INSTITUTO DE CIENCIAS RELIGIOSAS

HISTÓRIA DA FILOSOFIA I

RESUMO DAS AULAS – SEMESTRE 2003-2


  1. OS FILÓSOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS – OS JÔNIOS


Viveram entre os séculos VII e VI a.C., na cidade de Mileto. Sua pergunta básica: qual o princípio supremo de todas as coisas?


TALES – matemático e astrônomo, primeiro filósofo conhecido, um dos sete sábios da antiguidade.

Refletiu sobre o problema do uno e do múltiplo, antecipando o debate sobre a aparência da realidade e a sua essênci.

Na época, já eram conhecidos os quatro elementos fundamentais (água, ar, terra e fogo). Tales considera a água o elemento primordial, princípio do qual se originam as coisas. Impressionou-o o fato de que todo ser vivo tem humidade.

Contém resquícios mitológicos, defendendo o animismo e a eternidade da matéria.


ANAXIMANDRO – matemático e astrônomo.

Considera que o primeiro princípio não pode ser algo determinado, porque estes já são formados por outros elementos. A sua resposta à pergunta pelo primeiro princípio é o indeterminado (ápeiron).


ANAXÍMENES – matemático e astrônomo

Afirma que o primeiro princípio é o ar (=espírito, alma). Vestígios de influência religiosa.

Justificativa da escolha do ar: é essencial para todos os seres vivos; o céu é ar e de lá caem água e fogo (raios); para lá sobem os vapores; o ar é mais flexível e variado, podendo gerar coisas diferentes.


  1. OS FILÓSOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS - PITÁGORAS


Natural da ilha de Samos, onde nasceu aprox 571 a.C.

Mestre asceta e religioso, além de matemático, geômetra, astrônomo e filósofo.

Estudou no Egito, aprendendo as ciências secretas dos sacerdotes egípcios.

Entende como primeiro princípio de tudo a mônada; dela provém a díada; das duas, seguem os números; dos números, nascem os pontos, destes, as linhas, donde procedem as figuras planas; daí vêm as sólidas e destas os corpos sensíveis, que se compõem dos quatro elementos. Estes elementos de transformam uns nos outros e daí provém o universo de forma esférica, no centro do qual está a terra, sendo tudo dotado de alma e razão.

É importante a sua doutrina sobre a natureza da alma: é imortal, porque se origina do éter, uma substância incorruptível.

A alma tem três partes: inteligência, razão e paixão. Os animais também têm inteligência e paixão, mas só o homem tem razão. Inteligência e razão têm sede no cérebro; paixão, no coração; mas só a razão é imortal.

Desvinculada do corpo, a alma vaga no ar; as mais puras sobem e as menos puras caem em outros corpos. A ascese é a purificação da alma para evitar o seu retorno e trazer felicidade e harmonia.

Pitágoras lança os princípios da metafísica, depois desenvolvida por Aristóteles. Consegue entender a derivação do múltiplo pelo uno, a partir dos números.


  1. OS FILÓSOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS – HERÁCLITO E PARMÊNIDES.


HERÁCLITO – de Efeso, não fundou escola filosófica.

Não reflete sobre a relação uno-múltiplo, mas sobre o devir, o vir-a-ser. Tudo muda e nada permanece, tudo se trasforma, o real é o vir-a-ser. Nenhuma realidade escapa ao infatigável devir.

O devir tem como causa e primeiro princípio o fogo, que tem dois movimentos: descendente e ascendente, ambos regulados pela lei do Logos (lei imanente).

Nem todas as pessoas conseguem entender o delvir, só quem vive pela razão é capaz disso.

Reconhece dois modos de chegar á verdade: a sensação e a razão. Mas a primeira não é confiável, só a segunda.

Cria uma moral sobre o Logos: o homem torna-se sábio e feliz unindo-se ao logos. O método para isso é o conhecimento de si mesmo. O centro da vida moral é a participação na pólis.

A alma que segue a via ascendente, ao morrer, une-se ao fogo eterno.

Não chega, porém, a desenvolver as causas do devir.


PARMÊNIDES – de Eléia, filósofo e poeta, fundou escola filosófica, foi discípulo de Xenófanes.

Ponto central de sua teoria: distinção entre ser e não-ser.

Apenas o ser é real. Discorda do vir-a-ser. O ser é, o não-ser não é, um não se transforma no outro e do nada nada se tira. Se o não-ser fosse algo, teríamos uma contradição interna.

Defende a unidade entre o pensamento e o ser. Só o ser é pensável; o não-ser é impensável. O vir-a-ser é puro nome, que exprime uma opinião falsa.

É o primeiro filósofo a pensar o ser, portanto, o primeiro metafísico.

Faz a distinção entre razão e sentidos.


EMPÉDOCLES – filósofo, médico e mago.

Tenta conciliar os jônios com Heráclito e Parmênides.


DEMÓCRITO – criador do atomismo. Descobriu a subjetividade da sensação.


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