Gaia se Revolta
Enfurecida e magoada, Gaia retirou do próprio seio uma pedra áspera, o próprio e grisalho aço. Forjou e modelou-a em forma de uma foice. E, assim tramando contra Urano, triste por não poder ver os filhos, violentamente aprisionados por seu marido e rei do Universo.
No frio nevoento e distante Tártaro, ecoou a voz chorosa da Grande Mãe: "Meu filhos, queridos filhos, que meu esposo esconde e maltrata ! Aqui está sua mãe, que nutre e gera ! Venho para lhes trazer a realidade da liberdade."
Assombrados, os assustados Titãs se colocaram a frente para que Gaia pudesses vê-los, embora isso fosse impossível.
"Ouçam sua carinhosa mãe ! Venho com um plano para libertá-los ! Eu fiz de mim mesma uma potente arma, que pode vencer até ao poderoso Urano. E darei a vocês, meus filhos, para que a usem."
Os Titãs calaram-se. Assombrados e tementes ao poderoso, terrível e cruel pai, esconderam-se no Tártaro.
Todos os Titãs, menos um... Cronos, o senhor do Tempo. Sem emoção, medo ou ódio, bradou a mãe: "Dai-me a arma Grande Mãe, dai-me que vencerei. Farei a tarefa, sem trégua ou temor."
Assombrados com a coragem do irmão, os titãs gritam em advertência. Mas inutilmente, Cronos é implacável, sua vontade é inalienável. Todos suplicam ao Tempo para que desista, pois poderia trazer a ira do terrível Urano. Tentam segurá-lo, prendê-lo, escondê-lo da Grande Mãe. Mas Gaia pede a seu irmão Érebo que traga Cronos perante sua presença.
Feliz por ver novamente seu filho, Gaia a ele entrega a foice. E o esconde em seu seio.