem anos. Fabricam-se por minuto 200 toneladas de produtos altamente tóxicos. Atiramos ao mar anualmente sete milhões de toneladas de lixo.
Ao afastarmos a Terra do seu ponto de equilíbrio, devemos admitir e aceitar como lógica a reacção natural (da própria Natureza), provavelmente tão drástica quão desequilibradas forem as atitudes dos homens.
Contudo, alguns filósofos da actualidade - e entre eles Agostinho da Silva - pensam que o Homem do século XXI se voltará muito mais para a sua vida espiritual, preterindo a desenfreada corrida material em que tem vivido no século XX.
Procurando as soluções inteligentes,
vivendo de uma forma racional, lutando pelo esclarecimento científico,
estaremos, logicamente, a construir um futuro melhor para a Humanidade,
no caminho do esclarecimento espiritual e do reequilíbrio de atitudes.