Cronos Fala

Pesada foice carrego,
Feita do grisalho aço por minha Grande Mãe.
Instrumento de glória e perdição,
Coroa do templo e reinado dos gloriosos Uranidas...
 
Assim sou, fui e serei
Denso e pesado Senhor do Tempo.
De "curvo pensar" me chamam !
Senhor manifesto da ordem sobre o Caos.
 
Separador do espírito e da matéria,
Da mãe e do pai.
Assim vivo em constante mudança,
A guiar a todos que me temem.
 
De todas as forças da natureza,
Quase todas olvidadas para sempre,
Continuo a respirar.
E em cada nascimento galgo uma casa.
 
Viverá o homem sem o Tempo ?
Não castrará seu próprio pai
E recusará sua mãe ?
Não devorará seus filhos ?
 
Haverá homem perfeito ?
E se perfeito for,
Será um homem completo ?
 
Não existe Luz
Sem a fúria do Tempo.
Fúria implacável.
 
Pois é o Tempo que despeja as forças da natureza
No ser.
Nem pouca, nem muita.
O Tempo mede, solve e coagula.
 
O Tempo castra,
Agracia...
O Tempo presenteia e toma de volta.
 
Vive sua vida,
Seja jovem pois será velho.
Seja velho pois já foi jovem.
Eu sou como a Vida,
Hoje sou rei
E amanhã não serei mais.
Reino sabendo que serei atirado no Tártaro.
Esse é o reinado do Tempo.
Reinado sem ontem ou amanhã.
Apenas o hoje.
 
Do Tempo só existe a promessa.
 

by Frater Cronos

1