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Extractos do Jornal Expresso de Setembro de 1997


Expresso - 20 de Setembro de 1997

Aumentam factores de insegurança social

Consumo de droga não pára de crescer...

António Pedro Ferreira

 OS CONSUMIDORES de droga estão a aumentar de forma preocupante. As estatísticas do Ministério da Justiça registam aumentos de cerca de 60 por cento ao ano, entre 1994 e 1996, além do crescimento do número de primeiras consultas de toxicodependentes nos serviços de Saúde. Contactado pelo EXPRESSO, o ministro-adjunto Jorge Coelho, responsável pela coordenação do Programa Nacional de Prevenção das Toxicodependências, reconheceu que todos os dados «confirmam um aumento» do tráfico e do consumo de estupefacientes, «apesar de ser uma área onde o Governo tem feito todos os esforços», tendo «já levado à prática todas as medidas previstas para os quatro anos» do programa do Executivo.

(…)


Expresso - 20 de Setembro de 1997

O imparável avanço da droga

Ana Paula Azevedo

O Ministério da Justiça mostra um balanço «negro» da última década do fenómeno dos estupefacientes em Portugal Fonte: Ministério da Justiça

O COMBATE à droga nos últimos dez anos foi uma guerra perdida. Apesar dos investimentos feitos e das mudanças de leis, o número de novos toxicodependentes aumentou de forma galopante, a acção policial e judicial reprimiu sobretudo os consumidores e o tráfico de drogas leves, e a incidência da sida disparou. Estas são as principais conclusões que se podem tirar das estatísticas do Ministério da Justiça, relativas ao período de 1987 (primeiro ano de vigência do programa nacional integrado para a área da droga) a 1996. Baseadas nos números fornecidos pelas forças policiais e pelos serviços de Saúde, os resultados permitem fazer o primeiro balanço e caracterização credíveis do fenómeno da droga em Portugal, nas vertentes do tráfico e do consumo.

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Expresso - 27 de Setembro de 1997

 1. DROGA O discurso da rendição

«Ninguém sabe hoje até onde o negócio da droga se introduziu já na economia portuguesa por efeito da lavagem de dinheiro, até que ponto paralisa ou não a actividade das polícias, em que medida condicionará ou não a acção da Justiça, de que forma conseguirá ou não limitar a intervenção dos múltiplos departamentos do Estado supostamente empenhados em dar-lhe combate.»

DESDE o famoso Dia D - uma habilíssima operação política que o «maestro» Jorge Coelho montou no fim de Janeiro para distrair os cidadãos dos «dois meses de asneiras» que, segundo o primeiro-ministro diria mais tarde, o Governo vinha fazendo - devem ter morrido em Portugal, por «overdose», mais de 120 toxicodependentes. Isto se não aumentou a cadência de mortes registada em 1996: uma de dois em dois dias, de acordo com o relatório do Ministério da Justiça que o EXPRESSO divulgou na última edição. O mais certo, no entanto, é que a perda de vidas por «overdose» - uma gota de água no mar de mortes por efeito directo e indirecto da droga - tenha aumentado exponencialmente, tal como vêm aumentando de modo alarmante todos os outros índices relativos à toxicodependência.

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Expresso - 27 de Setembro de 1997

Um combate perdido

«O problema é que a própria sociedade tem uma atitude passiva perante a questão. Condena, mas não combate. Acha que alguém drogar-se é, sobretudo, uma escolha - uma escolha que alguns pensam que está errada, mas que outros acham certa. Enquanto o pensamento dominante colocar o bem e o mal como meras opções individuais não valorativas, que ninguém se iluda: o combate estará perdido.»

O DRAMÁTICO aumento do consumo de droga e a ineficácia do combate que lhe é movido, segundo dados do Ministério da Justiça publicados na nossa última edição e repetidos ao longo da semana pelas televisões, são dados que poderão servir de reflexão, sobretudo para aqueles que consideram a toxicodependência como um dos maiores flagelos da actualidade. Estamos perante um daqueles casos sobre os quais nem vale a pena discutir política. Independentemente dos protagonistas, das cores partidárias, dos governos do momento, existem dois ou três traços desenhados rigorosamente da mesma forma: as intenções são as melhores, os resultados são decepcionantes e o saldo é exponencialmente negativo.

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Expresso

Devido ás limitações do direito de cópia apenas são apresentados extractos das noticias

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