INICIANTES
Guia do usuário Internet/Brasil
1. INTRODUÇÃO
Redes de computadores
são as auto- pistas por onde trafegam, em âmbito mundial,
informações eletrônicas dos mais variados tipos, incluindo
textos, figuras, sons e imagens. Para o mundo globalizado - o mundo das
redes de computadores - não existem fronteiras entre países,
assim como também não há distinção de
raça, sexo, cor ou nacionalidade entre pessoas.
O governo federal tem
como meta estratégica prioritária para os próximos
anos a organização e a exploração desse conjunto
de "supervias eletrônicas", em parceria com a iniciativa privada,
visando integrar o Brasil definitivamente à comunidade eletrônica
internacional, facilitando o fluxo de informações entre as
instituições brasileiras e, destas, com suas congêneres
no exterior. Nesse quadro, a Internet/Brasil desempenha papel central.
Este documento inclui
informações básicas sobre a Internet, uma rede que
interliga mais de 80 países distribuídos por todos os continentes,
e sobre a RNP, seu braço acadêmico no Brasil. Além
disso, também são apresentadas: as ferramentas básicas
de acesso a informações; serviços disponíveis
nas diversas áreas; normas de etiqueta para usuários de redes;
e uma referência bibliográfica básica para interessados
em se aprofundar no assunto.
Em muitos locais deste
documento são citados endereços eletrônicos
onde estão disponíveis os serviços e ferramentas apresentados,
contemplando aqueles que já tenham algum tipo de acesso à
Internet, através de Provedores de Acesso, BBSs, instituições
acadêmicas, órgãos públicos, etc. Outras fontes
de informação são acrescentadas para aqueles ainda
sem conexão direta à rede.
A audiência
deste Guia
Este Guia é o mais
geral possível sobre a Internet e é, portanto, interessante
para qualquer leitor, como primeira aproximação ao assunto.
O leitor cujo interesse
é conectar-se à Internet como usuário institucional
ou individual deve procurar um provedor de serviços em sua região.
2. A INTERNET
Internet é a
maior rede mundial de computadores existente na atualidade
As redes eletrônicas
de computadores proporcionam a seus usuários comunicação
a baixo custo e acesso a fontes inesgotáveis de informação.
Elas interconectam pessoas para os mais variados fins e têm contribuído
para ampliar e democratizar o acesso à informação,
eliminando barreiras como distância, fronteiras, fuso horário,
etc.
A Internet é um
conglomerado de milhares de redes eletrônicas interconectadas, criando
um meio global de comunicação. Essas redes variam de tamanho
e natureza, bem como diferem as instituições mantenedoras
e a tecnologia utilizada. O que as une é a linguagem que usam para
comunicar-se (protocolo) e o conjunto de ferramentas utilizadas
para obter informações (correio eletrônico, FTP, telnet,
WAIS, Gopher, WWW). As informações podem ser encontradas
em diferentes formatos e sistemas operacionais, rodando em todo tipo de
máquina.
Atualmente, o número
estimado de usuários da Internet é de 40 milhões em
mais de cem países. Esta significativa massa de usuários
acessa a rede através de computadores e terminais em instituições
educacionais, provedores comerciais e outras organizações.
O embrião da Internet
surgiu de uma pequena rede experimental de computadores criada em 1969
pela Advanced Research Projects Agency (Arpa) do Departamento de
Defesa dos EUA, para permitir a partilha de recursos computacionais, tais
como bancos de dados, computadores de alto desempenho e dispositivos gráficos,
entre os pesquisadores e fornecedores contratados pelo Departamento. Logo
ela passou a ser usada também como meio de cooperação
entre os participantes do projeto, possibilitando o uso de correio eletrônico,
dentre outros serviços.
Em 1980, essa rede experimental
foi dividida em outras duas: a Arpanet, para pesquisa civil com fins militares,
e a Milnet, com fins exclusivamente militares. A interligação
dessas redes foi chamada de Defense Advanced Research Projects Agency
Internetwork, nome que foi abreviado posteriormente para Internet.
A expansão dessa nova rede estimulou o surgimento de diversas redes
descentralizadas nos EUA, tais como UUCP, CSNET, BITNET, etc.
Além dos recursos
básicos de correio eletrônico e lista de discussão,
a Internet proporciona a seus usuários acesso aos mais variados
serviços de informação como, por exemplo, bases de
dados especializadas, catálogos de bibliotecas, repositórios
de software de domínio público, jornais e revistas
eletrônicas, etc. Através da Internet também é
possível ter acesso a recursos de hardware especializados
como computadores de alto desempenho e processadores especializados.
Organização
da Internet no mundo e no Brasil
Por ser um conjunto de
redes independentes, a Internet não tem dono. Por outro lado, a
Internet Society, sediada na Virginia (EUA), tem gradativamente
assumido responsabilidades no direcionamento estratégico da Internet
no mundo. A Internet Engineering Task Force desenvolve novos protocolos
e aplicativos para uso na Internet como um todo. O Internet Engineering
Steering Group faz a avaliação destes produtos e os submete
para aprovação ao Internet Architecture Board (IAB),
que decide a cerca de sua adoção ou recomendação.
Outra estrutura, chamada InterNIC, cadastra todas a redes ligadas à
Internet e oferece serviços de consultoria e assistência às
mesmas. O InterNIC é formado por três organizações,
a saber, a General Atomics (proprietária da CERFNet), a Performance
Systems International (PSINet) e a AT&T, operando com financiamento
de NSF-US.
O IAB e o InterNIC não
têm controle sobre toda a Internet. A maioria das decisões
é deixada aos administradores das redes filiadas. Estas podem ter
regras próprias para definir o que é considerado uso apropriado
da rede e seus serviços.
No Brasil, um Comitê
Gestor Internet cumpre o papel maior de dar diretrizes à
implantação desse tipo de redes no país. Para desempenhar
esse papel, o Comitê se estrutura em vários sub-comitês,
e recorre a tarefas de apoio de outras organizações, como
a RNP, FAPESP, IBASE, etc.
Internet/Brasil
Para utilizar a Internet,
um usuário precisa ter acesso a um computador conectado à
rede. Existem diversos tipos de conexão, como descrito no Capítulo
4. E através deles as pessoas podem fazer uso dos serviços
descritos nos Capítulos 5 e 6.
A partir de 1995, surge
a oportunidade para que usuários fora das instituições
acadêmicas também obtenham acesso à Internet e que
a iniciativa privada venha a fornecer esse serviço. Isto significa
que haverá cada vez mais computadores brasileiros, fora das instituições
de ensino, ligados à Internet, e que um vasto leque de aplicações
surgirá a curto prazo.
Enquanto no âmbito
da Internet puramente acadêmica os papéis desempenhados e
principalmente os encargos financeiros não são muito claros,
a exploração comercial da rede exige uma melhor definição.
Nessa Internet/Brasil que principia a tomar forma, vale a pena distinguir
claramente os seguintes papéis:
Usuários Individuais
Pessoas físicas
ou jurídicas que contratam acesso por linha telefônica discada
a computadores e dispositivos mantidos por provedores de acesso.
Para as diversas modalidades de acesso, consulte o Capítulo 4. Não
estamos considerando aqui os funcionários de instituições
acadêmicas ou comerciais, ligadas diretamente a Internet, que têm
acesso pleno enquanto no ambiente de trabalho (veja usuários
institucionais adiante).
Provedores de Serviços
O mais produto comercializável
mais imediato relacionado com a Internet é o acesso a ela.
Em seguida, são as aplicações nela disponíveis.
Originalmente, quando
a Internet era primariamente acadêmica, o acesso à rede era
provido (i.é, instalado e operado) por instituições
acadêmicas. Em paralelo, serviços online
com limitada intersecção com a Internet eram operados
nos EUA e Europa por pequenas e grandes instituições de natureza
privada, variando de BBSs (Bulletin Board Systems) de fundo de quintal
a OSCs (Online Service Companies) gigantescas operando em escala
mundial, como a COMPUSERV, AOL, etc.
O boom da Internet
tem feito com que todos tenham reciclado sua atuação para
articular acesso de/para a grande rede.
Há portanto um
grande e ainda crescente espaço de provedores de serviços
Internet, que para fins didáticos podemos dividir em:
Provedores de Backbone;
Provedores de Acesso; e
Provedores de Informações.
...
Provedor de Backbone
Entidade mantenedora de
rede de longa distância (WAN), de âmbito multiregional ou nacional,
com o objetivo básico de "repassar" conectividade à rede
através de vários Pontos-de-presença judiciosamente
distribuidos pela região a ser coberta. A Internet é uma
coleção dessas redes, mantidas por provedores de backbone.
A RNP é um provedor deste tipo. Nada impede, a princípio,
o surgimento de outros provedores nacionais, com espinhas dorsais paralelas
à da RNP. Várias delas deverão surgir a curto prazo.
No Brasil, um potencial provedor de serviços de backbone
deverá contratar linhas de uma empresa que provê meios
para a comunicação digital: linhas telefônicas
discadas ou dedicadas, circuitos digitais, rede de fibras ópticas,
canais de satélite (obs.: em geral, as empresas do Sistema Telebrás
desempenham este papel).
Um provedor de serviços
de backbone opera, pois, no atacado de conectividade, vendendo
acesso a outras empresas que farão a (re)venda de acesso para usuários
finais ou simplesmente utilizarão a rede para fins institucionais
internos.
O jogo de um provedor
de backbone, portanto, é de grande escala e normalmente se
mede em investimentos na casa dos milhões de reais.
...
Provedor de Acesso
O provedor de acesso é
aquele que se conecta a um provedor de backbone através de
uma linha de boa qualidade e revende conectividade na sua área
de atuação a outros provedores (usualmente menores), instituições
e especialmente a usuários individuais, através de linhas
dedicadas ou mesmo através de linhas telefônicas discadas.
O provedor de acesso é
portanto um varejista de conectividade à Internet, e como
todo varejista pode operar em diversas escalas, desde um nível mínimo
(ex.: uma máquina e umas poucas linhas telefônicas para acesso
discado) até um nível de ampla atuação em uma
região, aproximando-se da escala de atuação de provedores
de backbone.
Provedor de Informação
Uma outra forma de explorar
comercialmente os recursos da Internet é através da disponibilização
de informações na rede. O exemplo mais simples seria
a venda de informação de algum tipo. O empreendedor seria
dono de uma base de dados e estabeleceria contas para os usuários,
que acessariam o sistema mediante o uso de senhas.
Este, contudo, não
é o único meio de usar comercialmente uma conexão
de sua instituição à Internet. A comunicação
digital oferece uma oportunidade única para a propaganda e marketing
de seu produto. Constitui-se num excelente meio para construir a imagem
pública de uma empresa, bem como dar assistência on-line
aos seus clientes, como por exemplo, no caso de apoio a usuários
de software. Portanto, nem toda informação a ser disponibilizada
por instituições de caráter comercial precisa ser
vendida.
A comunidade cibernética
tem opiniões fortes sobre uso indevido da rede. Devido a sua origem
não-comercial, nem todo tipo de comportamento é bem tolerado
por seus usuários. Por exemplo, a distribuição de
material pela rede através de correio eletrônico (seção
5.1) é a pior forma de anunciar seus serviços. O "castigo"
para propaganda exagerada e principalmente não solicitada é
a sobrecarga do sistema de correio eletrônico de sua empresa com
protestos (muitas vezes automáticos e intencionalmente produzidos
em grandes quantidades).
Sistemas de informação
(WWW e Gopher, no Capítulo 6) e servidores de correio que possam
ser acessados voluntariamente pelos clientes em potencial, recheados com
serviços atrativos, dados e aplicativos que possam ser trazidos
por FTP (seção 5.3), são a melhor escolha.
Usuário Institucional
Uma terceira razão
para uma instituição comercial se ligar à Internet
é permitir o acesso de sua rede local (ou de longa distância)
à grande gama de serviços que ela oferece. Ali existe uma
infinidade de informações relevantes a diversas áreas
de atuação. Assim, as instituições podem se
conectar à Internet, seja para obter acesso a bancos de dados, para
permitir que parte de seu staff participe de grupos eletrônicos
de discussão, para garantir a comunicação via correio
eletrônico com clientes e fornecedores ou, simplesmente, para ver
o que a concorrência está fazendo.
Os papéis acima
definidos tem o objetivo de organizar a forma de atuação
das pessoas (físicas ou jurídicas) na Internet; uma mesma
pessoa pode ser tanto um provedor de acesso quanto um provedor de informação.
Muitos provedores de acesso disponibilizarão informações
na rede e desejarão conectar suas redes locais, podendo ser considerados
provedores de informação e donos de uma conexão institucional.
Muitas instituições desejam ter seu sistema de informações
com acesso público. Também podem dar acesso a fornecedores
ou subsidiários que não podem pagar uma linha do porte apropriado,
nem desejam arcar com os custos de um provedor de acesso intermediário.
As universidades têm atuado tanto como provedoras de informação
quanto de acesso. Em muitos países existem instituições
que acumulam os papéis de operadora de conexão, de backbone
e de provedora de acesso.
Da mesma forma, nem todos
os interessados na Internet necessitam ter linhas dedicadas de alta velocidade
diretamente ligadas a um backbone. A RNP, neste primeiro momento,
dará prioridade de conexão ao backbone federal
para os provedores de acesso e informação que possam ajudar
a criar uma infra-estrutura nacional de redes, cumprindo exigências
mínimas para que se aproveitem ao máximo os recursos limitados
de telecomunicação existentes no país. Os que desejarem
conexões puramente institucionais serão incentivados a colocar
serviços e dados on-line, ou a esperar o surgimento de provedores
de acesso. Isto deve estimular o surgimento de serviços com efeito
multiplicativo, que ajudem a desafogar a demanda reprimida por serviços
de redes existentes no país, através da participação
da iniciativa privada.
3. A INTERNET
NO BRASIL
3.1. A Rede
Nacional de Pesquisa e a Internet Acadêmica
A RNP é uma iniciativa
do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) cujo objetivo
é implantar uma moderna infra-estrutura de serviços Internet,
com abrangência nacional. Até abril de 1995, a atuação
da RNP se restringia a áreas de interesse da comunidade de educação
e pesquisa do País.
Lançada oficialmente
em 1990, a RNP contou com o apoio das Fundações de Pesquisa
dos Estados de São Paulo (Fapesp), Rio de Janeiro (Faperj) e Rio
Grande do Sul (Fapergs) e tem sido executada sob a coordenação
política e orçamentária do Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq).
A iniciativa concluiu
ao longo de 1992/1993:
a implantação de
uma espinha dorsal de comunicação, cobrindo a maior parte
do país, a velocidades mínimas de 9.600 bits por segundo
(bps);
a implantação de
um conjunto de aplicações em diversas áreas de especialização;
e
a execução de atividades
de planejamento para o período 1994/1995, em que se espera lograr
a efetiva consolidação da rede.
A presença da RNP
nos Estados foi concebida como resultante da implantação
de um conjunto de conexões interestaduais, interligando inicialmente
onze Estados, com pontos- de- presença em cada capital. Essa arquitetura
de linhas de comunicações e equipamentos compõe o
que se denomina espinha dorsal (backbone) da RNP.
Os seguintes Estados têm
ponto- de- presença oficial da RNP ou um ponto de acesso operado
por alguma instituição local e aberto à comunidade
de educação e pesquisa na região: Alagoas, Amazonas,
Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás,
Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba,
Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do
Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.
As instituições
presentemente conectadas à RNP ou redes estaduais são as
primariamente voltadas para educação, pesquisa ou gestão
governamental. Cerca de 400 instituições de ensino e pesquisa
do país estão ligadas em rede, incluindo a maioria das universidades
e institutos de pesquisa governamentais. A partir dessa infra-estrutura,
as instituições interessadas poderão, no futuro, implantar
suas redes de serviços para atender a grupos de interesse específicos
dentro da comunidade de educação e pesquisa.
Segundo as estimativas
mais recentes, mais de 10.000 hosts estão interligados em
rede no Brasil. Adotada a premissa de que cada host seja utilizado
por seis usuários, o número total de usuários ativos
hoje é estimado em 60 mil, primariamente para uso acadêmico.
A RNP na Internet/Brasil
A partir de abril de 95,
quando o Ministério das Comunicações e o Ministério
da Ciência e Tecnologia decidiram lançar um esforço
comum de implantação de uma rede Internet global e integrada,
abrangendo todo tipo de uso, surgiram as bases político/estratégicas
da Internet/Brasil.
Nesse novo cenário,
a RNP foi chamada a cumprir nova missão, compreendendo:
-
a concepção e a
implantação de um modelo de serviços Internet no Brasil
que assegure, em regime:
-
cobertura nacional e ampla capilaridade,
-
vasta gama de aplicações,
e
-
baixo custo para o usuário
final,
com papel prioritário
reservado à iniciativa privada.
-
a operação de um
backbone nacional de uso misto (comercial e acadêmico), resultante
da expansão e reconfiguração do backbone atual
de uso puramente acadêmico (conforme figura abaixo).
Backbone
da RNP
-
a operação (continuada)
de serviços de alocação de endereços IP e de
registro de domínios.
-
a aderência de todas as
iniciativas de redes no país a padrões gerais de engenharia,
interconexão, segurança, etc.; e
-
a coleta e disseminação
de informações sobre Internet no Brasil.
Informações
Adicionais sobre a RNP
Maiores informações
sobre a RNP podem ser obtidas nos seguintes endereços:
http://www.rnp.br
RNP - Rede Nacional
de Pesquisa
3.2. Diretrizes
Gerais sobre a Internet/Brasil
O modelo instituído
pelo Ministério das Comunicações e pelo Ministério
da Ciência e Tecnologia para a evolução de serviços
Internet no Brasil é o mais aberto possível, e pode
ser resumido nos seguintes pontos:
i. Qualquer interessado
pode implantar e operar serviços Internet no Brasil. Não
há qualquer restrição de natureza de instituição
(obs.: exceto no caso de empresas concessionárias de serviços
de telecomunicações no Brasil, conforme item iii abaixo),
tipo de serviço, área de cobertura, preços cobrados,
etc.
Obs.: A única
restrição se refere a meios físicos, que deverão
ser contratados às empresas concessionárias de serviços
de telecomunicações, às tarifas comerciais vigentes.
ii. Regras operacionais
que deverão ser observadas por todos são as seguintes:
Todos os backbones
de nível 1, isto é, os que operarem conexões diretas
à Internet no exterior, deverão interconectar-se em pelo
menos um dentre três pontos no país, a saber, em Brasília,
São Paulo e Rio de Janeiro, nos chamados Pontos de Interconexão
de Redes (PIRs).
A alocação
de endereços IP e o registro de domínios subordinados
ao domínio ".br" serão feitos pela Rede Nacional de
Pesquisa para qualquer solicitante, comercial ou educacional.
Padrões de engenharia
de redes (incluindo "roteamento", protocolos e serviços, segurança,
etc.) serão únicos, e propostos por um Grupo de Engenharia
de Redes, modelado entre outros no IETF (Internet Engineering Task
Force), com participação aberta a qualquer interessado.
iii. As empresas concessionárias
de serviços de telecomunicações no Brasil deverão
concentrar-se em prover meios físicos de conexão.
Em particular, as empresas não operarão serviços
de acesso discado para usuários finais ou de informações
para terceiros. Esse papel é prioritariamente reservado a empresas
privadas.
iv. A implantação
e a evolução de serviços Internet no Brasil serão
coordenadas por um Comitê
Gestor, ao qual todos os pontos acima enumerados se subordinarão,
em última instância.
3.3. Cenário
de Transição
Ao longo das discussões
sobre cenários de evolução da Internet no Brasil e
sobre alternativas de atuação estratégica do Governo
Federal no tema, ficaram evidentes dois pontos fundamentais, a saber:
i. Em regime, a Internet
no Brasil deve ser um serviço operado majoritariamente por empresas
privadas, em livre competição.
Obs.: O único tratamento
de exceção será o oferecido a instituições
de educação e pesquisa, através de políticas
próprias e complementares às diretrizes gerais.
ii. A curto prazo, contudo,
a retirada imediata do Governo Federal de qualquer ação na
implantação de serviços Internet no Brasil se mostra
potencialmente desastrosa, devido às seguintes razões:
isolamento e, em última
análise, desperdício da experiência acumulada ao longo
de 7 anos na comunidade acadêmica em Internet, tanto em termos tecnológicos
como operacionais.
inexistência
de hábito no Brasil de cooperação direta entre todos
os potenciais concorrentes para a implantação de um serviço
integrado único. Essa mudança de paradigma de atuação,
mesmo nos EUA, sempre envolveu agências do Governo Federal, e se
reflete ainda hoje na organização do esforço da National
Information Infra-Structure (NII) americana.
ausência de perspectivas
de surgimento, mesmo a médio prazo (~ 5 anos) de backbones
comerciais com cobertura realmente nacional. Na opinião
dos dirigentes das principais empresas de informática, comunicações
e informações que têm manifestado interesse em implantar
serviços Internet no país, a tendência é todos
se concentrarem nas capitais dos cinco ou seis estados mais desenvolvidos,
interligadas por linhas dedicadas, e atender o restante do país
por conexões discadas.
inexistência de
mecanismos articulados para a capacitação intensiva de recursos
humanos em redes TCP/IP (obs.: a tecnologia subjacente à Internet),
especialmente para pequenas e médias empresas, apesar de haver considerável
massa de expertise e experiência concreta no lado acadêmico.
...
Medidas de Transição
À luz dessas constatações,
decidiu-se alavancar as seguintes ações:
i. Implantação
de um primeiro backbone nacional de uso irrestrito para qualquer
aplicação, com pelo menos um ponto em cada estado, e pelo
menos um canal de alta velocidade ao exterior.
ii. Forte ênfase
na articulação, em cada estado, de backbones
estaduais, assegurando a chegada da Internet às principais cidades
do interior, com eficiência e baixo custo.
iii. Implantação
de um programa intensivo de capacitação de recursos humanos
em redes, a ser transferido para o setor privado a curtíssimo prazo.
iv. Alavancagem de parcerias
com empresas para a implantação de serviços-piloto
de informações a custo zero ou simbólico para
o usuário final da Internet no Brasil.
...
4. COMO
CONECTAR-SE À INTERNET
A conexão de computadores
à Internet é feita através dos chamados Provedores
de Acesso. Os provedores de acesso oferecem, em geral, várias modalidades
de ligações e serviços de acesso (veja abaixo), visando
a atender aos diferentes tipos de usuários (indivíduos, pequenas
empresas, grandes empresas com redes corporativas, etc.). O modo mais simples
de estabelecer uma ligação entre o seu computador e um provedor
de acesso é através de uma chamada telefônica comum.
Neste tipo de ligação, a conexão à Internet
só existe durante o tempo em que a chamada telefônica ao provedor
de acesso estiver ativa. Há, porém, outras formas de ligação
com o provedor de acesso que permitem que o seu computador fique permanentemente
conectado à Internet. A seguir, apresentamos uma descrição
sucinta dos tipos mais comuns de conexão à Internet, suas
formas de ligação e seus requisitos.
4.1. Requisitos
Físicos Mínimos
Acesso Discado
Os requisitos para a conexão
física de seu computador à Internet variam de acordo com
o tipo de conexão desejada. O tipo de acesso mais simples é
chamado de acesso discado ou dial-up. Neste tipo de acesso
você disca para um número de telefone do seu provedor de acesso
e conecta-se ao computador do outro lado da linha. Em geral, esse tipo
de acesso é adequado para indivíduos (sendo comumente chamado
de "acesso de casa"), e ainda para pequenas empresas. Ele requer, além
de uma linha telefônica, apenas um computador tipo PC e um modem
(interno ou externo) e um software de comunicação.
Como neste tipo de conexão a linha telefônica é geralmente
compartilhada com chamadas normais de voz, recomenda-se o uso de modems
velozes, a fim de reduzir o tempo de ocupação da linha. Além
disso, como veremos mais adiante, certos serviços da Internet que
oferecem recursos de multimídia requerem modems de, no mínimo,
9.600 Kbps - atualmente os modems mais velozes operam a 28.800 Kbps, sendo
que os mais populares operam a 14.400 Kbps.
O software básico
para comunicação é geralmente fornecido juntamente
com o modem. São programas capazes de desempenhar as funções
essenciais para discagem e emulação de terminal de dados
"burro", isto é, sem recursos gráficos. O MS-Windows 3.1
dispõe de uma aplicação específica para este
fim chamada Terminal.
Para que o seu modem possa
operar corretamente é necessário configurá-lo de acordo
com o modo de operação do modem do provedor de acesso. Os
softwares de comunicação geralmente oferecem a possibilidade
de configurar o seu modem. A configuração mais comum opera
com 8 bits de dados, sem paridade e 1 bit de parada (conhecida como 8N1).
Acesso Dedicado
Se a freqüência
e o tempo de duração do seu acesso à Internet são
(ou tendem a se tornar) altos, é provavel que cedo ou tarde você
tenha de recorrer a uma conexão dedicada. Tecnicamente, isto
significa que você tem, como passo inicial, de contratar uma linha
a uma certa velocidade (ex.: 64 Kbps) de sua casa/empresa até o
seu provedor de acesso. Esse serviço é prestado por uma empresa
pública como a TELESP, CRT, TELEBRASÍLIA, etc., tem o termo
técnico de LPCD (Linha Privativa para Comunicação
de Dados) e custa relativamente caro (ex.: da ordem de R$ 1.800 por mês
nas grandes capitais). Instalada a linha, falta agora seu provedor de acesso
implantar conectividade IP através da linha, convertendo o computador
conectado a essa linha, em sua casa ou empresa, num nó permanente
da Internet, com endereço único e divulgado mundialmente.
4.2. Tipos
de Conexão Lógica
Terminal via Linha
Discada
Dentre os diversos serviços
oferecidos pelos provedores de acesso, o correio eletrônico é
sem dúvida o mais utilizado. Por esta razão, o correio eletrônico
é também um dos serviços mais populares, podendo ser
encontrado em todos os Bulletin Boards Systems (também conhecidos
como BBS). Vários BBS já oferecem a possibilidade de troca
de correspondência eletrônica com usuários da Internet
e outras redes, constituindo-se assim no tipo mais primário de conexão.
Neste tipo de conexão você tem acesso ao computador do provedor
por meio de uma conta que é unicamente caracterizada por seu nome
(username) e uma senha de acesso (password) que só
você conhece. Uma vez autorizado a usar o computador do provedor,
você poderá então executar um programa específico
(ex. mail e elm) para preparar e enviar sua correspondência
eletrônica. O mesmo programa é também usado para ler
as correspondências recebidas.
Uma forma alternativa
de usar o correio eletrônico baseia-se no UUCP. O Unix to Unix
Copy Program foi criado inicialmente para fazer transferência
remota de arquivos entre máquinas rodando o sistema operacional
Unix. Esse programa foi posteriormente adaptado para outros sistemas operacionais,
como o MS-DOS, e passou a ser usado para transferir mensagens (arquivos)
recebidas por computadores diretamente conectados à Internet para
computadores e redes locais não conectadas. Uma conexão UUCP
permite então que o usuário transfira todo o seu mailbox
para seu computador e leia suas mensagens sem ter que estar conectado ao
provedor (off-line). Poderá também responder ou produzir
novas mensagens e mais tarde transferi-las ao provedor de acesso, em bloco,
que irá despachá-las através da Internet.
O segundo tipo de conexão
mais comum permite a utilização de alguns serviços
interativos da Internet, como telnet e FTP. Neste tipo de conexão
você entra na sua conta (como acima) e executa programas que permitem
acesso a outros computadores conectados na Internet em qualquer parte do
planeta.
Conexão IP via
Linha Discada
É importante destacar
que nos dois tipos de conexões acima descritos, o seu computador
opera como um simples terminal de dados, exibindo apenas o resultado
dos programas que estão sendo executados no computador do seu provedor.
Nos tipos de conexões descritos a seguir o seu computador passa
a integrar efetivamente a Internet. Para isso recebe um endereço
IP. Um endereço IP identifica um único computador na
Internet e permite que esse computador comunique-se diretamente com qualquer
outro computador que esteja na rede. O computador do seu provedor de acesso
funciona, neste caso, apenas como um roteador dos dados que saem e chegam
no seu computador.
O tipo mais comum de conexão
direta à Internet por meio de linha discada é baseado no
protocolo de comunicação SLIP (Serial Line IP) ou
no PPP (Point-to-Point Protocol). Estes dois protocolos definem
um conjunto de regras que permitem que o seu computador possa comunicar-se
com o computador do seu provedor (e com toda a rede) através do
modem e da linha telefônica.
Há duas formas
de se obter um endereço IP para operação com ambos
protocolos: atribuição estática ou atribuição
dinâmica. Nos dois casos o endereço IP tem que ser fornecido
pelo seu provedor de acesso para garantir que ele seja único em
toda a Internet. Na atribuição estática você
recebe um número IP do seu provedor quando contrata este tipo de
conexão. O endereço IP fornecido fica alocado permanentemente
ao seu computador, mesmo durante o tempo em que ele não estiver
conectado à rede. O problema dessa forma de atribuição
de endereços é que ela tende a "desperdiçar" um recurso
que começa a ficar escasso na Internet. Se um provedor possui, por
exemplo, dez linhas telefônicas para acesso discado e cem clientes
com conexão SLIP estático, ele estará "prendendo"
cem endereços IP, porém, efetivamente, ele só terá,
no máximo, dez desses endereços ativos em um dado momento.
Para evitar esse tipo de problema, utiliza-se a atribuição
dinâmica de IP. Nesse caso, você recebe um IP cada vez que
se conecta ao computador do seu provedor. Como os endereços IP só
são dados aos computadores conectados (dez no exemplo acima), o
provedor de acesso só precisará alocar, no máximo,
uma quantidade de endereços IP igual ao número de linhas
telefônicas de que dispuser.
A maior desvantagem da
atribuição dinâmica é que o seu computador poderá
receber endereços IP diferentes a cada ligação com
o provedor de acesso. A conseqüência desse fato é que
o seu computador jamais poderá se apresentar à Internet como
um servidor, na medida em que os possíveis clientes não saberão
qual dos IPs do seu provedor irá utilizar para comunicar-se com
o seu computador num determinado instante. Dessa forma, caso o seu computador
precise operar como um servidor na Internet, será necessária
a utilização de um endereço IP estático.
Linha Discada vs. Linha
Dedicada
Na verdade, se o seu computador
precisar operar como um servidor na Internet, uma conexão por meio
de linha discada não é indicada, salvo em raras exceções
(dial-back, por exemplo). Para este caso utilizam-se linhas privativas
de comunicação de dados (LPCD). As LPCDs ligam apenas dois
pontos: o seu computador ao do seu provedor de acesso. Como elas constituem
uma ligação permanente, o seu computador estará conectado
à Internet enquanto ele e o computador do seu provedor estiverem
operando. Este tipo de conexão permite ainda que você tenha
mais de um computador conectado à Internet simultaneamente. Tipicamente,
esse tipo de conexão é utilizada para conectar redes locais
de médias e grandes empresas à Internet.
Nesta primeira fase de
instalação da Internet comercial no Brasil, o acesso ao backbone
da RNP será somente através de LPCD a provedores de acesso.
Estas poderão, por sua vez, dar acesso a terceiros em qualquer uma
das modalidades citadas.
5. SERVIÇOS
BÁSICOS
À medida em que
as redes de computadores crescem e que o volume armazenado de informações
aumenta, são desenvolvidas novas e engenhosas ferramentas,
visando a facilitar a localização e o acesso
às informações disponíveis. O uso desses recursos
para a captura das informações ganhou até denominação
própria: "navegando" na Internet. A idéia é visitar
computadores do mundo inteiro e, com auxílio das ferramentas aqui
apresentadas, ter acesso à imensa gama de informações
disponíveis.
Execução
Remota (telnet), correio eletrônico e transferência
de arquivos (FTP) compõem a tríade de serviços
básicos da Internet. Contudo, a utilização desses
serviços de comunicação pressupõe o acesso
a um computador que esteja conectado à Rede.
Esses serviços
básicos diferenciam-se das ferramentas de busca de informações
pela filosofia de uso: em se tratando de serviços, o usuário
deve conhecer previamente a localização da informação,
enquanto ferramentas de navegação são exatamente mecanismos
para localizar informações.
Modelo Cliente/Servidor
As ferramentas Internet
são sistemas que utilizam a filosofia cliente/servidor, em
que há módulos de programa distintos para, de um lado, receber
e executar os pedidos de informação (o módulo servidor)
e, do outro lado, para capturar os pedidos do usuário e apresentar
os resultados da execução desses pedidos (o módulo
cliente). Portanto, para usá- las, é necessário
instalar um módulo cliente compatível com o equipamento do
usuário. A maioria dos programas para utilização dos
serviços e ferramentas da Internet são de domínio
público, isto é, podem ser recuperados gratuitamente pela
rede.
5.1. Correio
Eletrônico
É o serviço
básico de comunicação em rede. Também conhecido
como e- mail, ou simplesmente mail, o correio eletrônico
permite que usuários troquem mensagens via computador, usando um
endereço eletrônico como referência para localização
do destinatário da mensagem. Assim, este serviço permite
a comunicação entre pessoas com interesses comuns, consulta
a especialistas, apoio a usuários de produtos comerciais e muito
mais.
Mas não devemos
pensar no correio eletrônico apenas como troca de mensagens entre
duas pessoas. Existe a possibilidade de distribuição da mesma
mensagem para uma lista de endereços. Isto permite a existência
de listas de discussão (veja adiante) e de publicações
eletrônicas.
Uma outra possibilidade
é a troca de mensagens entre uma pessoa e um computador (ou "servidor
de correio eletrônico"). Com isso, um usuário pode executar
comandos em máquinas remotas, assim como um computador pode responder
automaticamente a um grande número de usuários. Alguém
que disponha somente de correio eletrônico pode, através deste
artifício, obter acesso aos demais serviços básicos
e ferramentas. Veja:
ftp://rtfm.mit.edu/pub/usenet-by-group/news.answers/internet-services/access-ia-email).
Embora a grande maioria
das mensagens trocadas via rede seja constituída por informação
puramente textual, o correio também pode transmitir outros
tipos de informação, tais como sons e imagens,
desde que devidamente codificadas.
5.1.1.
Dicionário de "Carinhas"
A comunicação
por correio eletrônico é essencialmente baseada em texto
escrito. Não permite transmitir o estado de espírito
dos interlocutores. Não é, portanto, rara a má interpretação
de frases escritas por brincadeira. Uma forma de contornar esta limitação
é o uso de combinações de caracteres "rascunhando"
um ícone e que, como a expressão facial num contato pessoal,
exprimem o humor do remetente. Estão listadas abaixo algumas das
convenções de comunicação em redes. Para vê-las,
incline sua cabeça 90 graus para a esquerda e use sua imaginação:
:-) Cara básica.
Esta carinha é usada para modular uma declaração jocosa
ou sarcástica, a depender do contexto. Na maioria das vezes, significa
que a intenção do autor é bem humorada.
;-) Piscada
de olho. O usuário acabou de fazer uma observação
sarcástica e/ou flertou com a pessoa, sugerindo cumplicidade. Tem
o sentido de "não me bata pelo que acabei de dizer".
:-( Cara
carrancuda. O usuário não gostou da última observação
ou está triste ou deprimido por algum motivo.
:-| Cara de indiferente,
de não-entendimento, de alienação com o assunto. Melhor
do que a cara carrancuda, mas não tão boa quanto uma cara
feliz.
:-> Usuário
acaba de fazer uma observação realmente sarcástica.
>:-> Usuário
acaba de fazer uma observação realmente diabólica.
>;-> Piscada
de olho e diabólica combinadas. Uma observação muito
obscena acaba de ser feita.
5.1.2.
Lista de Discussão
É um serviço
que permite o intercâmbio de mensagens entre vários usuários.
Funciona como uma extensão do correio eletrônico, explorando
uma facilidade conhecida como alias (um endereço fictício
contendo uma lista de endereços eletrônicos). Usando esse
recurso, qualquer mensagem enviada para o endereço alias
é, automaticamente, reenviada para todos os endereços constantes
da lista associada.
As listas de discussão
também podem ser implantadas através de programas conhecidos
como servidores ou processadores de listas (listservers), usados
originalmente na rede Bitnet. Além do intercâmbio de
mensagens entre os participantes da lista, os servidores de lista oferecem
recursos adicionais, tais como consulta a registros de mensagens enviadas/recebidas,
armazenamento e recuperação de documentos de interesse dos
membros dos grupos de discussão e informações sobre
os participantes da lista.
As listas de discussão
ou conferências eletrônicas, como também são
conhecidas, são comumente usadas como meio de comunicação
entre membros de um projeto ou entre pessoas interessadas em discutir temas
específicos, podendo ser abertas ou fechadas quanto à participação
de novos membros. Quando abertas, a inscrição de um novo
membro na lista é feita através de um pedido de subscrição
enviado pelo interessado. O endereço para envio da subscrição
é diferente do endereço da lista.
Existem muitas listas
de discussão, sobre os mais variados assuntos, acessíveis
via rede. Um catálogo com as listas existentes é elaborado
e periodicamente atualizado por Diane Kovacs (ver "Publicações
da RNP"). Uma outra lista atualizada pode ser obtida por FTP anônimo
em:
ftp://rftm.mit.edu/pub/usenet-by-group/news.lists/,
sendo periodicamente
postada nos newsgroup news.answers.
5.1.3.
Netnews (USENET)
É um serviço
de difusão e intercâmbio de mensagens trocadas entre usuários
da rede sobre assuntos específicos. O netnews ou USENET news,
ou simplesmente news provê um serviço semelhante ao
das listas de discussão, porém com maior abrangência
e facilidade de participação, além de ser operado
de forma diferente do serviço de listas.
Ao contrário das
listas de discussão, em que as mensagens são enviadas para
cada membro da lista, as mensagens de news são enviadas para
um determinado computador da rede e de lá são reenviadas,
em bloco, para os computadores que aceitam esse serviço. As mensagens
podem então ser lidas por qualquer usuário desses computadores,
sem necessidade de subscrever ao serviço, bastando ter acesso a
um programa específico para leitura de news.
As mensagens do netnews
são classificadas em categorias chamadas newsgroups que,
por sua vez, são organizadas em grandes grupos hierárquicos,
tais como: alt (alternativos), comp (computadores), misc
(miscelânea), news, rec (recreacional), sci (ciência),
soc (social), entre outros.
Os recursos básicos
oferecidos pelos programas de leitura de news incluem: seleção
de newsgroups preferenciais, leitura de mensagens (com marcação
de mensagens não lidas), trilhas de discussão (para refazer
a seqüência de uma discussão), postagem de mensagens
(para um dado newsgroup ou para o autor de uma dada mensagem).
Uma lista quase completa
dos newsgroups pode ser obtida em: ftp://rtfm.mit.edu/pub/usenet-by-group/news.groups/,
sendo postada periodicamente
em news.answers.
Muitos newsgroups
são também distribuídos por listas de correio eletrônico.
Veja quais são eles em:
ftp://rftm.mit.edu/pub/usenet-by-group/news.lists/.
Além disto, muitos
sistemas de informação (Gopher e WWW) permitem a leitura
e submissão de news. Existem também servidores públicos
e comerciais para os quais um usuário pode "apontar" seu cliente
de leitura de news.
Outras informações
sobre news, inclusive servidores públicos, em: http://www.yahoo.com/News/Usenet/
5.2. Execução
Remota (Telnet)
É um serviço
que permite ao usuário conectar- se a um computador remoto interligado
à rede. Uma vez feita a conexão, o usuário pode executar
comandos e usar recursos do computador remoto como se estivesse lá.
Ou seja, ao contrário dos serviços de correio eletrônico
e de transferência de arquivos, telnet permite ao usuário
estabelecer uma comunicação direta e em "tempo real"com o
computador acessado remotamente.
Telnet é
o serviço mais comum para acesso a bases de dados (inclusive comerciais)
e a serviços de informação. A depender do tipo de
recurso acessado, uma senha pode ser requerida. Eventualmente, o acesso
a determinadas informações de caráter restrito ou
disponíveis somente em caráter comercial pode ser negado
a um usuário do serviço que não atenda aos requisitos
determinados pelo detentor da informação.
Telnet também
possibilita o acesso a clientes. Muitas ferramentas necessitam de programas
específicos (news, WAIS, archie, Gopher, WWW) que
precisam estar instalados no computador ligado diretamente à rede.
Usuários com acesso direto podem fazer isto facilmente, mas aqueles
que dependem de acesso discado a um computador de grande porte (mainframe)
não tem controle sobre as ferramentas ali disponíveis. Através
do telnet pode-se então usar clientes públicos (veja
adiante) ou instalados em outros computadores onde o usuário tenha
"conta". Para uma lista destes serviços dê um finger
em yanoff@alpha2.csd.uwm.edu.
5.3. Transferência
de Arquivos (FTP)
É o serviço
básico de transferência de arquivos na rede. É conhecido
no jargão Internet como FTP, acrônimo de File Transfer
Protocol. Usando FTP, um usuário da rede pode carregar (upload)
arquivos de seu computador para um outro ou descarregar (download)
arquivos de um dado computador para o seu. Para tanto, o usuário
deve ter permissão de acesso ao computador remoto.
Um serviço especial
de FTP, conhecido como FTP anônimo (anonymous FTP), permite
que um usuário remoto "puxe" arquivos do computador em que o serviço
está instalado, sem necessidade de obter permissão de acesso
a ele. Para evitar acesso indevido aos arquivos de uso local do computador
remoto, os arquivos disponíveis via FTP anônimo são
armazenados em área separada daqueles.
FTP é geralmente
usado para transferência de arquivos contendo programas (software)
e documentos. Não há, contudo, qualquer limitação
quanto ao tipo de informação que pode ser transferida. Vale
ressaltar que esse serviço pressupõe que o usuário
conheça a localização eletrônica do documento
desejado, ou seja, o endereço do computador remoto e os nomes do
diretório e do arquivo que contém o documento. Quando a localização
não é conhecida, o usuário pode usar o archie para
determinar a localização exata do arquivo.
Transferido o arquivo,
cabe também ao usuário achar a maneira apropriada para ter
acesso ao seu conteúdo. Muitos estão comprimidos e necessitam
do software apropriado para descompressão. Imagens, textos
e sons são armazenados de diversas formas, requerendo muitas vezes
o uso de programas específicos.
5.3.1.
archie
Archie é
um serviço de informações que facilita a busca e recuperação
de documentos distribuídos na rede e acessíveis via FTP anônimo.
Para tanto, archie mantém um índice atualizado dos
nomes de arquivos e diretórios acessíveis na rede através
de FTP anônimo. Além do arquivo de índices, archie
mantém uma base de dados com descrições de software
de domínio público e outros documentos disponíveis
em rede.
A consulta pode ser feita
em modo interativo, usando telnet, ou em modo não- interativo,
usando correio eletrônico, e deve ser dirigida a um dos servidores
archie disponíveis na Internet (preferencialmente o mais
próximo do usuário). Portanto, para usar o archie
é necessário ter acesso a um desses serviços.
5.4. Ferramentas
5.4.1.
WAIS (Wide Area Information Server)
É um sistema de
informações distribuído que possibilita ao usuário
buscar e recuperar documentos armazenados em bases de dados disponíveis
na rede. Há centenas destas bases acessíveis, cobrindo temas
os mais variados, e os documentos recuperados via WAIS podem conter tanto
textos como figuras, sons ou imagens.
WAIS é baseado
no modelo cliente-servidor. Para usá-lo, deve-se acessar um cliente
WAIS, escolher um servidor que se deseja acessar e selecionar o banco de
dados a consultar. Há clientes WAIS disponíveis para todos
os sistemas. Eles oferecem opções de uso, tais como: a possibilidade
de pesquisar mais de um banco de dados ao mesmo tempo, acesso a um diretório
de servidores que auxilia a encontrar o banco de dados apropriado ao
interesse da pesquisa, e o recurso conhecido como relevance feedback,
que possibilita "treinar" o cliente para recuperar documentos relevantes
para determinados temas.
As bases de dados podem
ser implantadas usando diferentes formatos e sistemas gerenciadores de
bases de dados (SGBDs), com o WAIS provendo uma interface padronizada,
baseada em linguagem natural, para acesso aos diferentes sistemas.
5.4.2.
Whois
É uma ferramenta
voltada para o atendimento de consultas sobre pessoas e organizações
presentes na rede. As informações, armazenadas em uma base
de dados, são coletadas pelo Internet Registration Service
- InterNIC - e incluem endereço (postal e eletrônico) de pessoas
e organizações usuárias da rede.
A consulta pode ser feita
em modo interativo, usando telnet, ou em modo não- interativo,
usando correio eletrônico. Portanto, para usar o whois é
necessário ter acesso a um desses serviços.
5.4.3.
IRC (Internet Relay Chat)
É uma ferramenta
que permite estabelecer uma conversação simultânea
entre dois ou mais usuários da rede, independentemente de sua localização
geográfica. As discussões através de IRC fazem uso
do conceito de canal (trilha de conversação), podendo
ser públicas ou privadas quanto à participação
de novos membros.
Os tópicos de discussão,
assim como o idioma da conversação, são bastante variados.
Os diversos servidores IRC existentes na rede estão interconectados
e apresentam continuamente aos usuários os canais e recursos do
serviço em utilização.
Existem outros mecanismos
para "conversar" on-line. A maioria depende do tipo de máquina
utilizada (talk no UNIX, phone no Vax), permitindo apenas
contato entre usuários de sistemas compatíveis.
5.4.4.
Finger
Esta ferramenta permite
verificar se outros usuários da rede estão usando seus computadores
no momento. É mais utilizada quando o computador é do tipo
que aceita grande número de usuários (mainframe).
Muitos destes computadores não aceitam a consulta e nada informam,
outros dizem quem está conectado, desde quando e até mesmo
a localização do terminal.
Computadores pessoais
também podem responder a consultas feitas com finger, desde
que o seu dono instale o programa apropriado.
Muitas pessoas utilizam
deste mecanismo para dar mais informações a seu respeito.
Alguns computadores de universidades permitem que os usuários incluam
seus planos de pesquisa junto com seus nomes. Nada impede que qualquer
outro tipo de texto seja enviado na resposta a um finger.
6. "NAVEGAÇÃO"
E BUSCA DE INFORMAÇÕES
Estas ferramentas permitem
localizar e recuperar informações fácil e rapidamente:
possibilitam "navegar" pela rede, integrando as funções dos
serviços básicos, dispensando o usuário de tomar conhecimento
dos processos de endereçamento, transferência de dados, seleção
de aplicativos e manipulação de arquivos.
6.1. Gopher
É uma ferramenta
baseada em menus hierárquicos que possibilita ao usuário
buscar e recuperar informações distribuídas por diversos
computadores da rede. Com o Gopher, o usuário tem acesso tanto a
informações armazenadas localmente, como àquelas armazenadas
em qualquer outro computador da rede que aceite esse serviço.
A seleção
da informação a ser recuperada é feita através
de uma interface padrão na forma de menus estruturados, tal como
uma árvore de diretórios, subdiretórios e arquivos.
Através do Gopher,
é possível ter acesso a arquivos (texto, dados, imagens,
sons, programas) e também a outros serviços, incluindo aqueles
básicos da rede, tais como telnet e FTP, e outras ferramentas
de informação, tais como WWW, WAIS e archie.
Para usar esta ferramenta
é preciso instalar um programa cliente Gopher no seu microcomputador
ou estação de trabalho, ou ter acesso via telnet (veja
seção 5.2) a um mainframe onde isto tenha sido feito.
Uma lista com todos os
servidores Gopher do mundo (supostamente) pode ser encontrada em:
gopher://odie.niaid.nih.gov:70/11/gophers/All
6.1.1.
Veronica
Veronica é um serviço
de informações que facilita a busca e recuperação
de documentos distribuídos na rede e acessíveis via Gopher.
Ao invés da busca individual baseada em menus dos servidores Gopher,
o usuário de Veronica obtém, numa única interação,
o resultado da sua pesquisa efetuada em todos os servidores Gopher disponíveis
na rede.
Esta ferramenta permite
o acesso direto aos itens de menu que contém a palavra-chave indicada
pelo usuário no momento em que efetuou a consulta. Vale lembrar
que, assim como o Gopher, veronica opera somente em títulos e itens
do menu, e não sobre o conteúdo dos documentos.
Da mesma forma que archie
executa busca no conjunto dos documentos acessíveis via FTP, o Veronica
funciona para o conjunto de documentos acessíveis via Gopher.
6.1.2.
Jughead
Esta é uma ferramenta
de busca nos menus do Gopher muito semelhante ao Veronica. Seu nome é
uma sigla para Jonzy's Universal Gopher Hierarchy Excavation And Display.
Funciona de maneira ligeiramente diferente, permitindo uso de operadores
do tipo AND, OR e NOT.
Para comparar os dois
processos de busca visite:
gopher://gopher.uchicago.edu:70/11/isearches/gopher
Existe uma versão
do Jughead para WWW (veja seção 6.2) em:
http://cuiwww.unige.ch/jughead
6.2. WWW
(World Wide Web, ou simplesmente Web)
É um serviço
baseado em hipertextos que permite ao usuário buscar e recuperar
informações distribuídas por diversos computadores
da rede. A seleção de informações é
feita com base no conceito de hipertexto (um texto cujas palavras
contém ligações subjacentes com outros textos,
o que torna possível leituras diversas, não- lineares).
O usuário pode
selecionar uma das palavras que aparece assinalada na tela. Ao fazer isso,
ele terá acesso ao documento associado ao termo escolhido. Esse
processo pode se repetir com o usuário selecionando novamente um
termo assinalado de seu interesse no documento recuperado. Ou seja, o acesso
às informações disponíveis no WWW é
obtido na medida em que o usuário assinala, em um dado documento,
termos relevantes para a sua busca.
De modo geral, documentos
estruturados como hipertextos são interligados através de
um conjunto de termos pré- selecionados pelo autor do hipertexto.
A associação entre um termo e um documento depende do interesse
do autor e pode ter objetivos diversos, tais como: explicar ou detalhar
um conceito, definir um termo, ilustrar um fato, expandir uma sigla, apresentar
uma informação correlata. O documento associado não
precisa ser necessariamente um texto; ele também pode conter outros
tipos de informação, tais como imagens, gráficos e
sons.
Os documentos não
precisam estar armazenados em um único computador, podendo estar
distribuídos pelos diferentes computadores da rede que suportam
esse serviço. O WWW torna irrelevante para o usuário a localização
física dos documentos recuperados. Além disso, a maioria
dos clientes WWW (Mosaic, Netscape) seleciona e ativa automaticamente
os programas necessários (viewers) para a visualização
do arquivo transferido, seja ele som, imagem, texto ou programa compactado.
Embora a grande popularidade
do WWW seja a possibilidade de usar recursos multimídia através
da rede, existem clientes que permitem usar terminais sem recursos gráficos
(ex. VT100 e DOS). O mais comum entre eles é o Lynx.
Para obter uma lista dos
WWW brasileiros, principie pelo repositório de informações
da RNP em
http://www.ci.rnp.br.
Para uma extensa lista
com mais de 15.000 servidores do World Wide Web, visite
http://www.commerce.com/net2/internet/internet.html.
O W3 Consortium
mantém lista semelhante classificada por país, em
http://www.w3.org/Datasources/WWW/
Servers.html.
6.2.1.
Mecanismos de Busca de Informações
Da mesma forma que o Gopher,
o WWW também dispõe de mecanismos de busca. A variedade de
mecanismos é, contudo, bem maior. Existem basicamente dois tipos:
-
os baseados em programas de acesso
(spiders) que visitam os diversos sistemas de informação
existentes no WWW, montando uma base de dados onde é feita a busca;
e
-
os baseados em catálogos,
criados sem o uso de spiders.
A Universidade de Genebra
mantém não somente seu sistema de busca, como também
uma lista de servidores deste tipo espalhados pelo globo. A lista se encontra
em
http://cuiwww.unige.ch/meta-index.html
enquanto seu sistema
de busca está em
http://cuiwww.unige.ch/cgi-bin/w3catalog.
6.2.2.
Guias do World Wide Web
Outro tipo de mecanismo
que ajuda a localizar informações no WWW são os guias,
que geralmente classificam os servidores e suas páginas de acordo
com o assunto abordado. O W3 Consortium mantém uma lista
destes serviços em
http://www.w3.org/hypertext/Datasources/bySubject/Virtual-libraries/Overview.tml
Eis alguns destes guias:
7. ETIQUETA
EM REDES
À primeira vista
a Internet pode parecer anárquica e desorganizada. Se por um lado
existe praticamente total liberdade de acesso a uma imensa quantidade de
informação, os usuários precisam assumir responsabilidades
sobre os atos que praticam na rede. O fato de "podermos" fazer algo não
significa necessariamente que "devemos". O abuso dos recursos leva a maioria
dos provedores de informação a restringirem cada vez mais
os seus serviços. O comportamento inadequado de alguns causa a deterioração
de listas e grupos antes úteis para a troca de informação
entre seus membros.
Existem portanto alguns
princípios básicos de conduta a respeitar, para que todos
da comunidade virtual continuem a gozar dos benefícios da ainda
ampla liberdade de fluxo de informação.
Existem três princípios
fundamentais a seguir:
* Uso racional e apropriado
de recursos que são compartilhados ou pertencem a outras pessoas.
* Normas de boas maneiras
e convenções da comunicação eletrônica
(correio, listas e newsgroups).
* Cuidados com a natureza
da informação (direitos autorais, decência, uso comercial).
Naturalmente, as regras
variam de acordo com o tipo de rede, tipo de serviço e nível
de acesso. Procedimentos válidos em uma situação podem
ser inapropriados em outra.
7.1. Compartilhando
Recursos
A Internet não
é uma rede única, mas sim um conjunto de milhares de redes
que permitem o tráfego de dados nas suas linhas. Uma informação
atravessa diferentes redes antes de atingir seu destino final. Os usuários
precisam entender que essa transmissão implica na utilização
de recursos de outros.
Devemos considerar a carga
que o fluxo de nossa informação causa nessas redes. Compor
mensagens tão curtas quanto possíveis, comprimir grandes
arquivos antes de transferí-los e não congestionar o tráfego
com "correntes" e "mala direta" são normas de boa conduta.
O livre acesso a servidores
de correio, FTP anônimo, telnet, Gopher e WWW tem sido uma
tradição da Internet. Estes servidores estão muitas
vezes localizados em escolas, universidades e empresas que utilizam a mesma
rede (e as vezes o mesmo computador) para realizar suas tarefas diárias.
O usuário deve lembrar disso antes de fazer longas e repetidas conexões.
Recomenda-se o acesso fora do horário comercial da região
onde fica o serviço. Muitos servidores já foram fechados
devido ao excesso de tráfego.
Muitos usuários
também compartilham o computador conectado à Internet, especialmente
no meio acadêmico. Estes devem se preocupar em manter limpa sua área
de trabalho, lendo periodicamente sua correspondência para que não
acumule e mantendo organizados seus arquivos de forma a não ultrapassar
cotas de espaço. No caso de acesso por linha discada e emulação
de terminal, devem também restringir-se ao tempo necessário
a realizar suas tarefas, dando oportunidade para que outros se conectem.
A crescente participação
dos setores comerciais na Internet fez surgirem provedores particulares
de acesso e backbones totalmente voltados para o fluxo deste tipo
de informação. Muitas dessas regras diminuem de importância
nestes casos. Quem paga para ter um acesso discado não tem que se
preocupar se outros usuários do mesmo provedor tem que aguardar
linha. Cabe ao provedor providenciar mais linhas. Da mesma forma, quem
paga pelo espaço que usa em disco, ocupa o quanto pode e se organiza
como quer.
É preciso perceber
a diferença entre a utilização de recursos locais,
cujos custos geralmente são claros, e recursos remotos, disponíveis
gratuitamente na rede e cujo acesso depende do fluxo da informação
por dispositivos que pertencem a outras pessoas. Cabe ao usuário
saber em que situação se encontra e agir de acordo.
7.2. Comunicação
Eletrônica
O uso de correio eletrônico
para trocar mensagens com outras pessoas ou para participar de grupos de
discussão, bem como a participação ativa em newsgroups,
implica na interação com outras pessoas ligadas à
rede.
A ausência da inflexão
de voz e da linguagem corporal, bem como a natureza impessoal desse meio
de comunicação, dão origem a uma série de mal-entendidos
entre as pessoas, que precisam ser evitados.
Existem algumas regras
fundamentais que, quando seguidas, permitem a troca frutífera de
informações entre as pessoas. Esses princípios também
ajudam a evitar mal entendidos entre pessoas que se comunicam diretamente
pelo correio eletrônico.
* Use no máximo
70 toques por linha, em consideração àqueles cujos
terminais não são capazes de mostrar linhas maiores. Alguns
programas de correio apenas parecem quebrar as linhas, quando na realidade
cada parágrafo vira uma linha imensa no terminal dos outros, não
podendo ser lido. Procure certificar-se do comportamento de seu editor.
* Seja claro e objetivo.
Produza textos de leitura fácil. Considere abordar apenas um assunto
por mensagem. Cuide da correção ortográfica e gramatical.
Separe os parágrafos com linhas em branco. Não escreva usando
somente letras maiúsculas, pois isto é reservado para dar
ênfase a partes do texto. Evite "assinaturas" longas demais, com
desenhos. Escolha um título apropriado para colocar no campo Subject:.
* Ao responder mensagens,
especialmente em listas e grupos, deixe claro qual mensagem e quais questões
está respondendo. É provável que várias mensagens
tenham sido recebidas entre a sua resposta e a original. De fato, dada
a natureza do correio eletrônico, a sua resposta pode chegar antes
da pergunta a certos locais (no caso de uma lista). Se o original chamar
Subject: Bill Murray, sua resposta deve ser Subject: Re: Bill
Murray. A maioria dos programas de mail faz isto automaticamente.
Convencionou-se colocar um sinal de ">"(maior que) no início de
cada frase copiada da mensagem original. Por outro lado, não inclua
na sua resposta a totalidade da mensagem à qual está respondendo.
Deixe apenas as frases essenciais para o entendimento ou as perguntas que
estão sendo respondidas. Não coloque o cabeçalho da
mensagem antiga, exceto talvez a linha From:. Caso não conheça
os comandos de seu editor de correio que permitam fazer isto, escreva de
novo as porções essenciais.
* Certifique-se do destino
de sua mensagem antes de enviá-la, especialmente quando se tratar
de resposta automática (reply) ou reenvio (forward).
Verifique as linhas Cc: e To:. No caso de listas de discussão
e newsgroups pode ser mais apropriado responder ao autor da mensagem,
cujo endereço se encontra no campo From: do cabeçalho.
Evite mandar a mesma mensagem para vários grupos e listas (crossposting).
Caso isto seja absolutamente necessário informe no cabeçalho
quais os grupos e listas que a receberam.
* Um dos erros mais comuns
é pedir subscrição a uma lista enviando mensagem ao
endereço da mesma. Neste caso todos os participantes recebem a mensagem.
Para se inscrever deve-se enviar uma mensagem ao endereço do servidor
de listas, que tem geralmente o formato:
LISTSERV
LISTSERV@host
listas de discussão
listname-REQUEST@host
listname-OWNER@host
Em ambos os casos,
para se inscrever ou para cancelar sua assinatura, escreva a seguinte linha
no corpo de uma mensagem sem Subject:
SUBSCRIBE <nome
lista> <seu nome>
(para assinar)
ou
UNSUBSCRIBE <nome
lista>
(para cancelar a
assinatura)
* NÃO faça
afirmações que possam ser interpretadas como posições
oficiais, ou propostas de negócio de seu empregador.
* Não espere que
seus leitores saibam a diferença entre afirmações
sérias e jocosas. Ser irônico é ainda pior. Use sinais
indicativos de seu humor, tais como "carinhas" (emoticons ou smilies)
e letras maiúsculas.
* Cuidado com mensagens
pessoais. Não submeta este tipo de mensagem a newsgroups
nem listas. Da mesma forma, tome cuidado para não reenviar (forward)
mensagens pessoais que tenha recebido de outros. Considere a possibilidade
de outras pessoas terem acesso a suas afirmações. Trate cada
mensagem como se cópias fossem enviadas para seu chefe, seu pastor
e seu pior inimigo.
* Não seja agressivo.
Ao expressar suas opiniões lembre-se que outras pessoas, com opiniões
diferentes, vão ler sua mensagem. Em inglês é usual
o uso de expressões apaziguadoras, tipo "em minha modesta opinião",
para as quais existem abreviaturas consagradas (IMHO: in my humble opinion,
YMMV: your mileage may vary, FWIW: for what is worth). Nunca
responda uma mensagem enquanto zangado ou aborrecido. Reflita sobre o problema
e tente ser razoável. Nunca diga numa mensagem algo que você
não diria em público.
* Peça desculpas.
Se houve um mal-entendido pense em assumir a culpa por ter sido pouco claro.
Explique-se melhor, se for o caso. Termine logo a discussão.
* Evite pontos polêmicos
ou conduta que provoque, intencionalmente, a moral, costumes e normas de
um determinado grupo. O fato de certo comportamento ser aceito em um determinada
lista não significa que o será em outras. Enquanto for um
novato, apenas observe os acontecimentos antes de dizer qualquer coisa.
Leia o que for escrito como um antropólogo tentando adivinhar quais
são os tabus.
* Em listas e newsgroups
não diga coisas como "Porque a gente não fala sobre X?",
ou "Quem quer falar sobre X?". O grupo pode ter acabado de sair de uma
interminável discussão sobre o assunto. Caso insista em iniciar
uma discussão nova (thread em inglês) pelo menos diga
alguma coisa. Um exemplo desta regra é que X não pode ser
o próprio tema da lista. Não se pede "Alguém poderia
me indicar programas de computador para arquitetos?" ou "O que há
para arquitetos na Internet?" numa lista de discussão de software
para arquitetura. Leia o FAQ (Frequently Asked Questions, perguntas
mais freqüentes) da lista, ou consulte os archives (repositório
de mensagens antigas) se houver.
* NÃO mande para
listas de discussão mensagens sem maior sentido como "De acordo",
"Apoiado", "Bravo!". Isto é irritante para quem tem o mailbox
cheio. O mesmo vale para "Eu não sei". Se não sabe, não
responda.
* Respeite os gurus. Toda
lista de discussão e grupo de news tem seus "cabeças
brancas", que ganharam o respeito dos outros membros ao longo de anos de
discussões. Por exemplo, no meio dos membros da lista dos fãs
de um determinado cantor podem estar o produtor de um de seus discos ou
o autor da biografia autorizada. Você provavelmente é um ignorante
completo no assunto comparado com essa gente. "Abaixe a bola" e não
finja ser nada diferente do que é. Sempre haverá quem responda
suas perguntas ou ajude a encontrar um disco raro, mas suas chances num
confronto verbal são muito poucas. Além disso, existem laços
de amizade entre os membros antigos do grupo (até mesmo casamentos
já aconteceram). Basta uma crítica leviana a um destes membros
e terá a inimizade deles e de todos os seus amigos e admiradores,
provavelmente o grupo inteiro.
* Após receber
respostas sobre uma consulta feita a uma lista de discussão ou newsgroup
é de bom tom resumir as respostas recebidas, enviando de volta à
lista.
7.3. Conteúdo
Apropriado
O terceiro tipo de regra
se refere ao conteúdo de arquivos, mensagens, e pacotes transferidos
pela rede.
Um dos maiores problemas
que a liberdade e informalidade vigentes na Internet tem causado é
o desrespeito aos direitos autorais. Programas, imagens, músicas
e vídeos são reproduzidos e distribuídos irregularmente.
Evite e impeça este tipo de atividade.
* Nunca coloque à
disposição ou transfira programa que tenha comprado. Quando
obtiver um programa de shareware que for usar com freqüência
pague a taxa apropriada ao autor. Alguns repositórios de FTP contém
programas que não devem ser usados fora do país de origem.
Respeite esta norma.
* Evite colocar em suas
mensagens e sistemas de informação material de autoria intelectual
de outrem. Caso decida reproduzir imagens, textos, músicas ou vídeos,
peça autorização aos autores. Cite sempre a fonte
e autoria da informação, ainda que ela não esteja
protegida por copyright . Não use as idéias dos outros
como se fossem suas.
* Da mesma forma que não
se pode distribuir material comprado, não se pode vender aquilo
que foi encontrado de graça na Internet. O fato de algo ser disponibilizado
gratuitamente não implica na renúncia aos direitos autorais.
Este tipo de informação só deve ser redistribuída
na forma em que foi obtida, sem custos ou alterações.
Em muitos países
o acesso a Internet se dava originalmente através de redes não-comerciais.
Estas redes e as comunidades a que servem restringiam o fluxo de informações
comerciais. Ainda hoje, apesar da comercialização dos serviços
em quase todos os países, o usuário deve tomar cuidado e
comportar-se de acordo com a situação.
Além da questão
do uso comercial versus não-comercial, existe ainda outra,
a do uso pessoal versus profissional. Enquanto as atividades comerciais,
de lazer, de discussão política e até mesmo as ditas
"alternativas" crescem na Internet, grande parte de seus usuários
estão conectados através de suas firmas e escolas. O uso
indiscriminado de um recurso colocado a sua disposição a
fim de aumentar sua eficiência profissional ou acadêmica é
eticamente discutível.
Existem normas para a
propaganda através da rede. Dê preferência a servidores
cujo acesso seja voluntário (correio, FTP, Gopher, WWW). O uso de
listas de distribuição e "malas diretas" é totalmente
proibido. A comunidade virtual é muito crítica quanto ao
envio de material comercial não solicitado por correio eletrônico.
O anúncio de seus serviços eletrônicos pode ser feito
pelos meios usuais de comunicação e através dos guias
de WWW (e.g. What's New).
O acesso à Internet
provido pelo seu empregador ou educador é um privilégio,
não um direito. Ele pode ser revogado a qualquer momento.
Não espere privacidade.
Em muitos países, as firmas e faculdades têm o direito de
monitorar as atividades de seus usuários, inclusive conteúdo
de mensagens. No caso de mainframes, lembre-se que as pessoas com
privilégio de acesso podem ler seus arquivos. Portanto cuidado com
o que mantém ali.
Não utilize sua
conexão institucional para navegar na rede, transferir grande quantidade
de dados para uso pessoal ou participar de discussões e atividades
não relacionadas a sua firma ou escola. Considere obter um acesso
doméstico para realizar estas atividades.
Procure adequar-se ao
ambiente em que se encontra. Não distribua material político,
militante ou de gosto discutível fora dos círculos apropriados.
Estas regras foram adaptadas
de várias fontes disponíveis em rede, em especial o texto
de Patrick Douglas Crispen, disponível em:
http://bcn.boulder.co.us/help/Roadmap/msg10.html
e-mail:
crispen1@ua1vm.ua.edu
e no documento "The
Net: User Guidelines and Netiquette" de Arlene H. Rinaldi, disponível
em:
ftp://ftp.sunet.se/pub/Netiquette.txt.
8. DOMÍNIOS
DA INTERNET
A variedade de formas
com que os lugares são nomeados na rede pode surpreendê-lo
no início, mas há um método muito simples por trás
dessa aparente loucura. A forma geral da estrutura dos endereços
dos computadores na rede é: usuário@nome-de-um-computador.
A parte usuário é, em geral, mas não obrigatoriamente,
o nome da conta da pessoa no sistema.
O nome do computador indica
o local e o domínio da Internet a que pertence, na forma usuário@local.domínio,
sendo que o local dá o nome do sistema ou localização
e o domínio pode ser: o código do país ("domínio
geográfico"), com dois caracteres definidos pela ISO, e/ou um código
descritivo do tipo de instituição ("domínio organizacional"),
que inclui as seguintes categorias: .edu, .gov, .mil, .org, .net, .com,
que são explicadas abaixo. É válido notar que nos
EUA a maioria dos endereços usa os "domínios organizacionais",
embora também existam os "domínios geográficos" (ex.
va.us _ Virgínia).
8.1. Educacional
(.edu)
Por muitos anos, a Internet
foi essencialmente uma rede acadêmica, restrita a uso não-comercial.
A maioria das instituições de ensino superior estão
hoje conectadas e têm uma grande quantidade de serviços e
informações disponíveis gratuitamente. O empreendedor
comercial deve estar atento à existência deles. Muitos são
de elevada qualidade e servem de padrão para comparação
para quem pretende colocar material semelhante. Outros representam potencial
economia, permitindo o uso de programas e dados que são na realidade
cobrados por outros provedores.
Muitas empresas dependem
de estreita relação com o mundo acadêmico para suas
atividades. A pesquisa de ponta faz das universidades e centros de pesquisa
um dos maiores compradores de produtos químicos, computadores e
outros itens.
Para uma pequena lista
das universidades com sistemas de informação, visite nosso
sistema de informações em:
http://www.ci.rnp.br.
8.2. Organizações
Não-Governamentais (.org)
Muitas organizações
sem fins lucrativos podem ser acessadas via Internet (domínio .org
nos EUA). Elas geralmente atuam em áreas de interesse social, de
modo beneficente ou militante, que tradicionalmente também são
áreas de atividade governamental.
No Brasil, um dos principais
meios de acesso às ONGs é provido pelo IBASE - Instituto
Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas. Existe, ademais,
uma entidade internacional que congrega iniciativas de ONGs em comunicação
digital, denominada Associação para o Progresso das Comunicações
(APC), à qual o IBASE é filiado.
Para maiores informações,
visite o WWW do IBASE em
http://ax.ibase.br,
ou o da APC em http://www.apc.org.
Para listagem seleta de
organizações sem fins lucrativos na rede, visite:
http://www.ai.mit.edu/people/ellens/non.html.
8.3. Governamental
(.gov)
Outra grande categoria
de serviços encontrados na rede são aqueles relacionados
à atividade governamental (nos EUA representados pelo domínio
.gov). Muitas instituições deste tipo dão informações
a respeito de suas atividades e dos campos em que atuam ou exercem atividade
regulatória.
No Brasil, a RNP tem provido
acesso a muitos órgãos dos governos estaduais, federais e
da administração indireta.
Para uma lista dos órgãos
governamentais com sistemas de informação na Internet, visite
nosso sistema de informações em
http://www.ci.rnp.br.
8.4. Militar
(.mil)
Como descrito na Seção
2, a Internet teve sua origem nos sistemas de comunicação
digital das forças armadas americanas. Ainda hoje, naquele país,
as organizações militares trazem em seus endereços
o domínio .mil, como a Air Force: af.mil.
8.5. Operadores
de Backbone (.net)
Nos EUA, muitos dos operadores
de backbone, tais como a National Science Foundation, UUNet,
PSINet e CERFNet, trazem em seus endereços o domínio .net.
Organizações relacionadas diretamente a rede (mesmo administrativas)
são identificadas por este domínio.
8.6. Comercial
(.com)
Até 1994, o governo
americano sustentava a operação de quatro redes de âmbito
nacional:
NSFNET, da National Science
Foundation
ESNET, do Departament of Energy
NSI, NASA Science Internet
DDN, Defense Data Network
A comunicação
entre estas redes era provida pelos FIX (Federal Internet Exchanges),
localizados em Maryland e Califórnia.
Destas redes, as últimas
três funcionam para atender interesses setoriais. A NSFNET, que era
a maior das quatro em termos de capacidade, atendia a comunidade de educação,
pesquisa e desenvolvimento em geral. Todas estas redes explicitamente excluem
o "uso comercial".
A partir de 1987, a NSF
procurou montar uma estrutura de redes em três níveis, para
atender adequadamente as necessidades da comunidade de educação
e pesquisa. Os níveis eram:
nacional, servido pelo backbone
da NSFNET
regional, redes que alimentavam
de tráfego a NSFNET
institucional, as redes das universidades,
escolas, etc., que eram servidas pelas redes regionais.
Fundamental para dar capilaridade
eram as redes regionais. Para fomentar a criação e amadurecimento
destas, a NSF passou a financiar os primeiros dois anos de afiliação
a estas redes. Depois desta ajuda inicial, as redes regionais deveriam
se tornar auto-sustentadas, cobrando dos seus afiliados taxas de conexão,
que seriam usadas para cobrir os custos de operação (centro
de operações, pessoal e, eventualmente, os custos de conexão
da rede regional a outras redes). Cada rede tinha autonomia para determinar
suas próprias regras de funcionamento e de tráfego e inicialmente
a maioria limitava este uso a condições semelhantes às
da NSFNET (ou seja, proibia tráfego comercial).
Desde o início
havia exceções. As redes PSInet e Alternet começaram
como operações "puramente comerciais", mas estas não
eram ligadas a NSFNET. A CERFnet, rede regional do sul da Califórnia,
foi criada como uma rede sem restrições de tráfego
e comportava universidades importantes como a UCLA, UCSD, e USC, além
de um número grande de empresas da região. A partir de 1991,
a CERFnet, Alternet e PSInet estabeleceram o CIX (Commercial Internet
Exchange) para tráfego que violava as restrições
da NSFNET. Com o passar do tempo, outras redes inicialmente apenas "acadêmicas",
como a BARRnet (norte da Califórnia) e NEARnet (Nova Inglaterra)
passaram a admitir tráfego comercial e se juntaram à comunidade
CIX para tráfego comercial com as outras redes. Chegou a haver dois
caminhos de conexão entre estas redes regionais: uma, via NSFNET,
para tráfego não-comercial, e outra, via CIX, para tráfego
comercial. Uma segunda via de interconexão foi provida a partir
de 1992, quando a empresa ANS (Advanced Networks and Services),
que havia sido criada pela IBM e a MCI para operar a NSFNET sob contrato,
resolveu oferecer serviço e conectividade comercial, usando a mesma
infra-estrutura.
Há cerca 2 anos,
a NSF mostrou intenção de deixar de ser provedora de backbone,
o que aconteceu no início de maio de 1995. Para garantir a conectividade
da rede que ajudou a montar, fez uma licitação para criação
de NAPs (Network Access Points), locais onde redes regionais podem
ter acesso a um backbone. A operação e interconexão
dos NAPs serão feitas principalmente por empresas de telecomunicações,
especialmente a Sprint e a MCI.
Nestes últimos
anos, as redes regionais abandonaram sua "pureza acadêmica". Hoje,
todas, sem exceção, aceitam clientes de qualquer tipo, sendo
o setor comercial o que mais cresce. Quanto maior o número de clientes
e a renda correspondente, melhor a infra-estrutura operacional. Assim,
a NSF considera que fomentou a criação de uma nova indústria,
a de provisão de serviços Internet a todos os níveis,
inclusive o de backbone. Esta indústria agora está
madura o suficiente para assumir o papel da NSFNET.
Na Europa, a situação
é bastante diversificada. Em alguns países (especialmente
no Sul), existe apenas uma rede acadêmica, sustentada pelo governo.
Em outras, há também redes comerciais. Para permitir sua
interconexão, foi criada uma estrutura supranacional chamada E-bone
(European backbone), que é uma rede sem restrições
de tráfego.
A conectividade com os
EUA se realiza através de múltiplas conexões de diferentes
pontos da E-bone para uma rede em Washington-DC chamada de GIX (Global
Internet Exchange), que funciona como uma espécie de backbone
mundial.
Completado o processo
de privatização da NSFNET, cairam boa parte das restrições
ao tráfego, ao menos dentro dos EUA. Isto vem sendo acompanhado
de um grande aumento da exploração comercial da rede.
8.6.1.
Referências sobre Uso Comercial da Internet
a) Correio
Eletrônico
Nos EUA, existem provedores
de variadas formas e tamanhos. Uma extensa lista contendo seus nomes, equipamentos,
serviços oferecidos e taxas cobradas pode ser obtida por correio
eletrônico da seguinte forma:
Mande uma mensagem sem
subject para:
mail-server@bts.com,
Com o seguinte conteúdo
"get pub nixpub.long". Outro endereço é:
info-deli@netcom.com,
e o conteúdo
da mensagem é "send pdial".
b) WWW
Net Squared Commercial
Service
http://www.commerce.com/net2/
Excelente guia da
Internet para quem deseja explorá-la comercialmente. Descreve assuntos
básicos, aponta para outras fontes de informação e
lista os principais servidores de cada tipo: acadêmico, governamental,
comercial e comunitário. Inclui:
Diretório
Geral de Empresas.
http://www.commerce.com/net2/companies.cgi
Catálogo
de companhias que têm home pages na WWW.
Busca por palavra-chave.
Ideal quando se conhece o nome da empresa procurada.
World Business on
the Web, A Directory by Category.
http://www.cba.uh.edu/ylowpges/ylowpges.html
Diretório
de servidores comerciais. Um guia do mundo da Internet Comercial.
The Business World
http://www.imsworld.com/yp/
http://www.imsworld.com/yp/busine.html
Mais um servidor
de informações úteis a quem deseja explorar as oportunidades
de negócios via Internet.
Inclui:
Internet Providers
http://www.imsworld.com/yp/net.html
Interessante lista
de provedores de acesso, com bons exemplos dos serviços oferecidos
no âmbito comercial.
Advertising
and Marketing
http://www.imsworld.com/yp/advert.html
Mais que serviços
de marketing essa página lista provedores de informações
a respeito de como anunciar seus produtos e serviços através
da rede, em especial o WWW.
Publicações
Relacionadas ao Uso comercial da Internet
http://arganet.tenagra.com/Tenagra/books.html
Extensa lista de
publicações impressas, incluindo periódicos, sobre
o uso comercial da Internet.
Hipertexto Introdutório
à Internet Comercial
http://tig.com/IBC/White/Paper.html
IndustryNet
http://www.industry.net
Rede comercial onde
se encontram informações, produtos e serviços de mais
de 250 "lojas eletrônicas".
c) Livros
Marketing on the Internet:
Multimedia Strategies for the World Wide Web. Jill H. Ellsworth
& Matthew V. Ellsworth. US$24.95. 432 p. ISBN 0-471-11850-8. 1995.
John Wiley & Sons, Inc.
The Internet Business
Book. Jill H. Ellsworth & Matthew V. Ellsworth. US$22.95.
376 p. ISBN 0-471-05809-2. 1994. John Wiley & Sons, Inc.
Guerrilla Marketing
On-Line: The Entrepreneur's Guide to Earning Profits on the Internet.
Jay Conrad Levinson & Charles Rubin. US$12.95. 291 p. ISBN 0-395-72859-2.
1995. Houghton Mifflin Company.
The Business User's
Internet Guide. Sam Sternberg. US$34.95. 350 p. ISBN 0-442-01937-8.
1995. Van Nostr & Reinhold.
Online Marketing Handbook:
How to Sell, Advertise, Publicize and Promote Your Products and Services
on the Information Superhighway. Daniel S. Janal. US$19.95.
300p. ISBN 0-442-02058-9.1995. Van Nostr & Reinhold.
Doing More Business
on the Internet. Mary J. Cronin, Ph.D. US$29.95. 340 p. ISBN
0-442-02047-3. 1995. Van Nostr & Reinhold.
d) Periódicos
Os preços dos periódicos
aqui citados são válidos nos países de circulação.
A assinatura internacional é mais cara.
Internet Week
Phillips Business
Information, Inc., (800) 777-5006
Assinatura: US$497
por um ano.
Editor: Caesar (mcaesar@phillips.com)
Contato: help.iw@phillips.com.
The Internet Business
Journal
Mensal. Strangelove
Press, (613) 565-0982.
Assinatura: Institucional
US$149.00
Individual US$75.00,
por um ano.
Informações
por correio eletrônico com Aneurin Bosley, Editor: editor@strangelove.com.
Internet Business Advantage
Mensal. Wentworth Worldwide
Communications, (800) 638-1639.
Preço de capa por
um ano: US$99.
Informações
por correio eletrônico: info@wentworth.com.
Internet Business News
Mensal. M2 Communications
Limited, 20 Heathfield
Road, Coventry Cv58BT,
Reino Unido. Tel: +44(0)1203-717417.
Assinatura: 449
libras esterlinas.
Informações
por correio eletrônico: ibnsubs@m2comms.demon.co.uk
8.7. Países
Fora os EUA, a maioria
dos países usa um domínio de duas letras no final de seus
endereços para identificar o país. Há também
alguns países que usam, além do domínio que indica
o país, os subdomínios .com, .org, .edu, etc. Exemplos
de domínios:
Austrália .au
Áustria .at
Bélgica .be
Brasil .br
Chile .cl
China .sn
Grécia .gr
Israel .il
Itália .it
México .mx
Peru .pe
Rússia .su
Rep. Tcheca .cz
Slováquia
.sk
Suíça
.ch
Taiwan .tw
8.8. A
Internet Livre (FreeNets)
Finalmente existem outras
formas, não completamente definidas ou informais, que aqui denominamos
de "Internet livre". Como explicado a seguir, queremos nos referir principalmente
às FreeNets e outras iniciativas comunitárias não
ligadas a organizações governamentais nem classificáveis
em outra parte.
Existem espalhadas pelo
planeta redes especializadas que congregam usuários com interesses
comuns. Nelas existem pessoas que necessitam da comunicação
eletrônica para se organizarem ou exercerem suas atividades, mas
que não dispõe de provedor de acesso local geralmente devido
a sua localização geográfica. Assim, médicos
ou professores de áreas rurais ou afastadas da civilização,
como em desertos, por exemplo, podem interligar-se por rádio, telefonia
ou sistemas de Bulletim Board. Essas redes especializadas acabam
muitas vezes ligadas à Internet, permitindo que seus membros se
comuniquem com o mundo exterior.
Existem também
provedores de acesso público à Internet que cobram taxas
nominais ou simbólicas de seus membros, permitindo que a comunidade
local tenha acesso à comunicação digital. A idéia
é prover acesso gratuito (ou a preço de custo) a qualquer
um, democratizando este meio de comunicação. Para maiores
informações sobre FreeNets, consulte:
Free Nets Home Page
http://herald.usask.ca/~scottp/free.html
Possui informações
sobre redes comunitárias.
WWW Guide to Community
Networking
http://http2.sils.umich.edu/ILS/community.html
Lista a maioria
das redes comunitárias nos EUA, Canadá e algumas encontradas
em outras regiões do globo.
Guia para uso da Internet
para Instituições sem Fins Lucrativos
gopher://una.hh.lib.umich.edu/00/inetdirsstacks/pubservice%
3atruxnes
9. DIVERSÕES
PÚBLICAS NA INTERNET
O caráter descentralizado
e informal da Internet permitiu que surgissem várias fontes de informação
e serviço desvinculadas de qualquer caráter acadêmico,
governamental, social, comercial ou comunitário, muito embora sejam
mantidas por membros de entidades pertencentes a estas classes.
Além de representar
uma oportunidade única para a expressão das idéias
individuais e democratização dos meios de comunicação,
este tipo de informação representa um imenso mercado para
a imprensa e a indústria do entretenimento.
A ausência de regulamentação
da comunicação digital acarretou o surgimento de atividades
irregulares como, por exemplo, a reprodução de material protegido
por direito autoral e o acesso por menores a serviços normalmente
restritos a adultos. Somente uma regulamentação e sua aceitação
por todos permitirá equilibrar o direito individual de expressão,
a propriedade intelectual, e a proteção dos valores familiares.
Para maiores informações
sobre a proteção de direitos autorais na Internet, consulte
o "Relatório do Grupo Tarefa em Propriedade Intelectual" disponível
em:
http://www.uspto.gov/niiip.html
Para exemplos de servidores
relacionados ao entretenimento público, veja lista em:
http://www.yahoo.com/Entertainment/