Contato de Quinto Grau em Bauru - SP 

Ricardo Varela Corrêa

 

O que me impressiona neste episódio, é a lucidez com que o relato foi feito. Normalmente os casos de abdução ou de Contatos de Terceiro Grau são problemáticos. Ou a testemunha tem pavor de relatar o episódio ou está muito confusa.

O caso que relato a seguir aconteceu a muito tempo, quando ainda não se utilizava a expressão "disco voador", uma denominação cunhada por nossos primos norte-americanos, no ano de 1947, quando o Sr Arnold - piloto civil - viu vários objetos voadores com o formato de disco.

O nome da testemunha é fictício, pois até hoje ela não quer ter seu nome associado a um evento ufológico.

O fato ocorreu com a testemunha ainda uma criança - 12 anos, sem nunca ter ouvido falar de discos voadores, ou sequer imaginar que existiam outros seres além dos humanos. Este episódio ocorreu em Bauru, interior de São Paulo com a Dona Neuza, professora aposentada entre 1947 e 1949. Abaixo seu testemunho.

Relato

Durante muitos anos, pois o fato ocorreu entre 1947 - 1949, fiquei na dúvida: teria sido um sonho ou uma estranha experiência.

Vamos aos fatos:

Era uma noite. Eu estava dormindo. "Acordei" com a visão de um grande clarão, a luz pareceu-me cruzar o céu e cair num pátio da estação próxima à minha casa.

Dirigi-me até lá. O que presenciei havia me deixado curiosa. Ví um grande objeto cor de alumínio, o qual chamaríamos de disco voador muitos anos mais tarde. A porta abriu-se de baixo para cima, devagar, onde dois vultos estavam parados, lado a lado. Era um casal, bem alto, entre 1,80m a 1,90m mais ou menos. Esguios, muito brancos, um branco diferente, sem colorido. Os cabelos eram da cor do milho novo. Achei-os bonitos, mas estranhos. Suas vestes eram coladas ao corpo, como as dos mergulhadores. As roupas eram de cor cinza, não muito claro e brilhantes.

Não sei como, mas sentí que me chamavam. Não sei se foram eles ou se eu que me aproximei. Não sentí qualquer medo. Logo estávamos trocando palavras, num estranho diálogo, só com a mente. Eu respondia falando, pois sabia o que era perguntado. Não sei dizer se eu ou eles liam o pensamento. Disseram-me que fora escolhida, não me lembro por quem e nem para onde eu iria.

Lembro-me que falavam bastante - perguntei-lhes se eu voltaria. Responderam-me que não sabiam. Pensei em minha família. Rejeitei o convite. Como me arrependi depois, sinceramente gostaria de tê-los acompanhado. Não me forçaram a nada. Apenas fui convidada a sentar-me numa cadeira de forma futurista, de um material desconhecido. Só muito mais tarde, com a inauguração de Brasília, reconhecí na linha do móveis, o modelo daquela cadeira. Lembro-me que estava sentada dentro da nave, mas não ví o seu interior, pois outra porta fechada impedia a minha visão. Observei mais alguns objetos. Por mais que me esforce, não consigo me lembrar deles. Tudo isso acontecia enquanto conversávamos. Eu entendia o que eles diziam mentalmente e respondia-lhes normalmente. Observei que seus cabelos eram lisos e puxados para trás, bem rente à cabeça. Os olhos azuis bem claros, inexpressivos. Pareciam possuir uma esquisita frieza no semblante.

Não sei como eles se foram, só sei que acordei assustada e muito anciosa com esse "sonho"ou "experiência".

Nunca consegui apagá-la da lembrança. Muito mais surpresa fiquei quando, fazendo compras em São Paulo nos anos 60, deparei-me numa loja de móveis, atrás do Teatro Municipal, onde estavam expostos uma mesa e cadeiras de material similar ao da cadeira que sentei na nave. Entrei na loja, perguntei ao vendedor que material era aquele. Ele respondeu que era um material moderno, que acabava de chegar, e que se chamava acrílico. Este fato sempre me perturbou.

 


Última atualização: 04/08/97.
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