GLORIOSA ENGENHARIA
Tentou-se já dar muitas definições desta tão importante, senão a mais importante carreira já até hoje responsável por todo desenvolvimento tecnológico do qual a humanidade de orgulha. Não tentarei dar a definição, por ser esta uma pedra de Sísifo, ou um número irracional, isto é, por mais que se tente, nunca se consegue a precisão absoluta. Primeiramente vamos discutir a esmo e atirar para o alto várias pseudo-definições que juntas comporão o quadro fascinante e indescritível desta benesse do intelecto humano.
O engenheiro cria, frisemos isto. A Engenharia é a arte da realidade e do útil. Compromissada com as soluções e com o mundo cruel e real, aglutinando fatores e prioridades do projeto. Um cientista, por outro lado, procura verdades da natureza que estão "ocultas" ao ser humano. Essas leis existem, não são inventadas, são intuídas, deduzidas, provadas experimentalmente. Einsten, esse grande Einsten, não inventou a relatividade, apenas a "descobriu", assim como também Lavoisier não inventou a Lei de Conservação das Massas, tampouco o fez Newton com a Gravitação Universal. O Engenheiro criará coisas novas. Ninguém "descobre" um carro, mas ele é desenvolvido baseado nos princípios científicos de seu funcionamento, baseado em características que o façam adaptado para seus fins e nosso conforto, baseado nas implicações de custo-benefício de seu uso, enfim - baseado em tudo isto, porém principalmente num problema que a grosso modo seria: Como transportar de modo eficiente e autônomo pessoas e cargas, usando como fonte de energia um determinado combustível?
Chegamos num dos maiores consensos de todas definições:
O engenheiro é um resolvedor de problemas. "Desejamos um de travessia deste rio de forma a dar passagem em ambas direções", "Precisamos transformar esta rocha fosfáltica em fertilizante agrícola para produção em larga escala", "É necessário transmitir energia elétrica por grandes distâncias". Tendo o problema em mãos, a equipe de engenheiros vai analisar todas as possibilidades de solução. No exemplo da travessia do rio, por exemplo, pensaríamos numa grande balsa, se o rio for navegável, mas seria inviável devido a custos subseqüentes de combustível e uma "insuficiência" do serviço de travessia em caso de tráfego intenso. Outras soluções são a ponte e um túnel subterrâneo sob o leito do rio, ambas viáveis tecnicamente. Um túnel, contudo, teria um custo tão alto que o inviabiliza ao comparar com uma ponte, muito mais econômica. A questão não é tão simples: Escolhida a ponte há uma série de decisões a serem tomadas quanto ao tipo de ponte mais adequado a topografia do lugar e a receita do projeto, dentre outras. Por fim, será construída uma ponte que equacione de forma eficiente adequabilidade, segurança, custos e possíveis impactos sócio-ambientais no local.Percebe-se que estas questões envolvem decisões e muitas delas que necessitam o estabelecimento de prioridades delicadas, como por exemplo: "Até que ponto, num processo químico industrial devemos sacrificar a conservação do meio-ambiente ao lucro que dele resultaria?". Questões como estas afetam a sociedade como um todo o engenheiro deve ter sempre a preocupação de não tomas decisões que a acabem prejudicando. Este é o chamado "Pensamento de Engenharia".
O
Pensamento de Engenharia é o fundamental, formá-lo é o objetivo primordial de qualquer curso acadêmico. Não é prioridade para um aspirante a Engenheiro possuir uma "arrasadora" habilidade matemática, mas a capacidade de conciliar fatores em decisões para a resolução de problemas. Um dos maiores estereótipos do engenheiro é o engenheiro de prancheta. Hoje em dia, na engenharia em geral, é pouco o tempo despendido com o desenho de projeto. Lembremos que os fatores com que o engenheiro lidará antes de se entregar a parte técnica são estritamente abstratos. Um engenheiro químico, por exemplo, ao criar um processo, vai lidar com abstrações: operações unitárias e conversões químicas. Mas ao terminar? Não terá ele de projetar e comandar a construção de seus reatores, secadores, etc.? Não, já existe empresas que atendem encomendas destes aparelhos mais comuns ( geralmente sob a supervisão de outros engenheiros químicos e mecânicos ), basta o engenheiro especificar as suas necessidades de capacidade e material, dentre outras.Outro aspecto que precisamos frisar é a
INTERAÇÃO interengenharias. Freqüentemente vários tipos de engenheiros são reunidos num determinado projeto. No exemplo de uma indústria química, é necessário a assinatura de três engenheiros no projeto: O Engenheiro Químico, como principal responsável pela indústria como um todo, pelo processo, seu funcionamento e impacto no meio-ambiente, o Engenheiro Civil pelo prédio e instalações afins e o Engenheiro Mecânico, responsável pela viabilidade mecânica dos aparelhos e máquinas envolvidas. Na maioria dos projetos, quase nunca um engenheiro trabalha sozinho...Para uma primeira discussão é isso. Você pode encontrar maiores informações nos seguintes livros: NOVAES, Vale a Pena ser Engenheiro? & KRICK, Introdução a Engenharia.
Eu, André Luiz dos Santos, estudo Engenharia Química na
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Brasil e escrevi isto após muito questionamento tipo "De onde viemos ... para onde vamos?".VESTIBULANDO INDECISO
- Espero que lhe tenha sido útil a lhe esclarecer sobre esta tão gloriosa carreira. Caso deseje maiores informações ou apenas um bate-papo com um veterano, não se acanhe de entrar em contato comigo. Terei prazer em lhe ajudar...ESTUDANTE DE ENGENHARIA
- Se você desejar conversar um pouco sobre o futuro da engenharia, ou apenas querer comentar que não concorda com uma palavra do que escrevi, não deixe de mandar seu e-mail.ANYONE THAT DON'T UNDERSTAND A WORD OF PORTUGUESE
- I'm sorry, someday I'll put a english translation, but in English I may not have the same eloquence...
André Luiz dos Santos