INTRODUÇÃO

        Há tempo eu vinha alimentando o desejo de escrever alguma coisa sobre os anos que passei no Seminário Menor Metropolitano do Imaculado Coração de Maria, em São Roque, no bairro do Ibaté, à época de sua fundação.

        Vivi quase cinco anos naquele estabelecimento de formação de sacerdotes, pertencente à Arquidiocese de São Paulo, no início dos anos 50. Lá encontrei um punhado de amigos e convivi com professores que muito influenciaram nossa formação e nossa adolescência.

        Sinto certa obrigação de deixar registradas minhas observações sobre esse período, pois foi uma experiência totalmente fora do comum e poucas pessoas, até mesmo nos meios católicos, terão conhecimento do que se passava, naquela época, dentro de um Seminário.

        Escrever um livro, ainda que curto e modesto, editá-lo e divulgá-lo não é tarefa fácil. É difícil, também, atingir o público interessado. As redes de distribuição de livros são pouco condescendentes com os escritores iniciantes.

        Contudo, o desenvolvimento da informática e a facilidade de comunicação oferecida pela "Internet" muito poderão contribuir para simplificar esses problemas, pois, hoje, desde que haja uma "home page" onde alojar os escritos, não é preciso mais ter-se a preocupação de ficar esperando pela boa vontade e o interesse de editores e livreiros, raramente complacentes. Você pode escrever o que desejar e da forma que desejar, divulgando com facilidade o seu trabalho, pois sempre haverá interessados, vindos de qualquer canto do mundo, praticamente caminhando ao seu encontro. Como tudo neste novo campo da ciência, isto é maravilhoso e, ao mesmo tempo, assustador.

        Estava eu pensando em construir a minha "home page", o que me daria independência total e possivelmente alguma audiência para a divulgação de minhas letras, quando descobri que meus companheiros daquela antiga casa de estudos haviam criado um "site" dedicado ao nosso querido e saudoso Seminário do Ibaté.

        Ocorreu-me, então, submeter a eles o meu plano de reescrever o livreto que eu já havia iniciado, esperançoso de vê-lo divulgado, talvez em capítulos, por esses meus amigos.

        Aprovado o meu intento, passei a divulgar, todo mês, um capítulo, narrando fatos ocorridos entre 1949 e 1953, relacionados ao Seminário de São Roque. Cada capítulo não é necessariamente uma seqüência do anterior, de forma que, mesmo não tendo tomado conhecimento do que ficou para trás, o leitor poderá nele encontrar começo, meio e fim de uma historieta que, espero, seja interessante.

        O título "Palavra de Seminarista", para quem não sabe, tem um significado muito especial. No Seminário, onde a expressão "juro por Deus" poderia ser considerada uma irreverência, "palavra de seminarista" era um argumento decisivo, contra o qual não se admitia qualquer dúvida. Jamais poderia ser utilizado em vão. A expressão dava foro de veracidade absoluta.

        Isto significa que tudo o que pretendo narrar será a mais pura expressão da verdade, por mais absurda que esta possa parecer aos leitores dos dias de hoje.

        Depois da acolhida de meus amigos, meu irmão, José de Anchieta, me presenteou com uma "home page", onde o livro também foi publicado, com algumas fotografias da época e músicas evocando os tempos de Seminário.

        Nessas páginas da "Internet", estarei aberto à crítica e à contestação. Talvez possamos, até, pensar em formar um "newsgroup", onde todos teriam o direito de opinião, comentário, crítica e troca de informações.

        Meus amigos, dos quais sempre guardei excelentes recordações, costumam reunir-se mensalmente, no Circolo Italiano e promover encontros anuais mais amplos, inclusive no próprio Seminário. Eu compareci uma vez ao Circolo Italiano. Não voltei mais, embora tivesse muita vontade, porque pretendia transcrever com a fidelidade original o que tinha na memória. O reencontro dos colegas, todos já bem maduros e vividos, marcados por novas experiências de vida, com interpretações já modificadas dos fatos que vivemos, poderia, de certa forma, subtrair a originalidade da lembrança que ficou daqueles anos tão distantes. Contudo, concluídos os capítulos que pretendia escrever, que não são muitos, logo voltei a reencontrá-los, para matar a saudade. A todos o meu agradecimento, principalmente ao Antônio José de Almeida, que tanto se esforçou para publicar no "site" da Turma do Ibaté este meu livro. Ao meu irmão José de Anchieta da Costa Aguiar Toschi obrigado pelo presente.

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        Se tiverem interesse, leiam o primeiro capítulo, a seguir.

CAPÍTULO 1

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