Iridologia

Íris é um dos tecidos orgânicos mais complexos, ele faz parte da Úvea que é composta por três partes sendo a mais anterior a Íris, depois o Corpo ciliar e finalmente a Coróide. Ela necessariamente é uma membrana nutridora do olho, porém pela complexidade dos seus componentes tem relação com várias funções importantes do olho como regulador da pressão ocular através dos processos ciliares; é responsável pela acomodação que é o mecanismo que faz com que focalizemos os objetos no lugar correto ao nível da retina e nos faz ver as coisas com bastante nitidez. A Íris é quem nos dá a cor dos olhos e no seu centro encontramos um orifício chamado pupila que é o regulador da entrada de luz no olho e com isso permite que exista o maravilhoso sentido da visão.
Por estar presente o sistema nervoso Simpático e Parasimpático é de capital importância as respostas dadas por este tecido; é como se fossem câmeras de televisão dando informações do que está se passando ao nível dos diferentes tecidos. Portanto tem dupla função leva as informações de fora para dentro e traz as informações dos diferentes tecidos de dentro para fora. É formado pelo tecido mesodermico e neurodérmico. A Íris revela as fortalezas e debilidades individuais das pessoas e as lesões que se processaram ao nível do corpo, devido aos maus hábitos da vida; e em contra partida nos mostra a maravilha funcional daqueles que viveram corretamente sem ferir as leis da natureza.

UM POUCO DA HISTÓRIA

A observação das doenças através dos olhos é tão antiga como a história da própria humanidade. As modificações que se passam no interior dos olhos, na Íris ou no branco dos olhos (esclerótica) representando doenças no corpo já eram observado pelos antigos na China e no Tibet.
Existem referências sobre estudos neste assunto em alguns trabalhos de Hipócrates, e também registros na Escola de Medicina de Salerno e em Philostratos. Sabe-se que existe um livro denominado Chiromática Médica de Phulipsus Meyens que foi publicado em 1670 em Dresden; nele encontramos referências a interessantes achados iridológicos relacionados a doenças orgânicas, e já se esboçava a presença de um mapa iridológico rudimentar mostrando a localização de alguns orgãos na Íris.
Muitas obras surgiram posteriormente estudadas por nomes clássicos conhecidos na história da ciência, no entanto foi na Alemanha onde houve o melhor desenvolvimento dos estudos de Iridologia com: Stiegile, Rapp, Wirtz e Zoepperitz. O pastor Felke muito contribuiu para o estudo da Íris. Outros pesquisadores mais modernos são: Maubach, Dr. Schnabel, Thiel e Anderschou na Inglaterra; Vanier na França; Angeres, Baumhauer, Deck, Kronenberger, Struck, Unger, Wermuth, por toda a Europa, principalmente na Alemanha. Na América, particularmente nos Estados Unidos, a Iridologia foi estudada principalmente por Collins, Kritzere e Bernard Jensen, este último autor bastante conhecido e, que fez uma obra maravilhosa Ciência e Prática da Iridologia.
Atualmente é ainda na Alemanha o principal centro de estudos da Íris do mundo. Porém já encontra-se difundida para todos os países, inclusive para a América do Sul: Chile, Argentina, México, Uruguai, Colômbia e Peru. No Brasil o estudo ainda é pouco difundido sendo mais ultilizado por homeopatas e naturalistas e alguns leigos. Infelizmente como é ainda mal ultilizado no Brasil carece de valor científico devido as críticas dos especialistas médicos. Com a divisão da medicina em especialidades, ficou cada vez mais radicalizado os setores orgânicos, enquanto que no passado o médico era generalista, ou seja via o paciente como um todo, atualmente o médico vê o paciente como se fosse departamentos seperados e com isso desvalorizou muito o estudo da Íris como sendo importante meio de diagnóstico (infelizmente) . Porém cada dia que se passa fica mais importante como sabemos a Alimentação, Respiração, os pensamentos e os modos de vida, coisas que são amplamente visualizadas com suas alterações, quando observamos a Íris.

IRIDOLOGIA NA PRÁTICA

A Iridologia é a ciência que estuda e analisa as delicadas estruturas da Íris; ainda é a Íris que dá a cor aos olhos. Na mitologia grega a Íris era a rainha do arco-íris e na Ilíada era a mensageira dos Deuses.
A Íris revela a presença de inflamação, sua localização no organismo e, como se manifesta. Mostra ainda a constituição individual e suas debilidades natas , a condição de saúde e as trocas do organismo quando são feridas as leis naturais orgânicas. Já diziam os antigos que "os olhos são as janelas da alma” e agora podemos dizer que eles “são os espelhos do corpo".
Sabemos que a Íris revela as fortalezas e debilidades individuais das pessoas e mostra ainda as lesões ou danos causados aos diversos tecidos causados pelos maus hábitos da vida. Como também mostrará com alegria a beleza daqueles que viveram de acordo com as leis da natureza.
Uma coisa não podemos esquecer; é que a Iridologia baseia-se inteiramente no fato de o indivíduo pela má digestão e também pela má eliminação, contrair as doenças de acordo com a sua fragilidade orgânica, que é individual.
A maioria dos médicos - e principalmente os oftalmologistas - negam este estudo de maneira científica por motivos de alguns seguidores negarem a existência da cura pela medicina e críticas severas pelo uso de medicamentos. Mais ao meu ver, encaro este estudo de maneira diferente; é uma ajuda na conquista de um diagnóstico e uma prevenção adequada para podermos cuidar melhor dos doentes e das doenças que acometem grande parte da humanidade.

PRIMEIRAS OBSERVAÇÕES

A primeira coisa que o observador da Íris deve prestar a atenção é a estrutura (feitura, modelo) desta parte do olho. Com esta observação poderá encontrar sinais de boa ou má estrutura orgânica, de sinais relativos à inflamações agudas, crônicas, ou mesmo degenerativas.
1) Constituição Individual: diremos que a pessoa tem boa constituição física se a Íris se apresentar de maneira uniforme, sem chanfraduras, e bastante lisa. Ao contrário a Íris que apresenta, muitos orifícios e o tecido iridiano não for bem compacto (mostrando falhas) esta pessoa não apresenta boa constituição física portanto sujeito a mais facilmente ficar doente, e mesmo quando adoece tem mais dificuldade em se restabelecer. Outra coisa que sabemos sobre a constituição; quanto mais saudável é o indivíduo mais ele absorve os elementos nutrientes de uma refeição e também elimina de maneira adequada todas as impurezas.
2) Inflamação Infecção: observando o tecido Iridiano você poderá se orientar se o estado patológico está na fase aguda ou crônica ou mesmo se é um caso de degeneração dos tecidos pela profundidade das lesões. Se superficial, aguda; intermediária, crônica e profunda; degenerativa. Isto encontramos nas falhas do tecido iridiano (buracos).
Uma primeira observação que devemos fazer ao olharmos uma Íris, é procurar ver do centro para a periferia ou seja, começar a observar a pupila e seus arredores que correspondem exatamente a área do estômago, intestino delgado, e intestino grosso, para logo em seguida aparecer uma linha irregular em forma de cinturão que é o sistema nervoso vago-simpático (neuro-vegetativo) com isso compreendemos que existe uma separação nítida entre os órgãos de digestão e assimilação dos outros sistemas orgânicos.

SINAIS E MARCAS PRINCIPAIS

1.Cor e suas variações
2.Lesões
3.Lagunas
4.Criptas
5.Bordo escamoso
6.Raios Solares
7.Rosário Linfático
8.Anel de colesterol-sódio
9.Arco senil
10.Anel Nervoso
11.Configurações da pupila

Torna-se difícil explicar as alterações encontradas na Íris sem mostrar figuras; mais existem sinais que poderão ser identificados facilmente.
Arco Senil, que é um anel que fica na periferia da córnea e é de cor esbranquiçada, também chamado por alguns estudiosos de anel de sódio. Seria um sinal de velhice porque significaria uma má circulação nas áreas cerebrais encarregadas da regeneração celular e também significa saturação de sais inorgânicos, especialmente o sódio; mas nós estudiosos da medicina ortodoxa sabemos que existem famílias que precocemente apresentam o arco senil sem com isso significar que estão precocemente escleróticos, é a mesma coisa de pessoas de mesma família que logo cedo ficam com os cabelos brancos. Portanto é essa a finalidade da nossa exposição, não radicalizar demasiadamente os sinais encontrados na Íris eles precisam muitas vêzes serem melhor analisados...
A acidose na Íris, é outro fator de importância pois indica que o organismo saturado de impurezas (má alimentação ou má eliminação) apresenta uma coloração na Íris como se fosse uma neblina, ou seja, as estruturas da Íris perdem o seu brilho natural (quando sadia) e, o sintoma que o paciente apresenta é o Reumatismo articular crônico.
Sinais de processos destrutivos ou degenerativos, são linhas, pontos e manchas negras vistas na Íris a um simples exame as manchas variam de castanho claro até o negro; algumas vezes elas estão localizadas diretamente no órgão comprometido. Por exemplo se for o pulmão o órgão comprometido aparecerá uma mancha escura nessa área.
Anéis Nervosos, aparecem na Íris como se fossem sulcos deprimidos, pode haver um, dois, até cinco ou seis constituindo círculos completos ou incompletos. Quando os círculos são completos significam crise nervosa e quando são incompletos significam estado doloroso no local correspondente ao órgão aonde está o círculo. Com o exesso de proteínas (principalmente de origem animal - “carne vermelha”) os anéis se apresentarão bem mais escuros.
Durante muito tempo fiquei observando Íris dos meus pacientes no consultório que eram submetidos a intervenções cirúrgicas grandes como “ponte safena” e “esterectomias” e não encontrava na Íris nenhuma lesão representativa no órgão comprometido; muito tempo depois conversando com um médico amigo em Brasilia, ele mostrou-me um trabalho científico mostrando que ficava registrado na Íris apenas as coisas que eram sentidas pelo paciente, como as cirurgias foram realizadas sob anestesia geral , não foram sentidas pelo paciente e consequentemente não ficaram registradas na Íris. Por esse motivo, que muitas vezes a Iridologia é mal interpretada pelos colegas médicos que olham para o estudo de uma maneira muito superficial, primeiro porque a literatura existente é pouca e segundo porque não investigam mais detalhadamente em busca de esclarecimento. Raios Solares, são raios em forma de sulcos escuros que partem da região pupilar em direção à periferia da Íris e significam um mal funcionamento do intestino e, que quanto mais escuras forem os sulcos mais problemática seria a situação, alguns sulcos param antes de chegar na periferia da Íris e olhamos em que órgão corresponde, com isso teremos a origem de uma dor de cabeça que vem de um mal funcionamento digestivo (muito lógico por sinal).
Teríamos muitas outras coisas para dizer sobre a Iridologia, mas, para isso, precisariamos de um espaço maior. Caso você se interesse por esse assunto escreva para a revista ISIS.

COMO SURGIU ESTE ESTUDO?

Um rapaz chamado Ignatz von Peczely, nos idos de 1800, que vivia no povoado de Egervar, próximo de Budapeste na Hungria, encontrou em seu jardim uma coruja e com esforço tentou segurá-la para que não fugisse, porém com o esforço houve uma fratura em uma das patas do pássaro, Ignaz que contava com apenas 11 anos de idade muito se comoveu com o fato e começou a tratar da coruja e notou que apareceu, após a fratura, um risco escuro ao nível da íris no olho da coruja.
Continuou o tratamento por vários meses e a medida que foi sarando a ferida foi diminuindo a linha escura da íris que pouco a pouco tornou-se esbranquiçada; ele pode verificar toda esta evolução porque mesmo soltando o pássaro ele permaneceu em sua casa não querendo voltar para a floresta.
Ignaz tornou-se um médico e sempre ficou em sua alma a curiosidade daquele fato e então apareceu para ele uma grande oportunidade quando designado para uma enfermaria de cirurgia; pôde então fazer suas pesquisas, olhando com detalhes os sinais que apresentavam os seus pacientes com as diferentes lesões que eram encontradas. E, com isso ele pôde criar o primeiro mapa iridológico para localização das diferentes alterações na íris e sua correspondência no organismo doente.
Como se fosse uma grande coincidência, nesta mesma época um clérigo sueco de nome Nils Liljequist e, que era enfermeiro, descobriu a relação entre o depósito ou acumulo de substâncias no corpo e suas alterações de cor que apareciam em lugares específicos da Íris. Ele usava para sua doença grandes doses de Quinina, e com isso pode notar claramente as manchas amarelo-verdosas que se depositam na íris.
De 1800 em diante houve muitos desenvolvimento e muita polêmica acerca da Iridologia, porém foi Bernard Jensen quem publicou o melhor trabalho, e aperfeiçoou o mapa Iridológico que tinha sido criado por Ignaz naquela época. Foi o percursor nos Estados Unidos da Iridologia que se espalhou pelo mundo.

Dr. Marcos F. A. Fulco é médico oftalmologista e estudioso da Kirliangrafia e da Iridologia - mfulco@digi.com.br

© Copyright da revista ISIS, maio de 1996 - by Sandro Fortunato


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